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Estado de Minas HIST�RIA QUE BROTA DA PEDRA

Obras de templo hist�rico de Santa Luzia revelam cal�amento coberto com asfalto ao longo de d�cadas

Durante obras de readequa��o da Capela Nosso Senhor do Bonfim, equipe encarregada do servi�o encontrou a pavimenta��o de d�cadas atr�s


postado em 28/05/2020 04:00 / atualizado em 28/05/2020 08:24

Calçamento em estilo pé de moleque foi descoberto 14 centímetros abaixo das primeiras camadas de pavimentação asfáltica, e agora permanecerá exposto(foto: Edésio Ferreira/EM/D.a press)
Cal�amento em estilo p� de moleque foi descoberto 14 cent�metros abaixo das primeiras camadas de pavimenta��o asf�ltica, e agora permanecer� exposto (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.a press)

 

Uma surpresa em solo hist�rico valoriza ainda mais a hist�ria do patrim�nio mineiro. A 14 cent�metros da superf�cie do s�culo 21, sob camadas de asfalto, brota um peda�o do passado de Minas, na forma de cal�amento em pedras p� de moleque: � o que se v� diante da Capela Nosso Senhor do Bonfim, em Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Durante obras de readequa��o do adro do templo, que fica entre as ruas Direita e Floriano Peixoto, no Centro Hist�rico, a equipe encarregada do servi�o encontrou a pavimenta��o de d�cadas atr�s, que, se n�o � a original dos primeiros tempos da cidade de rico acervo barroco, ajuda a resgatar um peda�o de sua hist�ria.

 

Localizada em �rea tombada pelo Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG) e tamb�m protegida pelo munic�pio, a capela do fim do s�culo 18, mais conhecida como Igrejinha do Bonfim, � uma joia colonial da cidade, tendo sido restaurada em 2008. Em visita ao espa�o para acompanhar o trabalho iniciado h� 20 dias e com previs�o de t�rmino em 15 de julho, o secret�rio municipal de Cultura, Ulisses Brasileiro do Couto Filho, disse que o projeto tem recursos de R$ 138,4 mil do Fundo Municipal de Cultura e Turismo. “A readequa��o do adro ser� como um cart�o de visitas para quem chegar ao Centro Hist�rico de Santa Luzia, pois fica bem na entrada”, afirmou.

 

Segundo a arquiteta M�rcia Souza, da prefeitura, o adro ficar� com 239 metros quadrados, j� que foi acrescido de 60 metros quadrados a partir de projeto elaborado por ela e por Fabiane Calazans. “O objetivo maior da interven��o � proteger a edifica��o. Para nossa equipe, foi uma surpresa encontrar o cal�amento debaixo do asfalto. Por isso, estamos fazendo novas prospec��es para verificar se existe mais debaixo da parte mais alta que circunda a capela”, disse M�rcia ao lado do superintendente de Cultura, Marco Aur�lio Fonseca, da conservadora de arte Maria Clara de Assis e do turism�logo Tiago Nascimento.

 

O cal�amento descoberto data das d�cadas de 1930 e 1940. Antes, houve outro, de pedras maiores, possivelmente entre o fim do s�culo 19 e in�cio do 20, conforme retratos da �poca. De acordo com M�rcia Souza, as interven��es no templo contemplam composi��o paisag�stica, sistema de ilumina��o e tamb�m pintura da capela. O projeto prev� ainda mudan�a na quest�o vi�ria, ficando o acesso para quem sobe a Rua Direita um pouco mais distante da constru��o. Desde o come�o da obra a �rea se encontra fechada por tapumes. No projeto paisag�stico, dever�o ser colocadas floreiras para ornamenta��o.

 

Obras que contemplarão iluminação e pintura vão interferir também na lógica do trânsito (foto: Edésio Ferreira/EM/D.a press)
Obras que contemplar�o ilumina��o e pintura v�o interferir tamb�m na l�gica do tr�nsito (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.a press)

 

REIVINDICA��O A readequa��o do adro da igrejinha do Bonfim � uma antiga reivindica��o da comunidade de Santa Luzia, com solicita��o encaminhada ao Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG). Em 2007, foi elaborado pelo Iepha “um projeto de remanejamento” at� que, em setembro de 2013 foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o MP, representado pela ent�o promotora de Justi�a da comarca de Santa Luzia Vanessa Campolina, com a prefeitura, Iepha, Par�quia Santa Luzia e Conselho de Pol�ticas Culturais.

 

Para o promotor de Justi�a da cidade, Marcos Paulo de Souza Miranda, “ a interven��o � importante para resgatar a maior visibilidade do monumento, o aspecto antigo da pavimenta��o e maior seguran�a para os pedestres”. O presidente da Associa��o Cultural Comunit�ria, Adalberto Andrade Mateus, comemora a a��o. “Desde a restaura��o da capela, em 2008, aguardamos essa obra. Com certeza, � um passo importante para a valoriza��o e seguran�a de nosso patrim�nio.”

 

Foto do início do século passado mostra cobertura ainda mais antiga que a descoberta(foto: ACERVO Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia/Reprodução)
Foto do in�cio do s�culo passado mostra cobertura ainda mais antiga que a descoberta (foto: ACERVO Associa��o Cultural Comunit�ria de Santa Luzia/Reprodu��o)

 

HIST�RIA Nascida no per�odo do Ciclo do Ouro, Santa Luzia, banhada pelo Rio das Velhas, tem como destaque do Centro Hist�rico a igreja matriz dedicada � padroeira e que, em 2020, comemora 20 anos como santu�rio arquidiocesano.

 

O tombamento estadual do n�cleo hist�rico foi homologado pela ent�o Secretaria de Estado da Cultura em 1998, e inscrito nos livros do Tombo arqueol�gico, etnogr�fico e paisag�stico, do Tombo de belas artes e do Tombo hist�rico, das obras de artes hist�ricas e dos documentos paleogr�ficos ou bibliogr�ficos.

 

De estrutura simples, reconstru�da entre fins do s�culo 18 e in�cio do 19, a Capela do Bonfim tem caracter�sticas ornamentais rococ�s e neocl�ssicas, contando com um pequeno acervo de imagens e alfaias (pe�as religiosas tecidas em linho) do per�odo dispon�veis para visita��o. O projeto de readequa��o do adro teve aprova��o do Conselho Municipal de Cultura e do Iepha, que faz a supervis�o t�cnica da obra. 


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