
O movimento antirracista na tarde deste domingo, em Belo Horizonte, contou com uma presen�a ilustre. Conhecido pelas m�sicas afiadas e com tons muito cr�ticos acerca da sociedade, o rapper e escritor Djonga, de 26 anos, ajudou o grupo a passar a mensagem de paz e igualdade durante o ato, que caminhou da Pra�a Sete at� a Pra�a da Liberdade.
“Sou apenas mais um no meio de tanta gente que est� h� muito na luta contra o racismo. Isso n�o � de hoje, n�o � de agora. N�o � o primeiro movimento, � apenas um dos v�rios que ocorrem no mundo, na nossa cidade. Estamos cada vez mais com medo de viver. Vejo essa galera toda aqui tentando combater uma pol�tica de estado que mata, um governo que j� vem h� muito tempo legitimando isso”, afirmou Djonga, que nasceu na Favela do �ndio e cresceu no Bairro S�o Lucas, regi�o Centro-Sul da capital.
Manifestantes em Belo Horizonte, neste domingo, clamam pelo fortalecimento da democracia e o fim do racismo estrutural pic.twitter.com/1OgVmKSmT0
%u2014 Estado de Minas (@em_com) June 7, 2020
Um trecho das m�sicas mais recentes do rapper belo-horizontino – Olho de Tigre, de 2019 – foi adaptada como lema do movimento antiracista que contou com a presen�a de pelo menos 400 pessoas nesta tarde. “Fogo nos racistas” foi um dos gritos entoados pelas pessoas, que se vestiram de preto e por v�rias vezes ergueram o punho em refer�ncia ao Movimento dos Panteras Negras, originado nos anos 1960 nos Estados Unidos.
Djonga foi um dos que deram for�a ao movimento antirracista em Belo Horizonte. Al�m de estar presente no ato, ele divulgou a iniciativa em suas redes sociais. Em publica�ao no Twitter, ele cita que o preconceito � um problema que levar� muito tempo para ser afastado da sociedade: “O racismo n�o vai acabar segunda-feira, � uma constru��o de muito mais tempo que vamos ter que fazer juntos ainda que com m�todos diferentes”
O rapper lamenta que os negros sofram constrangimentos e viol�ncia juntamente num momento de pandemia. Ele considera que a ra�a se torna a mais vulner�vel � infec��o pelo coronav�rus: “� um movimento que vem num momento como esse, triste, de pandemia. Queria estar dentro de casa 'tranquilinho'. Mesmo durante essa pandemia, mesmo o povo preto sendo o mais vulner�vel e o mais pobre, remos que passar pelo drama de se expor ao v�rus saindo todos os dias para trabalhar, ainda continuam matando nossas crian�as e jovens”.