A Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, composta por 34 munic�pios, j� soma 1.425 casos confirmados e 37 mortes pelo novo coronav�rus. Dessas cidades, apenas oito se mant�m sem nenhum caso confirmado de COVID-19. S�o elas: Baldim, Capim Branco, Confins, Florestal, Nova Uni�o, Rio Acima, Rio Manso e Taquara�u de Minas. A �nica cidade de Minas Gerais com mais de 100 mil habitantes sem registro da doen�a era Vespasiano, que entrou ontem para a triste estat�stica quando a prefeitura confirmou dois pacientes infectados. Em Rio Acima, prefeitura come�a a flexibilizar isolamento social ap�s dois meses de quarentena.
O primeiro caso da COVID-19 em Minas Gerais foi confirmado em 8 de mar�o. Tratava-se de uma mulher, de 47 anos, com munic�pio de resid�ncia em Divin�polis, na Regi�o Oeste do estado, que esteve na It�lia. Na capital mineira, o diagn�stico n�mero um da doen�a s� foi confirmado no dia 16. Um dia depois, veio a not�cia do primeiro caso de transmiss�o comunit�ria – incapaz de identificar a rela��o de transmiss�o do v�rus. Depois disso, os n�meros s� aumentaram. De acordo com o �ltimo balan�o da SES-MG, Belo Horizonte tem 1.048 casos confirmados. Em todo estado s�o 3.950 infectados.
Entre Confins e a capital mineira s�o cerca de 38 quil�metros de dist�ncia. No munic�pio que sedia o aeroporto internacional, de acordo com a prefeitura, a COVID-19 tamb�m n�o chegou. O �ltimo boletim epidemiol�gico divulgado na quarta-feira d� conta de que nove casos suspeitos foram notificados e apenas um est� em investiga��o. Os outros oito foram descartados. H� um m�s – antes mesmo da capital mineira – a cidade estabeleceu uso obrigat�rio de m�scaras e suspendeu, por tempo indeterminado, os alvar�s de localiza��o e funcionamento e autoriza��o emitidos para funcionamento de estabelecimentos comerciais.

Florestal � uma cidade pequena que fica h� cerca de 65 quil�metros da capital e onde vivem 7.200 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). De acordo com a administra��o municipal, n�o h� nenhum caso confirmado de COVID-19 e apenas dois em investiga��o. “J� foram publicados dois decretos para abarcar medidas sanit�rias para os comerciantes, funcionalismo e cidad�os”, informou a prefeitura em nota. A cidade informa que est� investindo em medidas de isolamento social – orientando a popula��o por meio de carros de som e agentes municipais. Al�m disso, na cidade, � obrigat�rio o uso de m�scaras nas ruas e com�rcios, bem como de �lcool em gel em todos estabelecimentos comerciais.
“Os com�rcios est�o funcionando sob fiscaliza��o da Vigil�ncia Sanit�ria. Os templos religiosos funcionam parcialmente, uma vez por semana, com opera��o m�xima de 30 minutos, lota��o m�xima de 30 pessoas, distanciamento m�nimo de dois metros e uso de term�metro”, disse. Embora o munic�pio seja de pequeno porte e possua apenas uma Unidade B�sica de Sa�de (UBS), a cidade providenciou instala��o de um leito para atendimento de casos de COVID-19 dotado de respirador mec�nico.
Rio Acima flexibiliza medidas
A cidade de Rio Acima fica a apenas 37 quil�metros de Belo Horizonte. Apesar da proximidade, n�o tem nenhum caso confirmado do novo coronav�rus e, por isso, a prefeitura come�a a afrouxar as medidas de isolamento social. Segundo o munic�pio, 117 casos suspeitos foram notificados e 25 descartados por meio de exames.
Autorizados por decreto publicado esta semana, as secretarias, departamentos e setores p�blicos voltaram a funcionar com sistema de trabalho presencial em hor�rio integral para os servidores. Desde mar�o, como forma de evitar a transmiss�o em larga escala do coronav�rus, as reparti��es p�blicas estavam no sistema de rod�zio de servidores e regime de home office.
Como medidas de preven��o ao cont�gio da COVID-19, a administra��o municipal instalou barreira sanit�ria, determinou o funcionamento do com�rcio em hor�rios predeterminados com medidas de precau��o (uso obrigat�rio de m�scaras, oferta de �lcool gel para os clientes, limita��o de n�mero de pessoas dentro dos estabelecimentos, distanciamento nas filas), e tamb�m realiza sanitiza��o de ruas com solu��o clorada a cada dois dias.
A estudante Juliana Nogueira mora em Rio Acima h� quatro anos e, mesmo sem acompanhar o notici�rio, percebeu a redu��o no n�mero de pessoas nas ruas, mas mostra certa descren�a quanto � amplitude da pandemia. “Acompanho o dia a dia da cidade. As pessoas t�m uma boa linha de racioc�nio quanto � situa��o por ser uma cidade do interior. N�o acho que a pandemia seja t�o grave como diz a imprensa, mas n�o desacredito de tudo", disse.
O pedreiro Fernando Gon�alves, de 65, integra o grupo de risco e cobra colabora��o da sociedade. “Se um n�o ajudar o outro n�o adianta um usar m�scara. Quanto mais gente usar, mais r�pido vamos passar por isso. Os ‘caras velhos’ fazem caminhada sem m�scara… pra qu�?”, questionou o morador, preocupado tamb�m com a flexibiliza��o da cidade vizinha. “Aqui ainda pode melhorar, mas n�o pode acontecer ‘que nem’ em Nova Lima. O que n�o pode � a gente ficar aqui cuidando e o povo indo beber l�”, adverte, referindo-se ao movimento detectado em estabelecimentos da cidade vizinha.
A aut�noma Tatiana Cristina tamb�m se diz preocupada com a pandemia. "Muitas coisas n�o est�o funcionando, muitas em hor�rio reduzido. A popula��o est� orientada e seguindo as medidas sem problemas. Mas a pandemia � grave e vai ser ainda pior daqui pra frente", observa a moradora.
No restaurante Fim da Trilha, na Regi�o Central da cidade, a comerciante Priscila da Costa Maximo teve de se adaptar para atender os clientes e, mesmo assim, sofre com a redu��o da arrecada��o. “Agora s� trabalho com almo�o. � noite n�o posso funcionar. Est� bem dif�cil porque a gente paga aluguel e n�o � barato. Acho que deveria ter um pouquinho de abertura, com respeito e consci�ncia”, disse a empres�ria, que mora em Rio Acima h� 12 anos e � a favor da flexibiliza��o com responsabilidade para o movimento voltar ao que era antes. “Acho que a pandemia � s�ria. Aqui j� foi uma cidade bem agitada”, comenta.
Novas cidades entram na lista
Com 130 mil habitantes, Vespasiano confirmou ontem dois casos de COVID-19. De acordo com a administra��o municipal, os primeiros registros foram confirmados nos bairros Novo Horizonte e Vila Esportiva. Ao todo, foram notificados 733 casos suspeitos, segundo o �ltimo boletim epidemiol�gico. Deste n�mero, 548 encontram-se em investiga��o, aguardando resultado de exames. Outros 183 foram descartados.
A cidade criou um comit� extraordin�rio para discutir e deliberar as a��es no combate ao coronav�rus. O munic�pio suspendeu as atividades escolares das redes p�blica municipal e privada, seguindo orienta��o do governo do estado. A prefeitura suspendeu, tamb�m, os alvar�s de funcionamento dos estabelecimentos comerciais que n�o s�o considerados essenciais, para evitar o conv�vio social. Para barrar a aglomera��o de pessoas, foi realizada a vacina��o dos idosos e dos profissionais da sa�de contra a gripe em sistema drive-thru e, segundo a prefeitura, um grupo de mais de 10 profissionais, entre m�dicos e enfermeiros realizam o monitoramento, via telefone, dos pacientes suspeitos de COVID-19, para saber da evolu��o dos casos.
Nas �ltimas 24 horas, a cidade de Mateus Leme tamb�m passou integrar a lista de casos confirmados na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). De acordo com a administra��o municipal, trata-se de um homem de 68 anos. Ele teve o in�cio dos sintomas em 24 de abril e foi submetido ao teste em 13 de maio, com resultado positivo. O paciente – diab�tico e hipertenso – est� internado em tratamento. De acordo com o boletim epidemiol�gico divulgado pela cidade, h� 159 casos suspeitos, dois �bitos em investiga��o e 14 pacientes em monitoramento domiciliar. O caso confirmado ainda n�o constava ontem no boletim da Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais.
O que � o coronav�rus?
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.
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