O custo do coronav�rus: procura por �lcool derruba estoques e infla pre�os

A confirma��o de que o coronav�rus circula no Brasil (oito diagn�sticos at� ontem) e o aumento do n�mero de casos suspeitos – s�o 80 em Minas e 638 no pa�s, segundo o Minist�rio da Sa�de – levaram a uma corrida �s farm�cias em busca de produtos como �lcool gel, m�scaras e luvas. A subst�ncia e os dois itens contribuem para evitar o cont�gio pelo v�rus, cuja propaga��o ainda tem reflexos que representam um desafio para pesquisadores e autoridades de sa�de em todo o mundo.

A demanda por �lcool gel, m�scaras e luvas tem feito com que os pre�os disparem e alguns consumidores se queixam de valores abusivos praticados em pontos de venda. Os estoques desses itens despencaram, e est�o sendo refor�ados diante da possibilidade de um n�mero maior de casos. “O que a gente nota � que, diante de uma procura maior, alguns estabelecimentos acabam majorando os pre�os em virtude da demanda e do estoque”, afirma Feliciano Abreu, coordenador do site Mercado Mineiro, especializado em pesquisa de pre�os.

O site ainda n�o promoveu um levantamento comparativo dos pre�os, mas uma consulta a farm�cias mostra que, no caso do �lcool gel, um frasco de 200 mililitros pode chegar a custar R$ 25,50 e o de 1 litro, R$ 45. Mesmo sem par�metros comparativos, uma pesquisa na internet mostra que embalagens de 52 gramas da mesma marca podiam ser encontradas ontem de R$ 5,99 a R$ 12, diferen�a de 100%.

Feliciano Abreu lembra que o medo do coronav�rus tamb�m fez com que as pessoas procurassem a vacina contra gripe, embora o imunizante n�o tenha efeito contra o novo v�rus. “N�o tem vacina em lugar nenhum. As pessoas est�o estimuladas a comprar para proteger a sa�de. Ao tomar a vacina, bem ou mal, gripada a pessoa n�o vai ficar. Esse medo gera corrida muito forte �s empresas que vendem m�scaras, �lcool em gel e luvas”, conclui.

 

Gerente de uma rede de farm�cias em Belo Horizonte, Ros�ngela Oliveira confirma que disparou a procura por �lcool, nos �ltimos dias, por pessoas de todas as idades, homens e mulheres. “A procura est� muito grande e o estoque da loja n�o � suficiente. Vendemos em m�dia 30 frascos de �lcool gel por dia”, diz.

 

Ros�ngela refor�a que, em situa��es normais, n�o h� tanto interesse das pessoas pelo produto. “A procura cresceu em decorr�ncia da prolifera��o do coronav�rus”, acredita. Em uma farm�cia de manipula��o visitada pelo Estado de Minas, a busca pelo �lcool em gel mudou o planejamento de compras. “Estamos olhando fornecedores de m�scaras e de �lcool. Estamos com estoque m�nimo”, diz Marcos Garcia, gerente de uma das unidades.

Assepsia

N�o � a primeira vez que o �lcool gel se torna popular na rotina de higieniza��o dos brasileiros. H� pelo menos uma d�cada, desde o aparecimento da chamada  gripe su�na, ou influeza A(H1N1), de tempos em tempos, a subst�ncia ganha protagonismo na preven��o de doen�as infecciosas de cont�gio. Desde ent�o, a subst�ncia passou a ser ofertada em estabelecimentos como restaurantes.

Um dos lugares mais tradicionais da gastronomia mineira, o Caf� Palhares deixa � disposi��o no balc�o de frascos de �lcool para os clientes que chegam, que s�o muitos. O estabelecimento comercializa em m�dia 400 refei��es do tradicional Kaol (cacha�a, arroz, ovo e lingui�a).

“O �lcool � muito usados por nossos clientes. Passou a fazer parte da rotina. As pessoas se sentam e j� aplicam nas m�os”, afirma o propriet�rio Luiz Palhares. A oferta da subst�ncia para assepsia foi uma sugest�o de uma empresa de higieniza��o que presta consultoria ao estabelecimento.

 

A prote��o contra o coronav�rus tamb�m pode ser feita por �lcool 70 (70 graus), conforme alerta o de controle de qualidade da Faculdade Farm�cia da UFMG, Gerson Gianetti. Ele lembra que o �lcool � uma subst�ncia muito eficaz na assepsia. No entanto, pondera que o produto em gel � mais eficiente para a aplica��o na pele. “O �lcool 70 � um antiss�ptico muito forte. Mas n�o recomendo usar o l�quido diretamente na pele, pois o produto a resseca”, afirma. A forma l�quida � mais recomendada para a assepsia de superf�cies, como uma mesa, por exemplo.

 

Toda vez que � aplicado, o �lcool gel mata bact�rias e v�rus que possam representar risco � sa�de das pessoas, afirma o especialista. “O �lcool em gel tem a��o antiss�ptica, matando os micro-organismos, inclusive os v�rus. Passou, limpou”, afirma. A orienta��o � usar o �lcool em gel com frequ�ncia, mas sempre que poss�vel lavar as m�os. “Cada vez que a pessoa vai lavar a m�o, deve passar o �lcool gel. A indica��o � lavar constantemente as m�os,” aconselha.

» O uso de �lcool em gel para higiene das m�os � eficaz como preven��o diante de micro-organismos como o coronav�rus, segundo entidades como o Conselho Federal de Qu�mica (CFQ)

» Em nota, a entidade esclarece que o �lcool et�lico (etanol) � um eficiente desinfetante de superf�cies/objetos e antiss�ptico de pele, sendo recomendado o produto com grau alco�lico de 70%

» Segundo o CFQ, o etanol age rapidamente sobre bact�rias, v�rus e fungos, sendo a higieniza��o equivalente e at� superior � lavagem de m�os com sab�o comum ou alguns tipos de antiss�pticos

» O conselho lembra que a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) tornou obrigat�ria a disponibiliza��o da subst�ncia para higieniza��o das m�os pelos servi�os de sa�de do pa�s

» Ainda segundo o CFQ, a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) emitiu orienta��o sobre a efic�cia da utiliza��o de �lcool gel como medida preventiva diante do COVID-19, tanto nos setores da sa�de quanto para a comunidade em geral

» Lavar as m�os frequentemente com �gua e sabonete por pelo menos 20 segundos e/ou usar desinfetante � base de �lcool, especialmente quando a primeira op��o n�o for poss�vel

» Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as m�os n�o lavadas

» Evitar contato pr�ximo com pessoas doentes;

» Ficar em casa quando estiver doente;

» Usar um len�o de papel para cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, e descart�-lo no lixo

» N�o compartilhar copos, talheres e objetos de uso pessoal;

» Limpar e desinfetar objetos e superf�cies tocados com frequ�ncia.

Fontes: agenciabrasil.ebc.com.br/Minist�rio da Sa�de