Noventa e cinco por cento dos brasileiros que tentam entrar ilegalmente nos Estados Unidos fazem-no pela fronteira Sul, em El Paso, no estado do Texas. Destes, mais da metade s�o de Minas Gerais, informou ontem em Belo Horizonte, nesta quarta-feira, o adido de imprensa da Embaixada dos Estados Unidos Mark A. Pannell. Segundo Pannell, hoje chegou em Confins o quarto voo fretado neste ano. O aeroporto de destino decorre do fato de a maioria dos passageiros serem de Minas Gerais.
Estima-se que desde 29 de janeiro deste ano, cerca de 400 pessoas tenham sido repatriadas em voos fretados e tamb�m comerciais. “Entre 2018 e 2019 o n�mero de brasileiros que migrou ilegalmente aos Estados Unidos passou para 21 mil, um aumento de 600%”, disse Pannell. “Os Estados Unidos refor�aram a fiscaliza��o migrat�ria na fronteira Sul e, ao mesmo tempo, aprimorou a coopera��o com o Brasil”, disse ele. Advertindo aqueles que t�m inten��o de tentar o ingresso ilegalmente naquele pa�s, Pannell frisou: “N�o tentem”.
Pannell acrescentou: “Nossa mensagem para as fam�lias que est�o considerando ir e cruzar a nossa fronteira ilegalmente � essa. N�s sinceramente pedimos para n�o faz�-lo. N�o vale a pena correr o risco. Coiotes e redes de contrabando de imigrantes s�o perigosos, s�o bons para tomar o seu dinheiro e r�pidos em coloc�-los em situa��es perigosas, e deix�-los sem prote��o, comida ou �gua”. Pannell prosseguiu em seu recado a eventuais imigrantes ilegais, contudo, estimulando aqueles que requerem vistos para viajar legalmente: “� importante saber que em lugar de correr esse risco e perder dinheiro seria melhor investir no futuro de suas fam�lias no seu pr�prio pa�s, no Brasil. Mas ao mesmo tempo queremos destacar que damos as boas vindas aos brasileiros que buscam viagem leg�tima aos Estados e incentivamos aos viajantes a solicitar um visto apropriado para o tipo de viagem”.
Al�m da coopera��o do Brasil para a repatria��o dos imigrantes ilegais – sem autoriza��o do governo brasileiro os voos fretados n�o podem aterrissar e, em solo nacional, a Pol�cia Federal tem recebido os cidad�os repatriados – Pannell apontou outras mudan�as na abordagem da imigra��o ilegal de brasileiros. A solicita��o de asilos, � outra delas. Se antes, ao solicitar asilo o indiv�duo aguardava em solo americano a audi�ncia com juiz e o andamento do processo, agora isso n�o ocorre mais. “Solicitar asilo na fronteira sul dos Estados Unidos n�o permite mais que os migrantes entrem automaticamente e permane�am nos Estados Unidos. O requerente de asilo ter� de esperar fora dos Estados Unidos, num terceiro pa�s, at� a conclus�o do processo judicial”.
Os brasileiros adultos deportados, que n�o est�o cuidando de menores e n�o t�m problemas de sa�de s�o algemados nos voos para a repatria��o, disse Pannell. Ele alegou a necessidade de tal medida por motivo de seguran�a do voo. “A pol�tica do Departamento de Seguran�a Interna � que os voos t�m de ter seguran�a. As pessoas em princ�pio s�o algemadas, mas h� exce��es para crian�as, m�es que est�o com crian�as e pessoas com certas condi��es m�dicas”, afirmou.
As den�ncias de brasileiros de terem sido maltratados durante o per�odo de deten��o nos Estados Unidos tamb�m foram rebatidas por Pannell.”Estamos cientes das declara��es das pessoas, estamos tentando diminuir qualquer situa��o n�o agrad�vel durante a deten��o das pessoas e tentando diminuir o tempo de espera. Mas acho importante reconhecer que as pessoas que est�o nas m�os dos coiotes e contrabandistas, est�o em situa��o bem mais perigosa e de risco do que qualquer situa��o dentro dos Estados Unidos”, afirmou. Pannel disse que no ano passado, o tempo m�dio de espera antes da repatria��o era de 17,7 dias, o que, neste ano, com o fretamento de voos, tem se reduzido bastante. “A nossa inten��o � diminuir o tempo de espera na deten��o, antes de serem repatriados”, considerou.