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Estado de Minas COVID-19 POR REGI�ES

Coronav�rus se concentra nas regi�es mais ricas de Minas

Depois de queda, taxa de transmiss�o da doen�a volta a subir no estado. Avan�o da doen�a para �reas mais pobres e com menos condi��es sanit�ria e hospitalar preocupa


postado em 02/06/2020 04:00 / atualizado em 02/06/2020 07:16

Faixa colocada em Montes Claros no início da pandemia alerta para a necessidade de isolamento social(foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press %u2013 30/3/20)
Faixa colocada em Montes Claros no in�cio da pandemia alerta para a necessidade de isolamento social (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press %u2013 30/3/20)

Os casos de COVID-19 em Minas Gerais est�o mais concentrados em �reas mais ricas do estado, a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, Tri�ngulo, Zona da Mata e o Sul/Sudeste. Na outra ponta, est� o Vale do Jequitinhonha, a �rea mineira mais pobre. O mapeamento da doen�a � revelado em estudo desenvolvido por um grupo de alunos e professores do curso de bacharelado de geografia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), que correlaciona a rapidez de dissemina��o da doen�a ao dinamismo econ�mico e � densidade populacional das regi�es afetadas primeiro, mas chama a aten��o para o risco desse avan�o na dire��o de �reas onde a popula��o tem capacidade reduzida de se proteger, devido �s defici�ncias do saneamento b�sico, e de buscar atendimento m�dico adequado. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais divulgados ontem, a velocidade de dissemina��o do coronav�rus subiu na �ltima semana, saindo de uma taxa de 1,27 na quarta-feira para 1,42. Isso significa que 10 pessoas doentes contaminam outras 14. At� a manh� de ontem, boletim da SES apontava 10.464 casos e 278 mortes pela doen�a em Minas.

O ranking da COVID-19 nas 12 mesorregi�es de Minas Gerais foi elaborado em cima dos dados disponibilizados diariamente pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES) desde o in�cio da pandemia. O estudo considera os n�meros do coronav�rus em todos os 853 munic�pios mineiros at� 31 de maio: 10.464 casos e 271 �bitos confirmados.

De acordo com o levantamento, a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, lidera o ranking, com 34,4% dos casos (3.654), distante do Tri�ngulo/Alto Parana�ba, que aparece na segunda posi��o, com 14,3% (1.440), seguido do Sul/Sudeste, 10% (1.006), Vale do Rio Doce, 8,3% (833), Oeste de Minas, 4,2% (420), Campo das Vertentes, 3,5% (352).

Nas demais regi�es, os n�meros de casos confirmados at� 31 de maio s�o: Norte de Minas, 250 (2,5%), Vale do Mucuri, 249 (2,5%); Central, 230 (2,35), Noroeste, 137 (1,4%) e, por �ltimo, o Vale do Jequitinhonha, com 96 casos (1%).

A Regi�o Metropolitana de BH tamb�m est� no alto do ranking n�meros de mortes pela doen�a, seguida da Zona da Mata, Tri�ngulo/Alto Parana�ba e Sul/Sudeste. Na outra extremidade, o Vale do Jequitinhonha “divide” posi��o com o Noroeste do estado.

Segundo o estudo do curso de Geografia da Unimontes, at� domingo, o total de mortes nessa regi�o, 90, representava 33,8% dos �bitos do estado pela COVID-10, tendo, na sequ�ncia: Zona da Mata, 57 mortes (21,4%); Tri�ngulo/Alto Parana�ba, 36 (13,5%); Sul/Sudeste, 31 (11,7%); Vale do Rio Doce, 14 (4,5%), Norte de Minas, nove (3,4%), Campo das Vertentes, sete (2,6%). No Oeste de Minas havia seis mortes (2,3%), no Noroeste duas (0,75%) e no Vale do Jequitinhonha, duas (0,75%).

O professor Gustavo Cipolini, coordenador do curso de Geografia da Unimontes, acredita que a elevada densidade demogr�fica seja fator preponderante para que as regi�es mais desenvolvidas estejam liderando os casos da COVID-19 em Minas at� agora. “A rela��o entre o dinamismo econ�mico e a flexibiliza��o do isolamento tamb�m vem influenciando no aumento dos registros, sobretudo, na RMBH que passa de 36% dos casos confirmados no estado. Por outro lado, ele lembra que � preciso avaliar tamb�m as subnotifica��es da doen�a no estado e levar em conta que a testagem para o coronav�rus, que “� incipiente”.

Mais de 50% dos casos est�o na RMBH e o Tri�ngulo, o que ele considera “muito preocupante”. Para Cipolini, a “chegada” e a transmiss�o do v�rus foi favorecida pela exist�ncia de um aeroporto internacional na RMBH, em Confins.

Por outro lado, o professor da Unimontes salienta que a presen�a da COVID-19 em regi�es de baixa renda, como o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha, � preocupante, uma vez que podem sofrer consequ�ncias ainda piores com a pandemia por causa de suas car�ncias e, sobretudo, pela falta de assist�ncia � sa�de.

“A geografia mostra problemas dessas regi�es como a falta de saneamento e a dificuldade de acesso � �gua pot�vel. Isso pode levar � falta de higieniza��o e gerar outros fatores de risco (para a transmiss�o do coronav�rus)”, afirma Cipolini, que contribuiu com projeto, coordenado pela professora Iara Maria Costa Silveira, respons�vel pela Geografia da Sa�de.

Um dos l�deres do estudo, o estudante Alexon do Carmo Alves, do quarto per�odo de Geografia da Unimontes, salienta que o levantamento revela que, de fato, as regi�es mais desenvolvidas de Minas t�m mais registros de pacientes com o coronav�rus. Por�m, � necess�rio ter uma an�lise cr�tica desses n�meros. Ser� se essas regi�es est�o com uma maior quantidade de casos porque testam mais?”, questiona Alexon, que desenvolveu o trabalho junto com quatro colegas do curso da universidade estadual.

Ele lembra que as regi�es desenvolvidas t�m mais acesso aos servi�os de sa�de e, consequentemente, os registros de casos ocorrem mais rapidamente. Nesse sentido, destaca que � preciso verificar se os moradores das “regi�es ricas” est�o tendo mais acesso aos testes para o coronav�rus do que as popula��es das �reas mais carentes, como o Norte de Minas e o Jequitinhonha.

Alexon concorda que h� uma rela��o direta entre a COVID-19 e a situa��o das �reas de maior poder econ�mico. “A rela��o da COVID-19 com o dinamismo econ�mico dessas regi�es est� pautada na densidade demogr�fica, ou seja, essas regi�es s�o din�micas e concentram v�rios setores de servi�os. Isso atrai a popula��o de v�rias localidades do estado, na busca por emprego, fazendo com que movimente toda uma cadeia produtiva. Essa concentra��o maior de popula��o, caso n�o se use equipamentos de prote��o (�gua e sab�o �lcool em gel e m�scaras), pode tamb�m ser um fator de aumento de casos”, observa.



NORTE DE MINAS 

No estudo, a partir dos dados divulgados diariamente pela SES, foi mapeada a ocorr�ncia da COVID-19 em 89 munic�pios do Norte do estado. Os estudantes de Geografia da Unimontes elaboraram mapas e gr�ficos sobre a evolu��o da pandemia nos munic�pios da regi�o, com a utiliza��o de softwares de Sistemas de Informa��es Geogr�ficas (SIG) com a base cartogr�fica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) e informa��es geradas pela miss�o SRTM (Nasa) – que s�o disponibilizadas pelo servi�o de monitoramento por sat�lite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu�ria (Embrapa). “Conseguimos identificar e classificar o total de casos e as porcentagens referentes a cada localidade”, explica Alexon Alves.

De acordo com o trabalho, dos 89 munic�pios do Norte do estado, apenas 13 tinham registros da COVID-19, com o total de 36 casos at� 30 de abril. Em 31 de maio, o n�mero de cidades afetadas aumentou para 34 e o total de casos para 250, incluindo nove mortes confirmadas na regi�o.

“A geografia da sa�de tem por finalidade o estudo da distribui��o e da predomin�ncia de doen�as, bem como as altera��es que podem ocorrer por interven��o dos diversos fatores geogr�ficos e antropol�gicos verificados nestas manifesta��es”, explica a professora Iara Maria Costa da Silveira, coordenadora do projeto.

“O mapa permite visualizar a espacializa��o crescente dos casos dentro do Norte de Minas. Poder�amos ampliar a base de dados al�m do que disp�e a Secretaria de Estado de Sa�de, mas nem todos os munic�pios oferecem um acesso mais f�cil �s informa��es oficiais”, avalia o universit�rio Alexon Alves.


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