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Estado de Minas

Coronav�rus: Por que BH recuou na abertura do com�rcio

N�meros explicam a raz�o da marcha � r� na reabertura em BH: em um m�s, ocupa��o de UTIs dobrou e mortes saltaram de 42 para 109


postado em 27/06/2020 04:00 / atualizado em 27/06/2020 07:38

Ambulância em área reservada para a entrada de pacientes com COVID-19 em hospital de BH: cidade ganhou 93 novos leitos, mas a pressão continua(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Ambul�ncia em �rea reservada para a entrada de pacientes com COVID-19 em hospital de BH: cidade ganhou 93 novos leitos, mas a press�o continua (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Para evitar o pior, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) se viu obrigado a recuar no processo de reabertura do com�rcio de Belo Horizonte, que j� abrangia quase 92% dos empregos. Com mais lojas abertas, ca�ram os �ndices de isolamento social e subiram vertiginosamente os n�meros de casos de COVID-19 e mortes causadas pela doen�a.



Bastou um m�s de flexibiliza��o para que a taxa de ocupa��o de UTIs espec�ficas para pacientes com coronav�rus mais que dobrasse: de 40% no fim de maio para 86% na quinta-feira, recorde absoluto desde o in�cio do enfrentamento da pandemia na capital mineira.

Em um m�s de reabertura, a quantidade de infectados mais que triplicou, numa velocidade de transmiss�o superior ao per�odo anterior. As mortes saltaram de 42 para 109. Considerados dados apenas dos sete dias anteriores, BH atualmente registra em m�dia quase 160 novos casos por dia, quatro vezes mais que os 39 do pr�-abertura. J� a m�dia de �bitos saltou de 1,5 para 2,7. O �ndice de transmiss�o por infectado (RT) se manteve est�vel em 1,09, acima do ideal (at� 1).

Oficialmente, Belo Horizonte, sexta capital mais populosa do Brasil, tem menos de 5 mil casos de coronav�rus. Os n�meros, entretanto, refletem o latente problema nacional da baixa testagem da popula��o. Estimativas feitas por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostram que, h� 15 dias, o n�mero real de infectados j� era 10 vezes maior que o n�mero atual apresentado pelo governo.

Kalil, ent�o, viu-se pressionado por diferentes setores: de um lado, comerciantes de servi�os que ainda est�o fechados; de outro, defensores de maior rigidez no isolamento, assustados com a propaga��o acelerada do v�rus.

A resposta do prefeito ao impasse foi adotar medidas que potencialmente atenderiam aos dois polos narrativos. O plano era aumentar a capacidade de atendimento do Sistema �nico de Sa�de (SUS). Com isso, a administra��o municipal manteria sob controle o n�mero de vagas nos hospitais e renovaria a esperan�a de prosseguir com a reabertura do com�rcio.

Em uma semana, a rede p�blica de Belo Horizonte ganhou 93 novos leitos (21 UTIs e 72 de enfermaria). Mas n�o foi o suficiente. A demanda por interna��es provocadas por coronav�rus aumentou num ritmo ainda maior, fez crescer as taxas de ocupa��o nos hospitais e acabou com as chances de ampliar a reabertura. N�vel de alerta vermelho, apontam os especialistas do Comit� de Enfrentamento � Epidemia da COVID-19 na capital.

Como reflexo da piora nos �ndices epidemiol�gicos e estruturais da cidade, Kalil resolveu subir o tom contra quem deliberadamente desrespeita a ci�ncia e ignora o bom senso. “Faltou a muita gente a compreens�o de que n�s estamos em guerra. Eu nunca vi fazer churrasco em pr�dio em guerra, eu nunca vi correr em guerra”, disse. Direcionadas especialmente � classe que parece ser a principal amea�a � popularidade do prefeito durante a pandemia, as cr�ticas se sustentam cientificamente. Por�m, o fim das “aglomera��es de domingo” n�o solucionariam totalmente o problema de BH. 

Por isso, a escolha por fechar lojas de v�rios setores, mas manter abertos os a�ougues. Agora, a proposta � clara: diminuir a quantidade de trabalhadores no transporte p�blico, esvaziar o Centro da cidade e dar f�lego extra ao SUS. Antes que surja a necessidade de lockdown.


POVO FALA
Voc� concorda com o fechamento do com�rcio n�o essencial?


“Trabalho com vendas, mas concordo em fechar tudo. Infelizmente tem gente que n�o acredita na doen�a. Alguns s�o muito irrespons�veis”
.Ant�nio Batista, de 56 anos, vendedor


“Era necess�rio fechar. Acho muito prudente pelo momento tenso que estamos vivendo. O aumento de casos � impressionante”
. Frederico Augusto Veloso Torres, de 40 anos, funcion�rio p�blico


“Foi �tima decis�o. O povo est� brincando com a situa��o. Em outras pandemias ocorreu o mesmo. E elas mataram 500 milh�es de pessoas, como a gripe espanhola. Temos de nos precaver”
. Cleiton Moacir dos Santos, de 57 anos, microempres�rio


“Uma decis�o horr�vel. Como o comerciante vai sobreviver? O IPTU est� muito alto e o governo n�o ajuda”
. Valdir Jos� dos Santos, de 62 anos, aut�nomo


“Kalil foi muito radical. Belo Horizonte n�o tem ind�stria e vive essencialmente do com�rcio e dos shoppings. A maioria dos pa�ses est� voltando �s atividades lentamente. Daqui a pouco, vai ter gente suicidando por causa das d�vidas e da fome”
. Paulo Carvalho, de 59 anos, aut�nomo


“� uma atitude extremamente importante. A situa��o piorou muito nos �ltimos dias. Os casos t�m tudo a ver com o aumento da circula��o de pessoas. E muita gente ainda deixa de usar m�scara”
. Solange Lopes Amorim, de 53 anos, jornalista


“N�o concordo, pois acho que deveria manter o com�rcio aberto com certa cautela. Tem muita gente desempregada no pa�s inteiro e isso n�o pode continuar”
. Regina Amancio, de 57 anos, auxiliar administrativo


“Acho que n�o deveria nem ter aberto as atividades. A situa��o continua muito grave, com muitas pessoas morrendo todos os dias”
. Lucia Romanelli, de 59 anos, aposentada


“� necess�rio voltar a fechar o com�rcio, j� que as mortes t�m aumentado. Infelizmente, � um mal necess�rio”
. Ta�s Filizzola, de 26 anos, empres�ria


“N�o sou a favor. O com�rcio poderia continuar funcionando com restri��es, sem deixar a sa�de das pessoas de lado. Mas acho que l� na frente as consequ�ncias econ�micas ser�o muito piores”
. Priscila Silva de Oliveira, de 28 anos, administradora

O que � o coronav�rus?

Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

Como a COVID-19 � transmitida?

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia


Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 

 



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