Nos aglomerados e ocupa��es das grandes cidades, seguir as orienta��es para isolamento social dadas pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e o Minist�rio da Sa�de torna-se, na pr�tica, imposs�vel. Casas e barrac�es s�o compartilhados, muitas vezes, por pessoas de v�rias gera��es da mesma fam�lia. Os idosos sofrem mais com a dif�cil condi��o neste momento da pandemia.
Eles s�o as pessoas mais vulner�veis �s complica��es da COVID-19, de acordo com a OMS e, por isso mesmo, essa parcela da popula��o, representada no Brasil por cerca de 33 milh�es acima de 60 anos, deve adotar o isolamento social absoluto. Contudo, idosos costumam dividir o espa�o nos aglomerados com filhos, netos e bisnetos. O Estado de Minas visitou fam�lias nessas condi��es em Belo Horizonte e constatam a realidade de idosos que vivem em duplo risco.
No Aglomerado da Serra, a equipe do EM visitou a casa de Neuza das Merc�s, de 74 anos, que vive com a filha, o genro, dois netos, duas bisnetas e outro idoso de quem ela tamb�m cuida. Ao todo, s�o oito pessoas morando em uma casa de tr�s quartos. “Infelizmente, se um familiar da gente pegar esse v�rus, n�o tem como se isolar, todos da casa v�o pegar tamb�m”, afirma.
O momento na fam�lia � de adapta��o. “Eu gostava muito de abra�ar meus netos, agora n�o posso mais. Todos ficam nos quartos. A gente se sente muito sozinha e desprezada”, reclama dona Neuza, que n�o v� a hora de o isolamento social acabar.
Para a aposentada, que sustenta a fam�lia, a dificuldade financeira tamb�m tem pesado muito. “Aqui, s� minha filha est� trabalhando, os outros est�o desempregados, ou n�o est�o podendo trabalhar agora. Ent�o, nossa renda certa mesmo � a da minha aposentadoria. Todos n�s precisamos muito dela”, conta. Se a situa��o j� n�o era f�cil antes da pandemia do novo coronav�rus, agora est� ainda mais dif�cil. “Tudo encareceu. O arroz est� l� em cima, o �lcool em gel todo dia encarece mais. O governo precisa olhar pra n�s”, reclama Neusa.
Na ocupa��o Vit�ria, em Santa Luzia, na Grande BH, a situa��o se repete. Isolamento social para Od�lia F�lix, de 77 anos, � uma orienta��o imposs�vel de ser seguida. Ela divide um barrac�o com a filha, o genro e uma neta, de 16 anos, que est� gr�vida.
Od�lia j� sofreu dois acidentes vasculares cerebrais (AVC), usa fralda geri�trica e tem mobilidade reduzida. Para ela, ter pessoas por perto � quest�o de sobreviv�ncia.“Deus me livre se eu contrair essa doen�a porque n�o teria como eu me isolar da minha m�e. Ela precisa de cuidados o tempo todo”, comenta a filha de Od�lia, Laudeci Rocha.
Cuidados
Antes da pandemia, Laudeci levava a m�e todos os dias para caminhar na rua pr�xima de casa. Elas desciam as escadas que separam a casa de uma garagem e, assim, chegavam � rua, para que dona Odil�a fosse � ‘vendinha’ mantida pela fam�lia. Ali, ela permanecia algum tempo se distraindo com os fregueses e vendo o movimento de pessoas.
A igreja tamb�m era uma forma de contato com o mundo exterior � casa para dona Od�lia. “Agora, tem ficar trancada em casa. O m�ximo que faz � chegar � varandinha que fica na frente da minha casa”, conta a filha. Pra driblar os pre�os altos do �lcool em gel, a fam�lia faz a higieniza��o das m�os com �gua e sab�o. “Estamos economizando o �lcool em gel. Quando sa�mos, assim que voltamos pra casa, tiramos a roupa e tomamos banho. Passei a lavar a minha m�o v�rias vezes ao dia. Temos tomado o m�ximo de cuidado com ela”, comenta Laudeci.
A constru��o simples, de pequenos c�modos, onde a fam�lia de Od�lia mora, fica numa rua sem pavimenta��o e de acesso dif�cil at� pra carros. A casa fica nos fundos da venda que Laudeci abriu com o marido, que est� desempregado. O sustento da fam�lia vem da mercearia e do que sobra da aposentadoria da idosa. “A renda da nossa merceariazinha � bem pouca porque aqui � um bairro novo e n�o tem muito movimento. Da aposentadoria da minha m�e n�o sobra muito depois que compramos os rem�dios e fraldas que ela precisa usar. Ent�o, est� sendo bem dif�cil”, revela Laudeci.
O que � o coronav�rus?
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o coronav�rus � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.
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