
Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte alegou que informa��es individuais sobre o quadro cl�nico de profissionais de sa�de � sigilosa. E assegurou que n�o h� falta de equipamentos de seguran�a, mas "uso racional".
Enfermeiros, t�cnicos e m�dicos relatam preocupa��o com uma poss�vel escassez e restri��es no uso de equipamentos de prote��o individual (EPI’s), essenciais para a seguran�a tanto de profissionais da sa�de quanto dos pacientes. Por outro lado, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) divulgou levantamento informando que 366 trabalhadores da linha de frente no combate � pandemia est�o afastados, assegurando que os reflexos na capital mineira s�o bem menores que outros grandes centros urbanos, como S�o Paulo.
Um dos profissionais de sa�de da UPA Leste, que preferiu n�o ser identificado, apontou que um dos pontos de maior preocupa��o � com rela��o ao uso restrito de EPI’s. “Est� sendo regrado o uso. Recebemos um capote descart�vel, um gorro e, no caso das m�scaras, podemos usar at� tr�s no turno de 12 horas, mas, �s vezes, recebemos apenas uma. No caso da (m�scara) N-95, m�dicos t�m acesso liberado, enquanto enfermeiras e t�cnicos somente caso o paciente apresente sintomas cl�ssicos”, relata.
Os dados utilizados pela PBH, divulgados pela Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA), s�o referentes ao per�odo de 21 de mar�o ao dia 13 deste m�s. Dos 366 profissionais afastados, 16 da linha frontal de atendimento � infec��o testaram positivo, enquanto outros 350 aguardam os resultados de seus exames. O n�mero, segundo a administra��o municipal, � 88% menor que na capital paulista, onde esse total chega a 3.055 casos.
Em Belo Horizonte, outros 663 profissionais de sa�de chegaram a apresentar s�ndrome gripal com os mesmos sintomas da COVID-19, como febre, tosse, cansa�o e dificuldade respirat�ria, mas foram descartados, somando um total de 1.044 trabalhadores que tiveram de se afastar em algum momento. A falta de divulga��o dos n�meros causou embate entre a PBH e o Sindicato dos Servidores P�blicos Municipais de Belo Horizonte (SINDIBEL).
Presidente do sindicato, Israel Arimar de Moura indicou que j� havia feito requerimentos verbais para saber os dados e que estava pronto a acionar a Justi�a, como feito em pelo menos dois outros casos. O Sindibel ajuizou a��es na 3ª Vara dos Feitos da Fazenda P�blica Municipal pedindo que a PBH se manifeste sobre a situa��o do fornecimento das m�scaras cir�rgicas, estoque, aquisi��es e tempo de uso e que sejam afastados da linha de frente os trabalhadores que est�o em grupos de risco.
“Apoiamos as pol�ticas de isolamento social adotadas no munic�pio, mas a garantia dos EPI’s para os servidores � fundamental para a quest�o de seguran�a dos servi�os essenciais, n�o s� da sa�de, mas seguran�a p�blica, como tamb�m para a continuidade desses servi�os”, comentou Israel.
“Estamos fazendo levantamentos de profissionais infectados, mas pedimos a divulga��o dia a dia, ou pelo menos a cada semana. Tamb�m recebemos relatos de que equipamentos que n�o chegam a profissionais de apoio na linha de frente e que eles n�o recebem materiais adequados. Precisamos dessas informa��es”, complementou o dirigente sindical.
PREFEITURA NEGA PROBLEMAS
De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, o uso de EPI dos servidores segue as recomenda��es de especialistas e a rede SUS na cidade estaria abastecida nesse sentido contra a COVID-19. Ainda segundo a nota da PBH, "est� sendo feito o uso racional destes insumos".
A PBH diz que, no per�odo de 21 de mar�o a 13 de abril foram testados 1.044 profissionais de sa�de, de servi�os p�blicos e privados. Deste total, 1,5% testaram positivos (16 casos), 63,5% negativos (663) e o restante, 350, est�o em an�lise. Para os que havia suspeita foi estabelecido isolamento domiciliar at� resultado do exame.
A prefeitura diz, ainda, ter afastado por seguran�a os profissionais com idade superior a 60 anos, gestantes e os comprovadamente imunossuprimidos.
Conselho Federal de Enfermagem aponta vulnerabilidade
Em nota, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) apontou a vulnerabilidade de enfermeiros. De acordo com o conselho, at� essa ter�a-feira (14), 17 desses profissionais morreram com suspeita ou confirma��o de infec��o pela COVID-19 no Brasil.