
A abertura da rede de laborat�rios particulares para a realiza��o de exames para detec��o de pessoas infectadas pelo novo coronav�rus e o custeio do teste pelos planos de sa�de, determinado pela Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar (ANS), foram medidas bem recebidas por profissionais de sa�de e especialistas. Por�m, a realidade � que poucos estabelecimentos privados em Belo Horizonte j� s�o capazes de fazer o diagn�stico. Desses, nem todos ofertam a comodidade de coleta de material em domic�lio, procedimento que reduz o tr�nsito de eventuais contaminados pelo COVID-19 e a exposi��o de outras pessoas ao v�rus, nas ruas e nas salas de espera. Em Belo Horizonte, onde se investigam 94 dos 260 casos suspeitos em Minas – uma pessoa teve a infec��o confirmada, em Divin�polis –, a reportagem do Estado de Minas pesquisou a disponibilidade de diagn�sticos na rede particular. Dos 10 maiores estabelecimentos consultados no per�metro da Avenida do Contorno, na Regi�o Centro-Sul da capital, apenas tr�s ofertam os testes, e a diferen�a de pre�o supera os 100%.
A amplia��o dos meios para se conseguirem os diagn�sticos foi encarada como positiva por integrantes da comunidade m�dica. “Enxergo como uma �tima op��o. Na verdade, o exame por enquanto s� pode ser considerado positivo para o v�rus pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz). � mais uma op��o que pode ser utilizada caso a quantidade de suspeitas aumente muito”, afirma a vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Virg�nia Andrade. Ou seja: testes feitos por outros laborat�rios necessitam de contraprova da Fiocruz para ser considerados v�lidos. Foi o que ocorreu no caso da moradora de Divin�polis diagnosticada com a doen�a ap�s fazer o exame em BH e ter o resultado validado pelo laborat�rio oficial.
A infectologista pondera, no entanto, que o ideal seria que os laborat�rios pudessem disponibilizar coletas de exames nas casas dos pacientes, pois todas as vezes que uma pessoa com suspeita de contamina��o vai a um local de aglomera��es, como postos de sa�de, unidades de pronto-atendimento e hospitais, uma janela de dissemina��o do coronav�rus acaba sendo aberta. “A coleta domiciliar realmente reduz esses riscos. O ideal seria que a pessoa que manifestou os sintomas aguardasse pelo diagn�stico na sua casa, sem manter contato com outras pessoas. Mas n�o � o que ocorrer� na maioria dos casos”, considera a vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia.
Entre os laborat�rios pesquisados pelo EM, apenas as redes Hermes Pardini e S�o Marcos ofertam a coleta domiciliar, enviando uma equipe protegida e com equipamentos pr�prios para recolher secre��es das vias a�reas do paciente para os exames. O custo, por enquanto, no caso do Hermes Pardini, � de R$ 250, que podem ser pagos por qualquer pessoa, com possibilidade de pagamento e ressarcimento pelo plano em caso de necessidade urgente antes da publica��o da portaria da ANS. O diagn�stico sai em dois dias, segundo informa��es do servi�o de atendimento da rede.
Quanto ao S�o Marcos, n�o h� custo adicional para o servi�o a domic�lio. Os laborat�rios da rede n�o deixam de atender pacientes que comparecerem nas unidades f�sicas e, caso a pessoa com suspeita compare�a no local desprotegida, a equipe disponibiliza m�scaras para evitar a prolifera��o da enfermidade. Os pacientes tamb�m recebem avental descart�vel para utiliza��o durante a coleta.
Outro laborat�rio que faz os exames para detectar o COVID-19 na regi�o mais adensada de Belo Horizonte tem sistemas diferentes. O laborat�rio Oswaldo Cruz e Souza Lima, por enquanto, s� realiza o diagn�stico por pedido m�dico e encaminhamento do Hospital Life Center.
A infectologista Virg�nia Andrade afirma que h� cuidados espec�ficos, mas que � preciso cuidado com as recomenda��es, para n�o criar p�nico desnecess�rio. “A pessoa com suspeita de infec��o deve comparecer com uma m�scara e logo que chegar ao posto de sa�de ou laborat�rio precisa se identificar como caso suspeito de COVID-19. O procedimento adequado � lev�-la para um local aberto e isolado ou local pr�prio, afastado dos demais pacientes. Dessa forma a possibilidade de cont�gio � reduzida”, explica.
Sem p�nico
A infectologista Virg�nia Andrade afirma que h� cuidados espec�ficos, mas que � preciso cuidado com as recomenda��es, para n�o criar p�nico desnecess�rio. “A pessoa com suspeita de infec��o deve comparecer com uma m�scara e logo que chegar ao posto de sa�de ou laborat�rio precisa se identificar como caso suspeito de COVID-19. O procedimento adequado � lev�-la para um local aberto e isolado ou local pr�prio, afastado dos demais pacientes. Dessa forma a possibilidade de cont�gio � reduzida”, explica.
A previs�o � de que hoje a Funda��o Ezequiel Dias (Funed) comece a processar as amostras de casos suspeitos em Minas Gerais. Antes, as amostras tinham de ser enviadas para a Funda��o Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, em um processo com diagn�stico em at� 72 horas. Com a mudan�a, a expectativa � de que o laborat�rio da Funed, ligado � Sa�de estadual, reduza esse prazo para 48 horas.
Pacientes podem buscar unidades b�sicas de sa�de
Os procedimentos para identifica��o, conten��o e tratamento dos pacientes do COVID-19 seguem um protocolo que difere dependendo de cada caso. Segundo a Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais, pessoas que apresentarem os sintomas e tiverem contato com caso suspeito ou tiverem viajado para pa�ses com foco da doen�a nos 14 dias anteriores dever�o buscar a unidade b�sica de sa�de mais pr�xima. A previs�o � de que o paciente receba imediatamente uma m�scara cir�rgica e seja conduzido a uma sala isolada. Os profissionais que far�o o atendimento devem usar prote��o com m�scara respirat�ria do tipo N95 (efici�ncia de 95%), prote��o ocular, luvas, gorro e avental descart�vel. Se ficar configurado que o caso � suspeito, o profissional deve notific�-lo imediatamente, para que se possa coletar amostras de secre��o para exame.
A coleta domiciliar, no SUS de Minas, poder� ocorrer em caso de necessidade e conforme organiza��o de cada munic�pio quanto �s equipes de Aten��o Prim�ria � Sa�de e/ou Servi�o de Atendimento Domiciliar. “Se considerado caso leve, sem sinais de gravidade, deve-se, preferencialmente, realizar isolamento domiciliar do paciente. Nos casos graves, sem indica��o de interna��o em terapia intensiva, o paciente deve ser internado em hospitais com leito de isolamento. Nos casos com indica��o de terapia intensiva, o paciente deve ser internado em UTI, de prefer�ncia em hospitais com leito de isolamento”, informou a Sa�de estadual.
Rede privada
Poucos laborat�rios particulares em BH disp�em de exames para detectar o novo coronav�rus
» 10 laborat�rios no interior da Avenida do Contorno foram procurados pelo EM
» Sete deles n�o fazem exames para detec��o do COVID-19
» Entre os que fazem, a varia��o do pre�o dos exames � de 124% (de R$ 250 a R$ 560) para pacientes particulares
» A Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar (ANS) determinou que os planos de sa�de assumam os custos dos testes para seus segurados, mas a medida ainda precisa ser regulamentada
Apenas exames em domic�lio, com pedido m�dico
Laborat�rio Hermes Pardini
» Valor: R$ 250
» M�todo: Coleta de secre��o das vias a�reas
» Diagn�stico: 2 dias
» Cuidados: Higieniza��o, utiliza��o de m�scaras
Exames somente nas unidades laboratoriais
Laborat�rio S�o Marcos
» Valor: R$ 560, em at� 6 vezes sem juros
» M�todo: Coleta de secre��o das vias a�reas
» Diagn�stico: 5 dias
» Cuidados: Uso de m�scaras, higieniza��o das m�os e luvas
S� por encaminhamento m�dico
Laborat�rio Oswaldo Cruz e Souza Lima
» Valor: R$ 290
» M�todo: Coleta de secre��o das vias a�reas
» Diagn�stico: 4 dias
» Cuidados: Material � coletado e encaminhado pelo Hospital Life Center
Fontes: Pesquisa da reportagem, SES-MG e SMSA