Ver galeria . 25 FotosMulheres se reuniram em defesa de seus direitos, no Dia Internacional da Mulher. Movimentos sociais, sindicais e estudantis se encontraram na Ocupa��o P�tria Livre, na Pedreira Prado Lopes, Regi�o Noroeste de Belo Horizonte e na Pra�a Raul Soares, no Centro de BH
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A. Press )
“S� da luta brota a liberdade” � o lema que fez mulheres sa�rem cedo de casa na manh� deste domingo para se reunirem em defesa de seus direitos, no Dia Internacional da Mulher. Movimentos sociais, sindicais e estudantis se encontraram na Ocupa��o P�tria Livre, na Pedreira Prado Lopes, Regi�o Noroeste de Belo Horizonte. Emblem�tico, o local foi erguido pelas integrantes da Frente Popular Brasil, coliga��o de diversas milit�ncias do Pa�s.
Concentra��o para passeata por igualdade de g�nero neste domingo, Dia Internaciona da Mulher, na Pra�a Raul Soares, no Centro de Belo Horizonte. pic.twitter.com/t1g5mNEKdn
Outra concentra��o foi formada na Pra�a Raul Soares, no Centro de BH. Os dois grupos v�o se encontrar na Pra�a Sete de Setembro, de onde marcham para a Pra�a da Esta��o.
Contra o governo
A manifesta��o deste domingo tamb�m denuncia os governos de Romeu Zema e Jair Bolsonaro. As participantes resgataram os atos hist�ricos do #EleN�o e afirmam uma luta contra os ideiais da extrema direita. O movimento lembra que, antes do dia 15, quando devem ocorrer manifesta��es pr�-Bolsonaro, as mulheres devem se recordar do dia 14, que marca os dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco (1979-2018).
"Somos mulheres pelo povo no poder. Contra tudo que nos violenta: a mil�cia, o patriarcado, o neoliberalismo!", ecoam l�deres femininas de cima do trio.
Concentra��o na Pra�a Raul Soares (foto: Margareth Bottrel/Divulga��o)
Na Pra�a Raul Soares, a concentra��o une vozes a favor da legaliza��o do aborto. "Cad� o homem que engravidou? Por que a culpa � da mulher que abortou?", gritam as manifestantes. Assassinada em 14 de mar�o de 2018, a vereadora Marielle Franco tamb�m foi citada protesto. "Por Marielle pe�o justi�a, eu n�o aceito presidente da mil�cia", cobram as militantes.
Mulheres unidas
Organizado pela Frente Brasil Popular, a comunh�o de mulheres deste domingo foi inspirada no carnaval de rua de BH. As participantes sa�ram "em desfile", organizadas em "alas" semelhantes �s carnavalescas.
Andrea Cangussu, de 36 anos, integrante da ala "Silenciadas nunca mais", que enfrenta a viol�ncia contra a mulher (foto: Marcos Vieira/EM/D.A. Press)
"A gente marca essa data como um momento de grande resist�ncia. Precisamos reafirmar nossas lutas e pautas de reivindica��o. Estamos sofrendo ataque direto aos nossos direitos, por isso estamos aqui contra os desmandos desse governo", disse a secret�ria de mulheres do PT, Andrea Cangussu, de 36 anos, integrante da ala "Silenciadas nunca mais", que enfrenta a viol�ncia contra a mulher.
Delze dos Santos, de 59, que se define como "bordadeira, professora, m�e, av�, tia, amiga e muito mais" (foto: Marcos Vieira/EM/D.A. Press)
O grupo de bordadeiras "Pontos de Luta" colore em tecido a manifesta��o. O coletivo � formado por cerca de 40 mulheres que produzem artesanato. "Esse � um processo democr�tico, sabemos que s� na luta vamos impedir o retrocesso em direitos", afirma Delze dos Santos, de 59, que se define como "bordadeira, professora, m�e, av�, tia, amiga e muito mais".
Helena Mau�s, de 15, estuda sobre o feminismo e se inspira em Manuela D%u2019�vila (foto: Marcos Vieira/EM/D.A. Press)
A certeza do feminismo n�o cabe no tamanho da estudante Helena Mau�s, de 15. Inspirada em Manuela D’�vila, a adolescente conta o que j� aprendeu sobre o movimento. “J� consegui entender os tipos de feminismo. Hoje me identifico com o feminismo cultural. S�o formas diferentes de lutar pela mesma causa”, afirmou segurando seu cartaz que celebra direitos j� conquistados e almeja novas conquistas.
Crimes contra mulheres
Para Dalcira Ferr�o, psic�loga que tamb�m � Conselheira Federal de Psicologia, 8 de mar�o n�o � data para comemorar, e sim para reivindicar. “A quantidade de mulheres que s�o assassinadas por feminic�dio, o ass�dio e outros abusos sexuais est�o crescentes, principalmente das mulheres negras. Minas Gerais tem sido o estado que tem ocupado o ranking da viol�ncia e massacre das mulheres”, lembra.
Dalcira Ferr�o, psic�loga que tamb�m � Conselheira Federal de Psicologia (foto: Marcos Vieira/EM/D.A. Press)
E tem raz�o. Minas lidera matan�a de mulheres. No estado, 156 morreram nesse tipo de crime em 2018, seis a mais que em 2017 – o maior n�mero absoluto do Brasil entre todas as 27 unidades federativas. No primeiro semestre de 2019 ocorreram 64 feminic�dios no estado e outras 104 tentativas. Os dados s�o os n�meros mais recentes da Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica (Sejusp).
Caracteriza-se como feminic�dio o assassinato de pessoas do sexo feminino, pelo menosprezo ou discrimina��o � condi��o de mulher ou por viol�ncia dom�stica. Outros assassinatos de mulheres, provocados por latroc�nio, por exemplo, n�o entram na conta.
8 de mar�o
As mulheres carregam mais de um s�culo de garra e hist�ria feminista empregada em 8 de mar�o, data que s� foi oficialmente criada pela Organiza��o das Na��es Unidas em 1977. No entanto, movimentos femininos j� usavam a data desde o in�cio do s�culo 20 ap�s uma trag�dia que revelou assustadoras condi��es de trabalho que mulheres eram submetidas. Foi em 1911, quando 130 mulheres morreram em um inc�ndio na f�brica de roupas Triangle Shirtwaist, em Nova York.