O secret�rio de Estado de Sa�de de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, afirma que a restri��o � circula��o de pessoas � essencial para que o “furac�o” causado pelo pico de casos do novo coronav�rus atinja Minas Gerais e seja menos impactante, como uma “ventania”. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, Amaral disse que a poss�vel flexibiliza��o do isolamento social depende da “resposta” dada pela doen�a. “Os estudos est�o em andamento, mas n�o significa que vamos coloc�-los em pr�tica amanh�. Vai depender do avan�o do n�mero de casos”, explica. Ele informou que se preocupa com o avan�o da doen�a em tr�s regi�es: a Grande BH a �rea que circunda Juiz de Fora (Zona da Mata) e as cidades pr�ximas a Uberaba e Uberl�ndia, no Tri�ngulo.
Na semana passada, o senhor falou que Minas entraria no ‘olho do furac�o’ do coronav�rus. Ele j� chegou ao estado? Qual a proje��o para os pr�ximos dias?
Estamos de olho no furac�o, mas ele ainda n�o chegou. As medidas de isolamento t�m o objetivo de fazer com que Minas pegue uma ‘ventania’, mas n�o o furac�o. A �ltima proje��o feita fala que o pico da “curva” de casos estaria entre 3 e 4 de maio. Precisamos ter cuidado com contas do tipo, pois elas sofrem interfer�ncia constantemente. A cada dia, as proje��es se modificam um pouco.
O governador falou em divulgar, nesta semana, um protocolo de flexibiliza��o do isolamento no interior. O senhor, por sua vez, tem dito que o isolamento � a �nica forma de evitar a prolifera��o. Qual a posi��o da secretaria sobre o afrouxamento das medidas?
O governador e eu estamos extremamente alinhados, estudando o impacto de cada medida. As secretarias est�o analisando juntas os riscos de cada uma. Isso � o que chamamos de protocolo. Os estudos est�o em andamento, mas n�o significa que vamos coloc�-los em pr�tica amanh�. Vai depender do avan�o dos casos. Estamos em uma maratona, n�o � uma corrida de 100 metros. Tudo tem rela��o com a “resposta” dada pela doen�a.
Quais regi�es do estado mais preocupam?
A regi�o metropolitana tem maior n�mero de casos. Isso nos chama muito a aten��o. O entorno de Juiz de Fora e as cidades pr�ximas t�m tido aumento importante de casos. H� um centro de opera��es de emerg�ncia em sa�de e o gabinete de crise tomando conta de l�. Tamb�m h� um n�mero maior de casos na regi�o de Uberl�ndia e Uberaba.
A Secretaria de Sa�de recebeu algum tipo de ajuda efetiva do Minist�rio da Sa�de?
O minist�rio tem enviado materiais para exames PCR, repassou 50 kits de CTIs e, no m�s passado, encaminhou cerca de R$ 100 milh�es. Este m�s, chegaram R$ 16 milh�es extras. Temos rela��o muito boa com o Minist�rio da Sa�de.
Os testes r�pidos repassados pelo governo federal j� chegaram ao estado?
Recebemos 50 mil testes r�pidos. Existe negocia��o com o minist�rio, e n�o � s� em Minas Gerais, para definir, com clareza, como vai ser a utiliza��o deles, pois o n�mero de testes � pequeno. Vai ter que haver prioriza��o [no p�blico-alvo dos exames r�pidos]. Estamos vendo se os testes v�o ficar sob gest�o do estado ou dos munic�pios.
Como est� o funcionamento dos laborat�rios respons�veis pelos testes da doen�a? O prazo para a libera��o dos resultados diminuiu?
Com a UFMG, a Funda��o Hemominas e a Funed estamos praticamente acabando com a fila de exames pendentes. Nossa capacidade operacional � de mil exames por dia e, dos 9 mil testes encaminhados � Funed, 8.551 est�o feitos. A ideia �, a partir de agora, se a demanda for mantida, liberar os resultados entre 48 e 72 horas ap�s a coleta. Os laborat�rios [da rede estadual anunciada pelo governo] est�o sendo operacionalizados, mas precisamos ir com um pouco de calma, por conta da disponibilidade de testes e aparelhos. Isso n�o pode ser feito ‘a toque de caixa’. � preciso, tamb�m, treinamento e habilita��o das equipes.
A secretaria trabalha com formas regionalizadas de enfrentamento � COVID-19?
Isso faz parte dos protocolos que estamos seguindo. A doen�a n�o tem a mesma intensidade em todas as regi�es. Elas tamb�m n�o t�m a mesma capacidade de rea��o. Pensar de forma regionalizada faz parte da nossa l�gica.