Col�gios da rede privada em Belo Horizonte se organizam para planejar a retomada das aulas presenciais com protocolos sanit�rios. Ainda sem data prevista para o retorno dos alunos � sala de aula, representantes de sindicatos de professores e das escolas particulares alertam que n�o � momento de pensar em aglomera��es, mas de se preocupar com sa�de p�blica.
De acordo com o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro), existe um acordo com o Minist�rio P�blico que prev� volta �s aulas apenas com autoriza��o dos �rg�os competentes – Comit� Estadual de Combate � COVID-19.
"O comit� deve estipular protocolos. � agora? N�o sei. Se ser� hoje, em agosto ou outubro, n�o sabemos. O que sabemos � que a curva (n�mero de casos confirmados de coronav�rus) n�o est� diminuindo”, disse a presidenta do Sinpro, Val�ria Morato.
Para Val�ria, o impulsionamento de alguns grupos independentes da rede particular para uma volta das aulas antes mesmo da rede p�blica pode influenciar ainda mais na desigualdade estudantil do pa�s.
"N�o podemos abrir escolas, a n�o ser que o comit� diga que pode, a� tem que liberar escola p�blica e privada. A escola privada � uma op��o dos pais, mas n�o pode servir para criar um abismo social j� existente na sociedade”, disse.
Pandemia preocupa
O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG) tamb�m se diz alinhado com as decis�es das autoridades em sa�de e pede aproxima��o das frentes organizadas por donos de col�gios que pedem o retorno das atividades presenciais de ensino.
“Essas a��es desconectadas em nada v�o levar. Sabemos das dificuldades das escolas, temos no��o de tudo que est�o passando, mas � preciso ter uma diretriz. Quem d� essa diretriz � o sindicato. N�o somos contra grupo nenhum, mas a gente n�o faz nenhum tipo de a��o que vai contra esse momento cr�tico da pandemia”, explica a presidenta do Sinep, Zuleica Reis �vila.
De acordo com Zuleica, o sindicato j� esteve com o governador Romeu Zema (Novo), que sinalizou que o comit� ainda n�o iniciou reuni�es para discutir o retorno das escolas.
A presidenta tamb�m afirmou que est� solicitando articula��o com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). “N�o estou de bra�os cruzados esperando as coisas acontecerem. Sei o quanto as escolas est�o sofrendo. Sei que � dif�cil. Mas estamos tentando as estrat�gias para que todos tenham diretrizes para seguir”, explica Zuleica.
“Temos que esperar os �rg�os competentes. O comit� n�o est� discutindo ainda retorno das aulas. Nossa inten��o n�o � ter embate com os �rg�os p�blicos, temos contato n�o para pressionar, mas para nos colocarmos � disposi��o do di�logo.”
Segundo a presidenta do Sinep, a preocupa��o com o momento de pandemia ainda � latente. “Acho que o momento ainda � tenso. O que temos que ter nessa hora � uni�o, objetividade, diretriz, acompanhar o controle da pandemia no estado para ajudar a encontrar sa�da e voltar na hora certa e com seguran�a”, conclui.
Prepara��o antecipada
Mesmo ainda sem diretrizes estabelecidas pelos �rg�os p�blicos, alguns col�gios particulares j� se preparam para a volta dos alunos. � o caso do Coleguium Rede de Ensino, que come�ou a estudar um plano de retomada para as 19 unidades no fim de abril para quando houver autoriza��o de funcionamento, n�o haja demora no planejamento.
"Partimos para uma an�lise das escolas no mundo que j� estavam retomando as atividades presenciais. A partir dessas experi�ncias de outras institui��es no mundo, n�s come�amos a elaborar o nosso planejamento”, conta Alessandra Dias, diretora pedag�gica da rede particular de ensino.
A institui��o definiu pilares operacionais e pedag�gicos que seriam essenciais para esse retorno. No projeto, que ainda est� em desenvolvimento, � levado em conta a estrutura f�sica das unidades, a quantidade de alunos e a possibilidade de distanciamento, higiene e monitoramento. “Temos que voltar de forma organizada e segura”, disse Alessandra.
A diretora pedag�gica explica que n�o h� press�o para retorno prematuro das aulas no espa�o f�sico do col�gio, mas que decidiram se preparar com anteced�ncia para evitar atraso quando o comit� liberar a abertura dos port�es escolares.
"Estamos respeitando o momento de aguardar decis�es das autoridades. Preferimos voltar num momento adequado do que retornar agora e colocar tudo a perder”, afirma a coordenadora.
Segundo ela, o col�gio n�o trabalha com previs�o para a retomada oficial. “Essa especula��o mais atrapalha do que contribui para a comunidade local", finaliza.