
Internada, em estado terminal de c�ncer, a professora Aline de Lourdes Laura Gon�alves, de 46 anos, disse que tinha como desejo a oficializa��o do matrim�nio com o caminhoneiro C�cero Clementino dos Santos, de 49, com quem convive h� 18 anos.
O sonho de Aline foi realizado na noite de sexta-feira (5). Mesmo com Aline dando o “sim” deitada no leito hospitalar, a cerim�nia foi realizada como manda o figurino.
Com um vestido branco, a noiva entrou no hall da enfermaria da ala azul do hospital em uma maca alta, acompanhada por enfermeiras e t�cnicas de enfermagem.
No local, parentes de Aline aguardavam o momento emocionante, devidamente protegidos por m�scaras, al�m de outros cuidados preventivos, para evitar a transmiss�o do novo coronav�rus.
Ao som da Ave Maria, tocada via aparelho celular, Aline trocou as alian�as com C�cero, agora, seu "leg�timo esposo", com quem tem duas filhas: Maria Teresa, de 17, que foi a porta-alian�a, e Maria Cec�lia, de sete.
Ao final da celebra��o, entre aplausos, instantes de cuidados e felicidade, o pai de Aline, Jo�o Gon�alves Filho, de 78, em nome de toda a fam�lia, muito emocionado, aben�oou o casal.
O matrim�nio foi celebrado pelo padre Ildomar Pereira, capel�o da Capela da Santa Casa de Montes Claros. Ele recebeu autoriza��o do arcebispo metropolitano de Montes Claros, dom Jo�o Justino de Medeiros, para realizar o casamento no hospital.
Cuidados paliativos
Aline foi internada na Santa Casa pela �ltima vez em 28 de maio, recebendo cuidados paliativos.
Conforme a empres�ria de eventos M�rcia Aparecida Gon�alves, de 53, irm� da professora, Aline pediu que tivesse realizado o sonho de oficializar a rela��o com C�cero, demonstrando muito amor ao companheiro.
“Meu Deus! Que maravilha! Eu amo esse homem. Vou realizar o meu sonho”, foram as palavras da paciente, ao saber que teria o pedido atendido dentro hospital, segundo relato de M�rcia.

A empres�ria conta que a irm� fez quest�o de usar vestido de noiva para a ocasi�o: “Ela sempre me falava sobre isso. Conversamos com o padre e ele pediu autoriza��o ao bispo”.
M�rcia lembra ainda que a fam�lia teve que agilizar a prepara��o para realizar a cerim�nia na noite de sexta-feira, pois o noivo teria que pegar a estrada no outro dia, s�bado (6), �s 6h.
“Agilizamos tudo. Compramos o vestido, sapatilha e bijuterias. Foi um corre-corre”, conta M�rcia, recordando-se dos dias dif�ceis, quando a irm� foi hospitalizada por causa de uma febre alta: “Ela teve convuls�o, o m�dico falou que n�o sobreviveria”. Ap�s uma promessa para Santa Laura feita pela m�e, Aline se fortaleceu.
M�rcia tamb�m d� uma demonstra��o de amor e dedica��o � irm�. “Sempre a protegi e a apoiei em toda a sua caminhada”, diz a empres�ria, que acompanha Aline, em estado terminal, no hospital.
“� muito doloroso saber que (a gente) vai perder uma irm� para essa doen�a maldita. Mas nossa f� em Deus conforta meu cora��o. E esta estadia aqui na Santa Casa nos mostra muitas dores e curas tamb�m. Um aprendizado”, conclui M�rcia Gon�alves.