A partir desta ter�a-feira (18), a coleta seletiva de Contagem, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, ser� 100% operada pelos pr�prios catadores do munic�pio. Depois de quatro anos e meio de contrato com a administra��o p�blica, a empresa privada KTM Engenharias ser� substitu�da pela Associa��o dos Catadores de Materiais Recicl�veis de Contagem (Asmac) e a Associa��o Rede Solid�ria de Contagem (Coopercata). O modelo in�dito vem no momento em que munic�pios de Minas Gerais passam por crises fiscais.
Ao todo, a prefeitura disponibilizar� dois caminh�es para cada associa��o, al�m de R$ 1,4 milh�o anual para as duas entidades - o valor ser� repartido igualmente. De acordo com o secret�rio de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad), Wagner Donato, o contrato anterior firmado com a KTM era de R$ 1,7 milh�o - R$ 300 mil ser�o economizados pela administra��o p�blica.
At� ent�o, as associa��es de catadores tinham v�nculos com a administra��o apenas no que dizia respeito � triagem do material proveniente da coleta seletiva da cidade. Dessa forma, a renda dos profissionais era baseada apenas na venda dos materiais recicl�veis - de acordo com a Prefeitura de Contagem, a renda m�dia mensal de um catador � de aproximadamente R$ 1.200.
Com o novo contrato, os catadores, gerenciados pelas duas entidades, passar�o a fazer parte tamb�m do recolhimento desse material nos bairros da cidade, de forma mecanizada. Assim, eles tamb�m receber�o recompensa pelo novo servi�o prestado.
“O custo � menor porque os catadores t�m as associa��es e t�m uma estrutura pr�pria. Como s�o associa��o de catadores, os impostos e os custo s�o menores. Sem falar na expertise que eles j� t�m. Com eles fazendo a coleta, os caminh�es ser�o gerenciados por eles mesmos”, explica Donato, que prev� um aumento de 30% na coleta seletiva do munic�pio com o novo modelo. Al�m disso, � esperado um aumento de 30 toneladas de material coletado por m�s - atualmente, o registro mensal � de 110 toneladas.
Segundo a prefeitura, o n�mero de catadores de recicl�vel tamb�m deve subir, de 72 para mais de 100.
De acordo com o diretor do Instituto de Refer�ncia em Res�duos (�rg�o que intermedia as rela��es entre a prefeitura e as associa��es), Cido Gon�alves, os catadores j� vinham prestando servi�os � prefeitura e sendo treinados pelo o �rg�o para desempenhar a fun��o. Foi o instituto que, h� um ano e meio, apresentou o novo modelo para a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel de Contagem.
“Esse modelo � bom no sentido de que os catadores deixam de ser informais e agora tem contrato formal com a administra��o p�blica. Al�m de ter uma melhora no servi�o, Contagem economizou R$ 300 mil”, comemora o diretor.
A supervis�o do novo modelo ficar� por conta do corpo t�cnico da Semad e do Instituto de Refer�ncia em Res�duos.
EXPECTATIVA ENTRE OS CATADORES
Ainda que o contrato da prefeitura com as associa��es seja financeiramente menor do que o com a KTM, os catadores est�o animados com o novo modelo de coletiva seletiva, j� que a expectativa � de que a renda dos profissionais suba consideravelmente.
“H� muito tempo a gente vem conversando com a prefeitura e prestando servi�o e a agora a prefeitura entendeu. A nossa expectativa � de uma melhora. Antes a gente tinha esse servi�o prestado por uma grande empresa e, hoje, os pr�prios catadores conquistaram essa valoriza��o.”, afirma Ercy Gomes, catadores de 62 anos e uma das fundadoras da Asmac - associa��o que existe desde 2003.
O acr�scimo de materiais recicl�veis coletados tamb�m deve interferir positivamente na renda dos catadores, uma vez que eles ficam com o dinheiro obtido com a venda dos objetos.
Al�m disso, em caso de sobra do fundo disponibilizado pela prefeitura, o dinheiro ser� distribu�do entre os catadores.
Ercy tamb�m fica contente de que, com a nova fun��o, a tend�ncia � de que os catadores se distanciem dos aterros sanit�rios, locais prejudiciais � sa�de.
Atualmente, a Asmac possui tr�s galp�es de em Contagem, localizados nos bairros Perobas (principal), Novo Riacho e na Central de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa).
*Estagi�rio sob supervis�o da editora Liliane Corr�a