COVID-19: Mercado Central tem aglomera��es e furo � quarentena
Contrariando decreto de conten��o ao coronav�rus, lojas de artesanatos, flores e bichos abriram as portas; p�blico reclamou da crise, mas fez quest�o de garantir o presente
Movimento no Mercado Central de BH cresce �s v�speras do Dia das M�es (foto: Leandro Couri/EM D.A.Press)
Quem circulasse h� 40 dias pelo Mercado Central de Belo Horizonte - �quela altura vazio e com poucas lojas abertas - certamente conseguiria se sentar no ch�o dos corredores sem ser incomodado. Neste s�bado (9), andar no local sem sofrer esbarr�es exigia aten��o redobrada. O Dia das M�es, comemorado neste domingo (10), intensificou movimento no entreposto. Muitos estabelecimentos n�o essenciais, como floriculturas e chocolaterias - sem permiss�o para funcionar durante a quarentena - abriram as portas de olho na demanda do feriado.
Na se��o de artesanatos, alguns lojistas tentavam justificar as portas abertas. “N�o estamos funcionando, viemos aqui s� para fazer entrega de pedidos feitos on-line”, disse a comerciante da barraca de artigos de palha e vime ao ver as c�meras da reportagem.
J� no estande de utens�lios de cozinha onde o Welington Santos trabalha n�o houve qualquer constrangimento. “At� o governador j� falou que Minas Gerais � refer�ncia no combate � COVID-19. Estamos tomando todos os cuidados, ent�o, n�o vejo problema”, comenta o jovem. O vendedor reconhece que a abertura do com�rcio contraria as medidas de isolamento social impostas pelo prefeito Alexandre Kalil, mas diz n�o ver alternativa diante da crise.
"A gente cumpriu (o isolamento) na primeira semana. S� que, depois, vieram as contas, os impostos n�o param de chegar. Essa loja n�o poderia estar aberta, mas a gente precisa trabalhar, fazer o qu�".
As expectativas para as vendas no Dia das M�es est�o baixas, o rapaz espera vender 60% de queda nos ganhos em rela��o ao ano passado. Resignado, ele diz prefere focar na sobreviv�ncia di�ria. “Diante dessa crise, a gente n�o est� podendo reclamar do movimento aqui no mercado n�o. Ainda est� vendendo. S� que caiu bastante porque n�o tem turistas e a gente depende muito deles. Mas est� bom. Moderado”, avalia.
Alexandre Kana� e Ivina viram ao mercado comprar o presente do Dia das M�es: 'Lembrancinha' (foto: Leandro Couri/EM D.A.Press)
A clientela se queixa da falta de dinheiro, mas n�o deixa a data comemorativa passar em branco. Ivina Paula da Silva passou no mercado com o marido, Alexandre Kana�, para comprar o presente da m�e, al�m dos ingredientes do almo�o do domingo em fam�lia. “Esse ano vai ser s� uma lembrancinha, n�o estamos podendo gastar muito n�o”, destaca a auxiliar administrativa.
O Engenheiro M�rio Lima por sua vez, veio com disposi��o para gastar. Levou para casa belos vasos de orqu�deas, e rosas, previamente encomendados por telefone, para a esposa e para as noras, al�m de ingredientes para a refei��o especial do cl�. “Gastei na casa dos R$ 500 reais, mais ou menos o mesmo valor do ano passado”, conta o senhor de 68 anos.
M�rio Lima n�o economizou nos mimos para a esposa e a nora. 'Gastei cerca de R$ 500' (foto: Leandro Couri/EM D.A.Press)
Conhecido como “Natal das floriculturas”, o Dia das M�es injetou �nimo nos comerciantes de flores. Muitas floras do mercado driblaram o decreto municipal, cercadas por faixas de sinaliza��o, para barrar o fluxo de clientes, e atendimento da porta para fora. “Atendemos com todas as medidas de higiene e uso de �lcool em gel, e isolamos a loja. Mas estamos atendendo mais no delivery, via Whatsapp. O movimento caiu muito em rela��o ao ano passado, mas est� bom. Para hoje, j� temos cerca de 20 encomendas”, comemora a floricultura M�nica Amorim