BH tem menor taxa de mortalidade entre 17 grandes cidades do pa�s
No grupo das metr�poles brasileiras, taxa de 5,2 �bitos por 100 mil habitantes na capital mineira ocupa a 25� posi��o, a despeito do avan�o do coronav�rus
postado em 02/07/2020 06:00 / atualizado em 02/07/2020 12:08
Ocupa��o de leitos de UTI na capital � preocupante, mas, segundo o governo municipal, est� sob controle
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Entre avan�os e recuos na flexibiliza��o do isolamento social para o funcionamento do com�rcio de Belo Horizonte e a press�o preocupante sobre o sistema de sa�de da cidade, a capital mineira registra uma das menores taxas de mortalidade pelo novo coronav�rus no Brasil. Com 5,2 �bitos a cada 100 mil habitantes, BH aparece nos �ltimos lugares da dram�tica contagem de mortes por COVID-19, quando comparada a outras metr�poles, de acordo com os dados oficiais relativos ao boletim epidemiol�gico de segunda-feira.
Na rela��o das capitais, Belo Horizonte aparece na 25ª posi��o, com Florian�polis (2,6 �bitos por 100 mil habitantes) e Campo Grande (0,9 �bito por 100 mil habitantes) completando as �ltimas duas posi��es. A compara��o, contudo, se d� entre cidades com grande diferen�a em popula��o. As capitais de Santa Catarina e do Mato Grosso do Sul t�m, respectivamente, cerca de 500 mil e 895 mil habitantes, de acordo com os �ltimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), enquanto BH conta com 2,5 milh�es de moradores.
Quando a busca pelos �ndices � refinada para as cidades com mais de 1 milh�o de habitantes, Belo Horizonte figura em �ltimo lugar na lista, que conta com outras 16 localidades. Perto da capital mineira s� fica Porto Alegre, com 5,7 �bitos para cada 100 mil habitantes. Bel�m lidera as estat�sticas, com 127,1 mortes por 100 mil habitantes. At� segunda-feira, a capital do Par� havia registrado 1.884 �bitos, enquanto 129 vidas foram perdidas para a COVID-19 em BH. O boletim de ontem da Secretaria de Sa�de de Minas Gerais registra informa��es de 144 �bitos, ao todo, na capital, e 5.771 casos de contamina��o. Na segunda-feira, havia registro de 130 mortes.
No �ltimo dia 23, pesquisadores da Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (Opas) estiveram na capital mineira para conhecer as estrat�gias tomadas no enfrentamento � doen�a respirat�ria. A inten��o era entender melhor as medidas adotadas pela prefeitura municipal para replic�-las em outras cidades.
O infectologista Carlos Starling, membro do Comit� de Enfrentamento � COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, afirma que os resultados s�o importantes para dar resposta �quelas pessoas que t�m propagado 'falsas alternativas” de combate ao coronav�rus. “Esses resultados s�o muito importantes. Eu considero esses resultados uma resposta �s pessoas que t�m orientado, que t�m feito lives promovendo tratamentos milagrosos. N�o tem tratamento milagroso aqui em Belo Horizonte. O tratamento � o distanciamento e o isolamento social”, afirmou.
Sinal de alerta
BH est� na ‘zona vermelha’ quanto � taxa de ocupa��o de leitos de unidades de tratamento intensivo (UTI), com 87%, segundo o boletim epidemiol�gico divulgado na segunda-feira. Apesar disso, Carlos Starling disse que h� claro entendimento para a popula��o do que deve ser feito neste momento de pandemia.
“Existe uma press�o sobre o sistema de sa�de, mas existe, tamb�m, uma resposta adequada. Isso d� certa tranquilidade para a popula��o. Tem muita gente vendendo falsas promessas � popula��o, tentando vender tratamentos que ainda s�o pesquisas, como se fossem a salva��o da lavoura, e n�o s�o. Temos que falar uma linguagem honesta com as pessoas”, observou.
Starling refor�ou que n�o existem tratamentos comprovados para impedir a infec��o pelo v�rus. “O que tem que ser feito � o isolamento e o distanciamento social. Isso � o que gera esse resultado. Mostrar para a popula��o o que realmente funciona, e n�o sair vendendo falsas ilus�es”, afirmou. Para o infectologista, o principal diferencial de Belo Horizonte para outras localidades est� na clareza na comunica��o com a popula��o, em linguagem simples e direta.
“N�o tem ningu�m vendendo ilus�o para ningu�m. Aqui se fala o que tem que ser dito. � preciso fazer isolamento social? �. N�o � preciso, ou seja, d� para flexibilizar? Flexibiliza. Mas, se for necess�rio, volta atr�s. Falar a verdade �s vezes d�i, incomoda, mas funciona. � melhor que vender falsas ilus�es”, disse.
(foto: Arte EM)
O infectologista, que � diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, destaca que a situa��o � “preocupante”, mas est� “sob controle”. Ele sustenta que ter retrocedido no processo de flexibiliza��o do com�rcio demonstra que a cidade est� em sinal de alerta para o momento de acelera��o dos casos da do-en�a na capital.
H� um planejamento da PBH, de acordo com Starling, para dobrar o n�mero de leitos ofertados na cidade para atendimento de pacientes graves da COVID-19. Segundo o especialista, ser�o abertos mais 25 leitos – somando-se aos cerca de 300 j� em funcionamento –, com capacidade para chegar ao patamar de 722 UTIs.
“Mas � preciso n�o esquecer que UTIs s�o equipamentos caros e precisam de profissionais especializados”, alertou o infectologista, destacando que a melhor forma de combater a COVID-19 continua sendo o isolamento social, combinado ao uso de m�scaras e protocolos de higieniza��o.
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte. V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.