
Se a vida de um migrante ou refugiado j� era dif�cil ao chegar em terras estrangeiras, ter sua situa��o regularizada, conseguir entender e conviver com uma nova cultura, se estabelecer econ�mica e socialmente, imagine perante um isolamento social provocado por uma pandemia. S�o in�meros os casos de pessoas que perderam o emprego, que n�o conseguem ter uma fonte de renda ou um meio de sobreviv�ncia, que sequer sabem se expressar na l�ngua local para buscar suprimento �s suas necessidades.
Compreender a legisla��o brasileira e saber a quem se dirigir nesse momento de quarentena, talvez seja a primeira necessidade de um migrante ou refugiado em qualquer parte do mundo. Um movimento de solidariedade se alastra entre a sociedade e entidades para informar, assistir e acolher essas pessoas em situa��o de vulnerabilidade.
Em Belo Horizonte, o Servi�o Jesu�ta a Migrante e Refugiado (SJMR) criou um Cadastro de Avalia��o para Assist�ncia Emergencial, atrav�s do link https://bit.ly/cadastrosjmrbh onde o estrangeiro preenche um formul�rio, passa por uma avalia��o e � encaminhado aos servi�os que atendam �s suas necessidades. As d�vidas podem ser respondidas pelo telefone 31 99210-3434. Somente na semana passada foram distribu�das 95 cestas b�sicas.
O servi�o ajuda, via telefone, a preencher os formul�rios para acesso � assist�ncia governamental de R$ 600. Um grupo de analistas sociais faz cadastramento, enumera as prioridades. Os colaboradores do SJMR pedem que acessem somente as pessoas em real necessidade, para n�o congestionar o sistema, explica o coordenador do SJMR BH, Marcelo Ant�nio Lemos.
O servi�o ajuda, via telefone, a preencher os formul�rios para acesso � assist�ncia governamental de R$ 600. Um grupo de analistas sociais faz cadastramento, enumera as prioridades. Os colaboradores do SJMR pedem que acessem somente as pessoas em real necessidade, para n�o congestionar o sistema, explica o coordenador do SJMR BH, Marcelo Ant�nio Lemos.
Ajuda emergencial na Grande BH
De acordo com Marcelo Ant�nio Lemos, coordenador do SJMR BH, comunidades de Belo Horizonte e regi�o metropolitana est�o recebendo ajuda emergencial que tem apoiado as fam�lias com cestas b�sicas de alimenta��o e kits de higiene. “Na �ltima semana, 96 cestas foram entregues em Belo Horizonte, Contagem, Betim, Ribeir�o das Neves, Sabar� e Nova Serrana, beneficiando mais de 400 pessoas.”
Para esse aux�lio, o Servi�o contou com aporte emergencial da Prov�ncia dos Jesu�tas Brasil, doa��es da Faculdade de Filosofia Jesu�ta (FAJE) de Belo Horizonte, “al�m da parceria colaborativa para o apoio humanit�rio chegar aos migrantes e refugiados do Projeto Ler e da Pastoral Universit�ria da PUC Minas, das Irm�s Filhas de Jesus, do Projeto Pr�-Imigrantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Associa��o de Migrantes Haitianos de Contagem, e volunt�rios (as) que t�m fortalecido nossas a��es de prote��o e integra��o social, durante a pandemia de Covdi-19.”
Para esse aux�lio, o Servi�o contou com aporte emergencial da Prov�ncia dos Jesu�tas Brasil, doa��es da Faculdade de Filosofia Jesu�ta (FAJE) de Belo Horizonte, “al�m da parceria colaborativa para o apoio humanit�rio chegar aos migrantes e refugiados do Projeto Ler e da Pastoral Universit�ria da PUC Minas, das Irm�s Filhas de Jesus, do Projeto Pr�-Imigrantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Associa��o de Migrantes Haitianos de Contagem, e volunt�rios (as) que t�m fortalecido nossas a��es de prote��o e integra��o social, durante a pandemia de Covdi-19.”
S�o quatro as frentes de assist�ncia humanit�ria emergencial do servi�o jesu�ta: cesta b�sica com kit higiene; atendimento remoto por telefone apoiando as fam�lias no cadastro do aux�lio emergencial do Governo Federal; apoio para moradia �s fam�lias que n�o podem pagar o aluguel e fomento a iniciativas de gera��o de renda com mulheres migrantes que confeccionam m�scaras de prote��o.
Cinco nacionalidades somam 90%
Os jesu�tas atenderam a 3.690 migrantes no n�cleo de Belo Horizonte em 2019, em sua maioria em BH e Contagem (1.916 pessoas), de 57 nacionalidades. Os haitianos, venezuelanos, colombianos, bolivianos e cubanos, representaram 90% desse atendimento. Juntos as cinco nacionalidades representaram 90%.
A For�a-tarefa Amerek de combate ao coronav�rus, iniciativa coordenada por pesquisadores da UFMG, vem produzindo p�lulas sonoras com orienta��es para o uso de m�scaras caseiras. Os �udios, publicados no Twitter (@amerek_ufmg), esclarecem a maneira correta de colocar, tocar e lavar a m�scara. A iniciativa foi desenvolvida em parceria com o Projeto Pr�-imigrantes, da Faculdade de Letras.
A produ��o e a grava��o s�o de Juliana Juli�o, jornalista do Centro de Comunica��o da UFMG e integrante do Amerek. H� tamb�m vers�es em espanhol e creole dispon�veis neste link.
Coletivo Cio da Terra
O coletivo Cio da Terra, formado para atender a mulheres migrantes e refugiadas, criou uma vaquinha virtual para assistir financeiramente a essas fam�lias. Muitas s�o trabalhadoras aut�nomas e n�o possuem renda fixa, dependem de feiras e eventos que est�o cancelados e n�o tem como vender seus produtos, outras desempregadas ou em trabalhos informais e muitas n�o conseguem receber o aux�lios governamentais como renda b�sica. A vaquinha pode ser acessada pelo link https://vaka.me/1016250 .
A peruana Marinela Herrera Sarmiento, explica que o coletivo foi criado em abril de 2017 “com intuito de juntarmos mulheres de diversas nacionalidades, hist�rias e culturas, para promover a solidariedade, senso cr�tico, autonomia e autoestima entre as refugiadas e migrantes”. O coletivo oferece aulas de portugu�s, forma��o s�cio pol�tica, assist�ncia social e desenvolve projetos de comunica��o e gera��o de rendas.
Durante as restri��es devido � pandemia, tem conduzido a��es que se traduzem na cria��o de uma loja virtual para divulgar os produtos e servi�os de trabalhadoras aut�nomas, aulas online de portugu�s para imigrantes e refugiadas e distribui��o de cestas b�sicas, doadas pelo projeto "Espalhe Cestas". O Cio da Terra conta tamb�m com parcerias importantes, como a do Grupo de Estudos Migrat�rios (GEMALP)/Portugu�s como L�ngua de Acolhimento do CEFET-MG, as do F�rum de Migra��o do Estado de Minas Gerais e do Projeto LER da PUC Minas, a do Projeto Pr�-Imigrantes da UFMG e a das autoras do livro "Entre-lugares: trajet�rias de migrantes, refugiados e ap�tridas".
De acordo com Marinela Herrera, j� integraram as a��es do coletivo mulheres de diversos pa�ses como a Rep�blica do Congo, Haiti, Col�mbia, Peru, Chile, Argentina, Bol�via, M�xico, Equador, Cabo Verde, Senegal. Marinela diz que h� ainda muitas mulheres necessitando de ajuda, “algumas n�o tiveram acesso ao benef�cio do governo, por motivos diversos, por isso promovemos a vaquinha virtual” que pretende atender inicialmente a 40 mulheres em situa��es mais vulner�veis.
De acordo com Marinela Herrera, j� integraram as a��es do coletivo mulheres de diversos pa�ses como a Rep�blica do Congo, Haiti, Col�mbia, Peru, Chile, Argentina, Bol�via, M�xico, Equador, Cabo Verde, Senegal. Marinela diz que h� ainda muitas mulheres necessitando de ajuda, “algumas n�o tiveram acesso ao benef�cio do governo, por motivos diversos, por isso promovemos a vaquinha virtual” que pretende atender inicialmente a 40 mulheres em situa��es mais vulner�veis.
Refugiados haitianos
O haitiano Louis Novinxonn, que mora em Contagem e chegou ao Brasil em 2017, auxilia seus compatriotas na compreens�o das legisla��es, na tradu��o da l�ngua creole ou francesa para o portugu�s e em outras frentes, conta que a quarenta provocou um “novo terremoto”, na vida de seus compatriotas. S�o in�meros desempregados e muitas mulheres, algumas gr�vidas, que perderam seus empregos.
Milhares de haitianos se refugiaram no Brasil ap�s a capital Porto Principe e arredores sofrer um arrasador terremoto em 2010. Uma nova migra��o em massa aconteceu por volta de 2013, diante de uma violenta crise pol�tica. Grande parte dessa migra��o est� em Belo Horizonte e cidades da regi�o metropolitana, principalmente Contagem, Betim e Santa Luzia.
Milhares de haitianos se refugiaram no Brasil ap�s a capital Porto Principe e arredores sofrer um arrasador terremoto em 2010. Uma nova migra��o em massa aconteceu por volta de 2013, diante de uma violenta crise pol�tica. Grande parte dessa migra��o est� em Belo Horizonte e cidades da regi�o metropolitana, principalmente Contagem, Betim e Santa Luzia.
“Existe uma tend�ncia de forma��o de n�cleos entre os imigrantes haitianos, muitas vezes dividindo a mesma casa entre v�rias fam�lias”, revela Ros�ngela da Silva, diretora de educa��o das rela��es �tnico-raciais, direitos humanos e cidadania da Secretaria Municipal de Educa��o de Contagem. Em Contagem, a maioria reside nas regionais Petrol�ndia, Ressaca e Industrial. Dados do cadastro escolar demonstram a forma��o de novos n�cleos na sede e no Eldorado.
Sobre imigra��o
De acordo com a ACNUR, �rg�o da ONU para refugiados, 70,8 milh�es de pessoas s�o for�adas a se deslocar pelo mundo anualmente.
- 41,3 milh�es dentro do territ�rio de seu pr�prio pa�s
- 80% vivem em pa�ses vizinhos
- 37 milh�es s�o for�adas a sair de casa por conflitos ou por alguma forma de persegui��o (pol�tica, religiosa, g�nero, entre outras)