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Estado de Minas Pandemia

Reinfec��o: jovem mineiro morto por COVID-19 pode ser 1� caso do Brasil

Caso � investigado pelos �rg�os de sa�de, que consideram outras hip�teses para o fen�meno; entenda


08/07/2020 15:07 - atualizado 10/07/2020 14:23

(foto: Rawpixel/Divulgação)
(foto: Rawpixel/Divulga��o)
�rg�os de sa�de das tr�s esferas de governo investigam um poss�vel caso de reinfec��o pelo novo coronav�rus em Itatiaiu�u, na Regi�o Central de Minas. O paciente � um t�cnico de enfermagem de 22 anos, morto pela COVID-19 nessa segunda-feira (6). 



De acordo com a Secretaria de Sa�de do munic�pio, Lib�rio Tadeu Fonseca Pereira apresentou dois testes positivos para a doen�a - ambos do tipo RT-PCR, considerado "padr�o-ouro" no diagn�stico da virose. O primeiro foi realizado em 19 de abril na Policl�nica de Itatiaiu�u. Na ocasi�o, o rapaz foi acometido por sintomas brandos, cumpriu isolamento domiciliar e voltou ao trabalho ap�s 14 dias de afastamento. 

Em 27 de junho, ele voltou a se sentir mal e fez novo teste, cujo resultado tamb�m foi positivo. O quadro cl�nico, desta vez, se agravou e o jovem morreu internado Hospital Manoel Gon�alves de Sousa Moreira, em Ita�na. Situada a 25 quil�metros de Itatiaiu�u, unidade � refer�ncia para atendimento de casos de COVID-19 na macrorregi�o Centro-Oeste.

A secret�ria municipal de sa�de, Carolina Lemos Barbosa, pondera que ainda n�o h� evid�ncias suficientes que confirmem a hip�tese de reinfec��o pelo v�rus. O fen�meno, acompanhado pela Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) e pelo Minist�rio da Sa�de, pode ter outras causas, incluindo falha no primeiro exame. “O grau de confiabilidade do PCR � alta, mas isso n�o quer dizer ele esteja totalmente isento de falhar. � preciso descartar todas as outras hip�teses antes de falar em reinfec��o. N�o confirmamos que se trata desse evento, mas tamb�m n�o descartamos ”, explica a dirigente. 

Questionada pela reportagem, ela n�o especificou quando a investiga��o ser� conclu�da, nem deu detalhes do processo. Por meio de nota, a SES-MG e o Minist�rio da Sa�de informaram que prestar�o apoio t�cnico o munic�pio e aguardam registro oficial do caso. 

Hist�rico do paciente

Segundo Carolina Barbosa, Lib�rio morava com a m�e, o pai e uma tia. Da primeira vez em que ele foi diagnosticado com a COVID-19, os demais membros da fam�lia n�o contra�ram o v�rus, conforme teriam demonstrado os testes aplicados pela prefeitura. J� da segunda vez em que o jovem apresentou os sintomas, todos os familiares tiveram exames positivos para o novo coronav�rus.

A m�e do rapaz morreu da doen�a pouco antes do filho. O �bito de Edriana de F�tima Pereira Fonseca, de 44 anos, ocorreu em 4 de julho, dois dias ap�s sua interna��o tamb�m no Hospital Manoel Gon�alves de Sousa Moreira. 

A secret�ria de Sa�de relata ainda que Edriana sofria de uma s�ndrome gen�tica rara desencadeada pela muta��o no gene GATA2, que provoca baixa imunidade no organismo. A condi��o, possivelmente, tornou a mulher mais suscet�vel � virose. “� prov�vel que o filho dela tamb�m tivesse a s�ndrome e que por isso n�o tenha sobrevivido � COVID-19, embora fosse t�o novo. Mas ele n�o tinha diagn�stico da muta��o gen�tica. Ainda estamos investigando”, afirma a gestora. 

O que diz a ci�ncia

A possibilidade de reinfec��o pelo novo coronav�rus ainda � uma incerteza na comunidade cient�fica. Textos publicados pelo Minist�rio da Sa�de mencionam que a literatura m�dica registra casos de pacientes curados de COVID-19 que voltaram a apresentar um novo epis�dio da doen�a. Entretanto, n�o existem provas contundentes que permitam classificar esses eventos. Eles tanto podem significar uma nova infec��o, quanto uma recidiva do quadro inicial. 

O infectologista Una� Tupinamb�s explica que ainda n�o h� evid�ncias de que os anticorpos produzidos pelo organismo ap�s a infec��o pelo Sars-CoV-2 (v�rus da pandemia) durem para o resto da vida. "De todo modo, estudos recentes mostram que os anticorpos gerados pelo novo coronav�rus se mant�m ativos por pelo menos 12 meses", ressalta.

O presidente da Sociedade Mineira de Infectologia Carlos Starling esclarece que, al�m da reinfec��o, h�, no m�nimo, duas outras hip�teses plaus�veis para o quadro apresentado pelo jovem de Itatiaiu�u. 

"A reinfec��o me parece a menos prov�vel considerando o curto per�odo de tempo em que ele, supostamente, voltou a apresentar os sintomas da COVID-19. Ainda n�o sabemos se os anticorpos gerados ap�s o cont�gio duram para sempre, mas � dif�cil que tamb�m durem menos de dois meses", analisa. 

Segundo o m�dico, a literatura cient�fica menciona casos raros de recidivas. Ou seja: a pessoa contraiu a doen�a e, aparentemente, se curou. O organismo, no entanto, n�o foi capaz de eliminar completamente o coronav�rus, que sofreu posterior reativa��o. "S�o situa��es rar�ssimas. Mas � um fator a se considerar. N�o conhe�o o caso do rapaz de Itatiaiu�u de perto, mas trata-se de uma pessoa com hist�rico de imunodefici�ncia na fam�lia. Ou seja: h� ind�cios de que ele pode ter um sistema imunol�gico fr�gil, supostamente prop�cio a um cen�rio como esse", analisa. 

O especialista cita ainda a chance de falha nos testes realizados. "Podemos tamb�m estar diante um caso de falso positivo. H� v�rus semelhantes ao novo coronav�rus que seriam capazes de confundir o exame. N�o � muito comum, mas acontece", destaca. 

Na falta de evid�ncias que atestem a imunidade duradoura ap�s o cont�gio pela COVID-19, o infectologista refor�a a necessidade da manuten��o das medidas de distanciamento social e higiene mesmo entre as pessoas que tiveram a enfermidade e j� se recuperaram. "� fundamental. N�o temos vacina, nem certezas que nos tranquilizem. O que podemos ter, por enquanto, � cautela", aconselha. 


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