Coronav�rus: Levantamento que evidencia subnotifica��o em MG repercute na web

O levantamento que aponta aumento de 838% no n�mero de �bitos por S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (SRAG) em Minas Gerais � um dos assuntos mais comentados pelos usu�rios brasileiros do Twitter nesta ter�a-feira (26). Nessa segunda, o Estado de Minas mostrou que os dados apontam, tamb�m, crescimento de 691% na quantidade de atingidos pela SRAG. As estat�sticas podem indicar subnotifica��o de casos do novo coronav�rus em solo mineiro.

Na aba ‘Not�cias’, onde a plataforma faz uma esp�cie de curadoria dos conte�dos jornal�sticos mais relevantes do dia, a mat�ria do EM sobre o estudo, feito pela Universidade Federal de Uberl�ndia (UFU) ocupa a capa. O post original do jornal, com o link do texto, foi compartilhado 139 vezes.

O tu�te de Ricardo Noblat, da Revista Veja, que recomendou a mat�ria, tamb�m recebeu centenas de compartilhamentos.

Discrep�ncia

Segundo os dados do estudo, a SRAG j� afetou expressivamente mais mineiros que em 2019, com 8.099 doentes neste ano contra 1.024 no mesmo per�odo do ano passado — alta de 691%. As mortes saltaram de 116 para 1.088 (crescimento de 838%). Contudo, entraram na testagem para a COVID-19 apenas 3.139 (38,7%) doentes e 307 (28,2%) mortos com esse quadro, segundo o Minist�rio da Sa�de.

O estudo aponta, tamb�m, um crescimento de 5,36% dos casos de pneumonia e 5,72% de insufici�ncia respirat�ria no estado, que seriam evid�ncias claras de infec��es pelo novo coronav�rus ainda n�o diagnosticadas. A orienta��o da sa�de federal � clara: a coleta de amostra e testagem � indicada para todos os casos de SRAG hospitalizados e todos os �bitos suspeitos.

Contudo, mesmo entre os testes, a defasagem de diagn�sticos "a confirmar", ou seja, ainda sem resposta, � das piores do pa�s. Dos 3.139 casos de doentes com SRAG, 1.385 (44%) ainda aguardam um resultado segundo dados da �ltima semana epidemiol�gica fechados no MS. Esse resultado coloca Minas Gerais como o 13º estado em diagn�sticos n�o confirmados proporcionais aos realizados.

O bi�logo e divulgador cient�fico Atila Iamarino, que ficou conhecido por ter endossado um levantamento do Imperial College de Londres que dizia que o Brasil poderia ter passado de um milh�o de mortes, mas que depois precisou ser revisto, tamb�m levantou suspeitas sobre o desempenho mineiro no controle da epidemia.

“Sem testes, sem mortes por COVID. Minas Gerais j� tem por volta de 1.000 mortes por s�ndrome respirat�ria aguda a mais do que o esperado pelos �ltimos anos. O que ser� que pode causar essas mortes em meio � pandemia de COVID-19?”, disse.

Zema afirma que h� capacidade ociosa de exames

Nessa segunda, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, o governador Romeu Zema (Novo), atribuiu o aumento nos casos de SRAG � alta procura por ajuda m�dica para tratar problemas respirat�rios que n�o t�m liga��o com o coronav�rus. Ele disse que todos os pacientes com suspeitas da infec��o est�o sendo testados. H�, segundo Zema, capacidade ociosa de exames no estado.

“No passado, as pessoas, talvez, n�o procurassem tanto o atendimento m�dico. Hoje, est�o procurando. Agora, podemos estar tendo, simultaneamente, aumento no n�mero de gripes, resfriados ou algum problema respirat�rio, mas que n�o s�o COVID-19. Quando as pessoas t�m sintomas (do novo coronav�rus), s�o testadas. Se n�s estiv�ssemos maquiando dados, como sugeriram, isso estaria refletido nos �bitos e nas interna��es, e n�o temos n�meros expressivos de mortes e interna��es. Ent�o, d� para ver, claramente, que � um surto viral que n�o a COVID-19”, declarou.  {

Zema afirmou, ainda, que acredita no aumento de casos por SRAG, mas que debateu as raz�es do crescimento com o secret�rio de Estado de Sa�de, Carlos Eduardo Amaral.

Nesta ter�a, o governo estadual admitiu a subnotifica��o. A estimativa � de uma confirma��o para cada dez infectados.

(Com informa��es de Mateus Parreiras, Benny Cohen, Guilherme Peixoto e M�rcia Maria Cruz)