postado em 19/04/2020 04:00 / atualizado em 18/04/2020 21:37
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
''Era um sonho conseguir trabalhar na minha �rea e em uma empresa que admiro muito, porque respeita os profissionais''
Adriana Freitas de Souza, enfermeira
A pandemia da COVID-19 provocou a paralisa��o de diversas atividades econ�micas e causou o desemprego de muita gente. Mas h� quem esteja na contram�o dessa tend�ncia e renovou as esperan�as em momento t�o dif�cil, justamente por ter conseguido uma nova ocupa��o.
� o caso da enfermeira Adriana Freitas de Souza, de 38 anos. Depois de quatro anos atuando de forma aut�noma e em trabalhos tempor�rios, ela finalmente realizou o sonho de ter carteira assinada, em decorr�ncia da crise causada pelo novo coronav�rus.
“Confesso que fiquei surpresa em ser contratada, pois muitos foram afastados pela pandemia e eu efetivada. Espero muito continuar quando passar o per�odo de experi�ncia, pois ter carteira assinada � melhor tanto em termos de seguran�a quanto na quest�o salarial”, afirma ela, que coleta material e realiza exames em domic�lio para o laborat�rio Hermes Pardini, um dos maiores do Brasil. “Era um sonho conseguir trabalhar na minha �rea e em uma empresa que admiro muito, porque respeita os profissionais.”
Prestando servi�o desde 14 de mar�o, ela chegou a temer n�o dar continuidade ao trabalho. Mas acabou contratada em 8 de abril, em meio ao isolamento social e restri��es � circula��o. Agora, vive a expectativa de ser mantida quando passarem os tr�s meses de experi�ncia “Quero continuar estudando, fazendo cursos, me atualizando. E ser contratada era o que eu precisava para fazer isso.”
Se � natural que empresas de sa�de contratem durante a pandemia em virtude do aumento da demanda, em outros setores nem tanto. Mas nem por isso est�o deixando de aumentar seus quadros de trabalho. O publicit�rio Marcelo Ferreira Batituci, de 41, por exemplo, chegou a temer ter de recorrer ao seguro-desemprego depois de perder o emprego em fevereiro e ver a pandemia ser decretada pela Organiza��o Mundial da Sa�de. Por�m, acabou aprovado em processo seletivo do Banco Mercantil do Brasil, onde come�ou a trabalhar na semana passada.
“Voc� v� tanta gente perdendo o emprego e, olha, posso dizer que me sinto privilegiado. Tenho absoluta consci�ncia disso. Muitos amigos empres�rios demitindo, todos muito tristes com a situa��o, � por falta de alternativa mesmo. Ent�o, n�o tem outra palavra: privil�gio”, comenta ele, que atuava em outra institui��o financeira e agora, como muitos profissionais, est� em sistema de trabalho remoto, em casa.
Ter nova oportunidade em meio a uma situa��o t�o ca�tica d� dose extra de motiva��o ao publicit�rio. Afinal, como todas as empresas, o banco est� tendo de rever todos os processos de trabalho e, principalmente, de ser muito claro na comunica��o com os clientes e parceiros em um momento de temor geral.
“Fiquei at� mais entusiasmado do que se n�o estiv�ssemos em meio � pandemia. A demonstra��o do valor que a empresa viu em voc� sobe de patamar, pois n�o � todo mundo que est� contratando neste per�odo, ao contr�rio. H� urg�ncia de voc� estar l� e isso aumenta a responsabilidade, mas tamb�m o desejo de corresponder”, diz Batituci, que calcula em quatro vezes o aumento na quantidade de informa��o que tem de dar � sociedade. “H� uma inseguran�a muito grande, principalmente para uma institui��o financeira. � preciso manter o contato, inclusive com parceiros, comunicando de forma segura e coesa.”
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
''Voc� v� tanta gente perdendo o emprego e, olha, posso dizer que me sinto privilegiado. Tenho absoluta consci�ncia disso''
Marcelo Ferreira Batituci, publicit�rio
NO INTERIOR Os exemplos n�o v�m s� da capital. No interior de Minas tamb�m h� quem comemore um novo trabalho depois de per�odo desempregado. Caso de Daniel C�ndido Guimar�es, de 40. Depois de passar os quatro primeiros meses do ano sem ocupa��o, foi contratado como auxiliar de produ��o pela Farmax, que fabrica itens como acetona, soro fisiol�gico, �lcool em gel, bicarbonato e sabonetes.
Ele come�ou a trabalhar em 2 de abril e n�o esconde a alegria. “Acho que sou o cara mais feliz do mundo agora. Sinto-me muito valorizado em um momento t�o dif�cil para todos”, afirma. Isso � real�ado, segundo ele, pelas condi��es de trabalho que recebeu e tamb�m pelo que ajuda a produzir. “S�o produtos que v�o para dentro da casa das pessoas e que podem ajudar a melhorar ou at� salvar vidas”, afirma Daniel, referindo-se �s recomenda��es das autoridades para se redobrarem os cuidados com a higiene nesta �poca de pandemia.
(foto: Henrique Pimentel/Divulga��o)
''Foi bacana ver a empresa ir por um caminho diferente, se estruturando ainda mais, tendo a vis�o de que � preciso investir. Isso me motivou
ainda mais''
Luciano Auto, diretor comercial
Novos caminhos para atua��o
Se h� setores especialmente afetados pelas medidas para conter a dissemina��o do novo coronav�rus, como turismo, avia��o, hotelaria, outros podem se expandir na crise. E n�o apenas na ind�stria. O setor de tecnologia, por exemplo, tem buscado oferecer servi�os que ajudem as pessoas a superar o momento dif�cil, inclusive protegendo a sa�de. E assim, est� contratando profissionais para ajudar no processo.
Um desses contratados � Luciano Auto, que assumiu a dire��o comercial da Biomtech em 12 de mar�o, pouco antes das medidas restritivas �s atividades econ�micas impostas pelas autoridades. Ele chegou a temer n�o conseguir desempenhar a fun��o, mas agora aposta no crescimento dos neg�cios.
“Realmente, temi que abortassem o projeto, mas foi bacana ver a empresa ir por um caminho diferente, se estruturando ainda mais, tendo a vis�o de que � preciso investir. Isso me motivou ainda mais, me fez buscar engajamento ainda maior nas tarefas. Com isso, consigo passar para a equipe tudo que � necess�rio fazer”, afirma Auto.
Entre as apostas est� a venda e implanta��o de sistemas de reconhecimento facial, considerados adequados � atual realidade, onde qualquer contato f�sico � considerado perigoso, seja com pessoas ou objetos. Com isso, elimina a necessidade de funcion�rios usarem digitais para registrar as jornadas.
“Nossas perspectivas s�o muito boas. Claro que temos de estar atentos ao dia a dia do mercado, das decis�es das autoridades, mas a tend�ncia � contratar, principalmente na �rea de vendas, pois a demanda deve aumentar”, declara ele.
Outro setor que est� contratando, al�m obviamente da sa�de, � o de supermercados. Uma �ncia rede, o Carrefour, anunciou h� alguns dias a abertura de 5 mil vagas, entre operadores de caixa, repositores, padeiros, t�cnicos em manuten��o, a�ougueiros, operadores de centro de distribui��o e vendedores de eletrodom�sticos.
O que � o coronav�rus?
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19: