
O fechamento das atividades n�o essenciais em virtude do aumento de casos e mortes por COVID-19 em Belo Horizonte causar� nova dor de cabe�a para os empres�rios e comerciantes. Desde que a prefeitura flexibilizou a economia de forma gradual, em 25 de maio, v�rios donos de lojas vinham tentando amenizar o preju�zo acumulado em praticamente tr�s meses sem arrecada��o. A nova realidade, por�m, os obriga a refazer as contas e pensar outra vez no futuro, agora com maior preocupa��o. Segundo pesquisa recente do Sindicato dos Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas), cerca de 53% dos lojistas mineiros recorreram a linhas de cr�dito para manter as contas em dia, mas quase a metade deles n�o conseguiu obt�-las por causa da burocracia dos bancos e juros altos que inviabilizam a ideia.
Propriet�rio de uma papelaria na Savassi, o empres�rio Marco Ant�nio Gaspar, de 51 anos, teve de fazer ajustes logo em mar�o, quando foi obrigado a fechar as portas de seus dois estabelecimentos. Al�m de reduzir despesas gerais, ele demitiu oito funcion�rios. Agora, prev� que far� novas dispensas em sua loja, fundada no come�o da d�cada de 1970. “N�o temos jeito de aliviar. Vamos voltar a trabalhar com entrega e pela internet. Mas o movimento cai assustadoramente. N�o t�nhamos atingido nossa meta de vendas e agora teremos de fechar novamente”.
Ele disparou contra o fechamento de servi�os n�o essenciais adotado pela capital mineira. “Inicialmente, as lojas seriam fechadas enquanto o sistema de sa�de se preparava para atender os paci- entes. Mas de nada adiantou. As lojas continuam fechadas e muitas pessoas morrem. Onde est�o os leitos criados? E h� lojas de roupas que atendem, no m�ximo, 10 pessoas por dia. Supermercados, �s vezes, atendem, 400 ou 500 pessoas. Ser� que eles previnem a transmiss�o da doen�a mais que as lojas?”
Filipe Gonzaga, de 36, ficar� sem a renda de suas tr�s lojas de artigos esportivos, sendo duas em shoppings da capital. Segundo ele, o preju�zo foi de 80% entre mar�o e maio, quando o neg�cio ficou sem funcionar. O comerciante questiona a aglomera��o de pessoas nos �nibus da capital, que seriam terreno prop�cio para a transmiss�o do coronav�rus. “Se o n�mero de casos aumentou, n�o sou eu que vou ser contra para falar que deve fechar ou n�o. Mas a forma como as decis�es s�o tomadas talvez n�o sejam ideais. O com�rcio reabriu, por�m as linhas de �nibus continuaram reduzidas. Na minha loja, eu consigo controlar o fluxo, garantir que ela n�o vai pegar a COVID-19 aqui. Mas o funcion�rio anda de transporte coletivo. O (prefeito Alexandre) Kalil n�o aumentou o n�mero de linhas e os �nibus continuam cheios.”
O empres�rio lamenta a falta de incentivo do poder p�blico neste per�odo de pandemia: “Obede�o ao que tem de ser feito. Mas alguns setores n�o mant�m o cuidado. Obras continuam sendo feitas, os supermercados permanecem lotados, como se tivesse uma 'guerra' l� dentro. O pessoal faz churrasco. A culpa � da popula��o. Mas o principal � que n�o temos apoio do governo. Temos contas, aluguel e funcion�rios a pagar. At� hoje n�o veio a linha de cr�dito que o governo prometeu. Ningu�m diz nada se os contratos de trabalho ser�o prorrogados. Ficamos desesperados, sem saber o que fazer”.

As barbearias s�o outro tipo de neg�cio que obrigatoriamente fechar�o as portas a partir de segunda. Rangel Jos� de Freitas, de 46, h� 20 trabalha com o servi�o e busca novas solu��es para amenizar a perda de arrecada��o: “Por sermos muito conhecidos em Belo Horizonte, nossos clientes abriram suas portas para fazermos o atendimento em domic�lio quando precisamos fechar. Mas, ainda assim, perdemos em torno de 80% da nossa renda no tempo em que ficamos sem trabalhar. Lamentamos, porque fizemos nossa parte, enquanto outros bairros se descuidaram”.
Quem tamb�m est� apreensivo � Glayson Pereira, de 28, propriet�rio de uma loja de artigos de celular, que emprega dois funcion�rios. “Achei essa medida do Kalil muito radical. O ideal seria abrir o com�rcio de forma mais organizada, com cada segmento podendo abrir seu servi�o num dia da semana. Com isso, n�o nos deixaria o tempo todo parado. Tem muita gente que tem de pagar conta, tem carteira assinada e precisa trabalhar. Vai afundar ainda mais o munic�pio”, disse o empres�rio, que negociou a suspens�o do aluguel de sua loja na Regi�o Centro-Sul da capital.
O presidente do Sindilojas-BH, Nadim Nonato, cobra postura mais concreta dos �rg�os p�blicos: O com�rcio precisa de capital de giro e necessita que o governo federal renove a suspens�o dos contratos de trabalho e a renova��o da carga hor�ria imediatamente. As linhas de cr�dito infelizmente hoje n�o chegam aos lojistas”.
O que � o coronav�rus?
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.
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