
A reportagem especial Vidas que salvaram vidas gerou entre os leitores uma onda de solidariedade e gratid�o aos profissionais de sa�de que est�o na linha de frente no enfrentamento do COVID-19. Vista como uma homenagem a m�dicos, enfermeiros e t�cnicos, o trabalho jornal�stico publicado ontem pelo Estado de Minas provocou n�o s� elogios, mas reflex�es tamb�m nas redes sociais. No Instagram, o v�deo do especial tinha at� a noite de ontem mais de 16 mil visualiza��es e dezenas de coment�rios. No Facebook, a capa do especial teve mais de 10,1 mil pessoas alcan�adas. Os compartilhamentos ocorreram tamb�m pelo Twitter e inspirou debates entre os internautas.
Em Minas Gerais houve pelo menos seis mortes de profissionais que combatiam a doen�a – quatro de m�dicos e duas de profissionais de enfermagem. Elas ocorreram em Belo Horizonte, Contagem, Divin�polis, Varginha, Uberaba e Jequitinhonha, conforme dados atualizados at� a sexta-feira.
Muitos leitores compararam os profissionais de sa�de a her�is. No Twitter, um dos usu�rios comentou: "Esses s�o nossos mitos, nossos her�is, nossos m�rtires! Ser patriota � valorizar a vida dos verdadeiros brasileiros! Que Deus d� o conforto �s fam�lias e aben�oe os nossos her�is!". No Facebook, Wellington Reis viu similaridade entre a atua��o desses especialistas e personagens da Hist�ria de Minas. “As Minas Gerais t�m her�is desde o Brasil col�nia. Uns 320 anos de hist�rias, envolvendo os ind�genas, os bandeirantes portugueses, paulistas, africanos e muitos mais”.
No Instagram, v�rios leitores falaram em apoio aos familiares e criticaram teorias negacionistas. “Deus os acolha em sua miseric�rdia. Gratid�o pela miss�o deles por aqui. Que suas fam�lias sigam fortalecidas na f� e amparadas no amor que cresceu junto aos que partiram e quem ficou. Unidos � Sant�ssima Trindade tenham piedade de n�s que seguimos aqui enfrentando a ignor�ncia de tantos e os crimes de outros que se apoiam no ego�smo, no negacionismo e na pervers�o para gest�o das crises que nos assolam; que n�o � apenas a sanit�ria”, disse um leitor (@dmtsivo).
O tom era de agradecimento. "Que Deus os receba em gl�ria e d� conforto �s fam�lias. Nossa eterna gratid�o", disse Regina Moraes no Facebook. Ana Paula, no Twitter, demonstrou gratid�o ao trabalho dos profissionais de sa�de: “Respeito, admira��o e gratid�o eterna aos colegas que cumpriram o chamado mais lindo desta vida: salvar vidas”.
Houve os que ainda apontaram as condi��es adversas em que esses especialistas trabalham. “O Brasil nunca deu dignidade para esses profissionais. E nem os preparou para enfrentar isso tudo. Pa�s de mercen�rios”, escreveu @sldportes.

Trabalho jornal�stico
Uma leitora destacou o trabalho da equipe do Estado de Minas. "Parab�ns aos redatores por essa mat�ria incr�vel e merecida homenagem aos profissionais da sa�de e todos aqueles que fazem um hospital funcionar". A leitora Rosa Werneck completou: "Uma das mat�rias mais emocionantes que li em rela��o �s perdas do COVID-19! Triste, mas tamb�m uma grande reflex�o. Parab�ns!”.
A psic�loga Gisele Domingos Rocha foi outra que fez quest�o de ressaltar a relev�ncia do jornalismo nesses cen�rios. "Quero parabenizar a toda a equipe que produziu a reportagem especial Vidas que salvam vidas. Um excelente trabalho: cuidadoso, completo, imparcial, senti profundo carinho e cuidado para com os familiares, amigos das v�timas de COVID-19, no caso, profissionais de sa�de de todo o Brasil."
Ela se sensibilizou com o trabalho de profissional de Betim. "Eu me emocionei com a sensibilidade com que foi apresentada ao longo de toda a reportagem, inclusive as entrevistas feitas com o profissional (de Betim/MG) que se curou, a m�dica intensivista que atende em tr�s hospitais, as entrevistas com psic�logos e as dicas dos profissionais que continuam e continuar�o na luta. Muito instrutivo. Que muitas e muitas pessoas leiam e compartilhem. Not�cias realistas e de qualidade est�o escassas. Muito obrigada", destacou Gisele.
Luta em dobro para vencer o coronav�rus
Mais do que um trabalho jornal�stico, o especial Vidas que salvaram vidas � uma homenagem aos profissionais de sa�de que atuam na linha de frente para o combate � COVID-19. Sobre os que partiram, h� relatos emocionantes de quem conviveu diretamente com eles, numa dimens�o humanizada ao abordar a perda. E h� tamb�m a palavra de quem teve de lutar duplamente contra o coronav�rus e se recuperou. Em formato multimidi�tico, a reportagem foi veiculada na edi��o impressa e nas plataformas digitais, com textos, fotos, v�deos e recursos infogr�ficos.
A abordagem retrata a trajet�ria de dezenas de profissionais de sa�de que tiveram as vidas interrompidas pela doen�a – seis em Minas – e de figuras como Cliciane Ferreira Fochesatto, de 38 anos, m�dica em Fonte Boa (AM), Gast�o Dias J�nior, de 51 anos, pediatra em Itapema (SC), e Nicolares Os�rio Curico, t�cnico em enfermagem de Manaus. A reportagem se inspira no livro Um di�rio da peste (1722), de Daniel Defoe, em que s�o apresentadas as tristes contradi��es de quem combatia no front a epidemia de peste bub�nica que dizimou mais de 70 mil vidas em Londres no ano de 1665.
O levantamento do Estado de Minas mostrou que pelo menos 305 m�dicos, enfermeiros, t�cnicos e auxiliares de enfermagem morreram de COVID-19 no Brasil at� sexta-feira, com a respectiva publica��o de muitos de seus nomes. O levantamento foi feito a partir da soma de dados fornecidos pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e do Sindicato dos M�dicos de S�o Paulo (Simesp), que re�nem informa��es de todo o pa�s. A reportagem ainda aponta que h� 28 �bitos de profissionais de enfermagem em investiga��o.
Salvos
O especial Vidas que salvaram vidas traz tamb�m hist�rias de quem ainda est� no combate nos hospitais, como a m�dica Ana Luiza Valle Martins, de 30 anos, que atua como intensivista em tr�s hospitais de Belo Horizonte, um da rede privada e dois p�blicos, entre eles o Eduardo de Menezes, refer�ncia para casos de COVID-19, al�m do Samu. Conta ainda os casos de profissionais que se contaminaram, mas conseguiram se recuperar, como o enfermeiro Davidson Coelho, que atua em Betim e no Hospital S�o Lucas, em Belo Horizonte. A reportagem apresenta, al�m disso, os riscos psicol�gicos a que esses profissionais de sa�de est�o submetidos diante desses cen�rios.
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