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Estado de Minas CORONAV�RUS

Como motoristas de app t�m reagido a corridas cujo destino � unidade de sa�de?

Condutores de aplicativos relatam tens�o em tempos de pandemia. Al�m de amargar queda dr�stica no servi�o, temem cont�gio


postado em 11/04/2020 18:38 / atualizado em 11/04/2020 19:03

Motoristas redobram atenção com higienização do carro (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Motoristas redobram aten��o com higieniza��o do carro (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Matheus Felipe de Souza Rocha tem 34 anos e � motorista de aplicativo h� tr�s anos e meio. Optou pela profiss�o depois de perder o emprego no ramo da hotelaria. Agora, em tempos de pandemia do novo coronav�rus, ele enfrenta dois grandes desafios: a queda dr�stica do n�mero de viagens e a vulnerabilidade ao se expor � contamina��o pela COVID-19. Mas como motoristas est�o reagindo a corridas cujo destino final � uma unidade de sa�de? O Estado de Minas conversou com tr�s condutores de aplicativo que contam a apreens�o de rodar pela capital mineira nesse per�odo em que a doen�a avan�a. 

"O volume de chamadas despencou. Temos trabalhado mais horas, mas a produ��o caiu demais", conta Matheus Felipe. Ele conta que a grande maioria das corridas que ele tem atendido � para supermercados e casa de parentes ou amigos. E, apesar da recomenda��o de isolamento, afirma que muitos encontros sociais continuam acorrendo normalmente.

Apesar do grande n�mero de pessoas com suspeita da COVID-19 na capital mineira, ele n�o detectou poss�vel aumento no volume de corridas para unidades hospitalares. Entretanto, teme esse tipo de chamada: "Eu tenho medo quando vejo que o destino final � um hospital. Alguns colegas n�o tem, mas eu acho muito perigoso".

Na avalia��o dele, os hospitais seriam os maiores focos de prolifera��o de todas as doen�as. Ent�o, opta por cancelar a corrida. "Sei que as pessoas precisam do atendimento, mas pra n�s � muito arriscado", lamenta.

E n�o � s� essa precau��o que ele tem tomado para n�o se infectar. Ele conta que limpa todo o interior do carro com um pano �mido e solu��o de �gua com �gua sanit�ria pelo menos duas vezes por dia. Ma�anetas, puxadores, cinto, painel e assoalho s�o muito bem higienizados. "Al�m disso, em nenhuma hip�tese eu trabalho com os vidros fechados e ar-condicionado ligado. Se o cliente exigir, eu cancelo a corrida sem custo e pe�o que ele chame outro motorista", acrescenta.

Pano para o passageiro que venha a tossir e kit limpeza no porta-malas. Essas s�o algumas das muitas medidas de cuidado em tempos de pandemia adotadas por  Augusto Cezar de Araujo, de 49, que engrossa o n�mero de motoristas que circulam pela cidade. Ele explica que � uma rotina de muita apreens�o. "Mas o mais agravante em tempos de pandemia � com rela��o � fam�lia. Ficamos com receio de dar um simples abra�o, pois, s� em imaginar que voc� possa pegar e transmitir, � muito tenso", lamenta.

Com rela��o �s chamadas relacionadas aos hospitais, ele as mant�m: "At� momento, praticamente, levei somente profissionais da �rea da sa�de. As poucas pessoas que levei – que n�o trabalhavam no setor –, aparentemente n�o apresentavam sintomas. Tamb�m n�o relataram", disse. Mas quando Augusto observa que o destino ser� alguma unidade de sa�de, ele fica mais atento a poss�veis sinais do passageiro.

Jo�o Rodrigues Cordeiro J�nior, de 46, � de Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Ele afirma que tem mais temor em aceitar uma corrida que tenha como origem um supermercado do que de um passageiro que v� ou saia de um hospital. "Estamos apreensivos o tempo todo. Mas eu tenho muito mais medo de ser contaminado quando busco uma fam�lia em um supermercado. Pois muitos n�o levam as recomenda��es a s�rio. Tenho medo de pegar um desses passageiros com grandes sacolas de compras", pontua.

Al�m do mais, segundo ele, as pessoas que est�o se deslocando para unidades de sa�de est�o mais precavidas: "J� est�o com m�scaras".

A vice-presidente do Sindicato dos Condutores de Ve�culos que Utilizam Aplicativos do Estado de Minas Gerais (Sicovapp), Simone Almeida, confirma que o perfil do servi�o mudou. Depois que da edi��o do decreto que suspende funcionamento comercial e atividades com potencial de aglomera��es de pessoas, houve uma severa diminui��o de �nibus em Belo Horizonte. Isso fez com que a popula��o procurasse mais o transporte por aplicativo em hor�rios em que a oferta de coletivos � menor.

"N�o notamos o aumento de viagens com destino ou in�cio em hospitais por passageiros comuns e, sim, por profissionais da sa�de e da seguran�a p�blica ap�s as 22h", diz Simone.


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