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Estado de Minas

'N�o tem neglig�ncia', afirma diretora de museu da UFMG incendiado

Dirigente rebateu acusa��es do ex-gestor da unidade, Ant�nio Gilberto Costa, de que a universidade ignorou reparos e restaura��es previstas em plano apresentado � reitoria


postado em 16/06/2020 14:22 / atualizado em 16/06/2020 16:53

"N�o tem neglig�ncia, n�s estamos fazendo tudo o que � necess�rio fazer para manter o acervo e as exposi��es", diretora do MHNJB, Mariana Lacerda (foto: Ed�sio Ferreira/EM D.A.Press)


� frente do Museu de Hist�ria Natural e Jardim Bot�nico da UFMG (MHNJB), que pegou fogo na madrugada dessa segunda-feira (15), Mariana Lacerda contesta as acusa��es do ex-diretor da unidade, professor Ant�nio Gilberto Costa, de que a Universidade teria negligenciado a manuten��o do equipamento cultural

A dirigente nega sobretudo a afirma��o do professor de que, ao t�rmino da gest�o dele, havia R$ 600 mil reais no caixa do museu, verba supostamente destinada a restaura��es e reparos preventivos das salas da reserva t�cnica - pr�dio mais castigado pelas chamas. O local n�o apresenta Auto de Vistoria dos Bombeiros (AVCB) e Projeto de Seguran�a Contra Inc�ndio e P�nico (PSCIP), documentos que atestam condi��es b�sicas de seguran�a estabelecidas por lei.

Segundo a diretora, em agosto de 2019, in�cio de sua administra��o, o acervo contava com recursos da ordem R$ 400 mil. O montante seria insuficiente para custear a adequa��o do MHNJB ï¿½s normas especificadas pelos bombeiros, j� que grande parte das edifica��es que o comp�em foi erguida na d�cada de 1940. “Estamos falando de um espa�o de 600 mil metros quadrados com muitas constru��es hist�ricas, um projeto de adequa��o em estruturas como essas custa alguns milh�es.”, observa a diretora. 

(foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)
(foto: Corpo de Bombeiros/Divulga��o)


Ainda de acordo com Mariana, os R$ 400 mil reunidos no caixa do museu ao fim da gest�o do professor Ant�nio Gilberto Costa foram aplicados no pagamento de despesas de manuten��o e montagem de exposi��es. Ela evitou comentar as acusa��es de Costa � reitoria. O ex-gestor relatou ao Estado de Minas que o Museu de Hist�ria Natural chegou a aprovar um plano para situa��es de emerg�ncia junto ao conselho universit�rio da UFMG, mas o projeto teria sido barrado pela administra��o central. Procurados pela reportagem, a reitora Sandra Goulart e o vice-reitor Jaime Arturo Ramirez n�o se pronunciaram sobre o assunto.

Vistoria

(foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)
(foto: Corpo de Bombeiros/Divulga��o)

Em que pese a aus�ncia dos certificados de seguran�a exigidos pelos bombeiros, a diretora do MHNJB afirma que a institui��o cumpre as determina��es de seguran�a fixadas pela legisla��o. Segundo a dirigente, ao fim de 2018, pouco depois do inc�ndio que consumiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, o Museu de Hist�ria Natural e Jardim Bot�nico da UFMG recebeu uma for�a-tarefa especializada em vistorias de patrim�nio hist�rico. O grupo - formado por agentes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e da Superintend�ncia Estadual de Museus - apontou a necessidade de melhorias no espa�o, mas teria elogiado as condi��es encontradas na reserva t�cnica. A equipe voltaria este ano para conferir as adequa��es.

“� o nosso melhor espa�o de reserva t�cnica. Pela estrutura que a gente tinha, nada justifica esse inc�ndio. Agora, a gente tem que esperar a per�cia para saber de fato o que aconteceu. N�o tem neglig�ncia, n�s estamos fazendo tudo o que � necess�rio fazer para manter o acervo e as exposi��es”, argumenta

Investiga��o

(foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)
(foto: Corpo de Bombeiros/Divulga��o)

Os trabalhos da per�cia, conduzidos pela Pol�cia Federal, tiveram in�cio por volta de 9h desta ter�a-feira (16). Segundo a diretora do MHNJB, n�o h� previs�o para a conclus�o das investiga��es. Os agentes da PF est�o sendo acompanhados por pesquisadores e restauradores da UFMG, encarregados de identificar os itens do acervo queimado. “A�, tem todo um procedimento de triagem e de inventaria��o desses itens para a gente conseguir relacionar o que for encontrado nos escombros com a documenta��o arquiv�stica da reserva t�cnica. Esse agora � o nosso trabalho”, relata. 

Mariana diz ter conversado ainda na segunda (15) com a dire��o do Museu Nacional do Rio, que compartilhou experi�ncias e conhecimentos �teis para a recupera��o do MHNJB. “Claro que a perda aqui foi enorme e irrepar�vel, mas acreditamos que ser� poss�vel salvar muita coisa. F�sseis, por exemplo. O pessoal do Museu Nacional tamb�m nos recomendou documentar o pr�prio inc�ndio, ou seja, integrar elementos dele ao nosso acervo e, assim, contar a hist�ria desse epis�dio no futuro". 

Fogo

(foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)
(foto: Corpo de Bombeiros/Divulga��o)

Registrado por volta de 5h30 dessa segunda-feira (15), o inc�ndio que atingiu o Museu de Hist�ria Natural e Jardim Bot�nico da UFMG destruiu parte de um anexo da reserva t�cnica, local de armazenamento do acervo n�o alocado em exposi��es. A Universidade ainda calcula os danos causados pelo fogo. 

O equipamento cultural re�ne, ao todo, 265 mil pe�as de arqueologia, paleontologia, cartografia hist�rica, arte popular, etnografia, bot�nica, geologia, zoologia, al�m de uma biblioteca com 3.750 livros e 19.134 n�meros de peri�dicos nacionais e estrangeiros. Tamb�m comp�em o patrim�nio f�sseis, registros paleontol�gicos da Era Cenozoica (1,8 milh�o de anos) e arqueol�gicos com mais com mais de 12 mil anos.

Obra mais popular do museu, o Pres�pio do Pipiripau, do artista Raimundo Machado, n�o foi atingido. A �rea verde do MHNJB � um tesouro � parte, com vegeta��o t�pica da Mata Atl�ntica, habitada por esp�cies nativas e raras. 



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