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Estado de Minas DESPERD�CIO E FOME

Volunt�rios doam alimentos que seriam jogados fora por sacol�es e supermercados em BH

ONG GoodTruck Brasil distribui a alimenta��o vegetariana em comunidades carentes. Projeto busca volunt�rios e empresas parceiras


11/08/2020 15:29 - atualizado 11/08/2020 15:53

Na foto, ação na comunidade Terra Nossa no mês passado(foto: Sérgio Rocha/ divulgação)
Na foto, a��o na comunidade Terra Nossa no m�s passado (foto: S�rgio Rocha/ divulga��o)
Combater a fome, o desperd�cio de alimentos e conscientizar e educar as pessoas sobre sustentabilidade, desigualdade social e consumo consciente. Esses s�o os objetivos da ONG GoodTruck Brasil que iniciou os trabalhos na capital mineira em meio � pandemia do novo coronav�rus. 

 

De um lado, grande produ��o aliment�cia � descartada diariamente de sacol�es, supermercados e mercearias. Do outro, a fome. Projeto leva alimenta��o vegetariana -  contra desgaste ambiental necess�rio � produ��o de carne para a comunidade Terra Nossa, no Bairro Taquaril, na Regi�o Leste de Belo Horizonte. Volunt�rios buscam parcerias para expandir as a��es.


O GoodTruck Brasil � uma ONG que nasceu em Curitiba (PR) e atua desde 2016 em projetos de redu��o ao desperd�cio de alimentos e combate � inseguran�a alimentar e nutricional. Nos tr�s anos de atua��o, j� passaram por l� mais de 1.035 volunt�rios, foram distribu�dos gratuitamente mais de 12 toneladas de comida, resgatadas mais de 5 toneladas de hortifr�tis - excedentes de produ��o que seriam descartados - e alimentadas cerca de 15 mil pessoas que vivem em situa��o de vulnerabilidade social e residem na periferia da cidade.

 

 

"Vim de uma fam�lia de origem de extrema pobreza. Meus pais foram v�timas da mis�ria e da inseguran�a alimentar e ascenderam socialmente atrav�s dos estudos e do trabalho. Mas, diferentemente do que se espera, o discurso na minha casa nunca foi no sentido de 'se eu consegui, todo mundo consegue', mas 'se eu consegui, eu quero usar o meu lugar de privil�gio para ajudar outras pessoas a conseguirem tamb�m'", contou a advogada Ana Carla Sena de Assis e Rocha, de 26 anos, uma dos 12 volunt�rios que integram o novo projeto em BH. 

Foi nesse contexto que Ana cresceu e desde muito nova j� era engajada socialmente e se organizava com amigas e com o col�gio para ir a asilos, abrigos e em comunidades servir. "Lutar por justi�a social � meu prop�sito de vida", disse. E assim, em meio � pandemia, o grupo se arrisca para ajudar pessoas em vulnerabilidade social. 

Ver galeria . 7 Fotos  Sérgio Rocha/ Divulgação
(foto: S�rgio Rocha/ Divulga��o )
"A ONG se sustenta em tr�s pilares que foram consolidados nos �ltimos quatro anos:  combater a fome e a inseguran�a alimentar e nutricional; Combater o desperd�cio de alimentos e conscientizar e educar as pessoas sobre a tem�tica da sustentabilidade, desigualdade social, consumo consciente e empatia. Esse �ltimo objetivo � muito importante dentro e fora das comunidades assistidas, pois acreditamos que s� atrav�s da educa��o e da autotransforma��o � que se � poss�vel mudar o mundo", explica Ana Carla.

A advogada acredita que "� preciso compreender o quanto somos pot�ncia na transforma��o da sociedade em que vivemos atrav�s dos nossos atos e que mudar a sociedade est� nas nossas m�os". "Assim, a ideia � que o GoodTruck seja a primeira sementinha' e propulsor de novas iniciativas e mecanismos de justi�a social", acrescenta.

O GoodTruck iniciou as a��es em Belo Horizonte em abril deste ano. "Isso ocorreu atrav�s de uma amiga chamada Marcella Amaral. Ela � mineira, mas mora h� alguns anos em Curitiba e, l�, participou de algumas a��es da ONG", conta Ana.

Com o in�cio da quarentena e do isolamento social, por�m, Marcella precisou retornar para Minas Gerais e decidiu que queria trazer o projeto para a capital mineira por considerar a pauta socioambiental abordada muito relevante e por n�o conhecer nada parecido aqui na regi�o.

A ideia surgiu em abril e foram necess�rios alguns meses para organizar, engajar volunt�rios, doadores e estabelecimentos parceiros suficientes para o grupo fazer a primeira a��o acontecer. A primeira a��o correu em 25 de julho, na ocupa��o Terra Nossa, no Bairro Taquaril, na Regi�o Leste de Belo Horizonte.

Na foto, comunidade Terra Nossa. no Bairro Taquaril(foto: Douglas Wender/ divulgação)
Na foto, comunidade Terra Nossa. no Bairro Taquaril (foto: Douglas Wender/ divulga��o)
"A partir da escolha da comunidade, entramos em contato com a l�der comunit�ria e estabelecemos com ela as necessidades da comunidade e como poder�amos atuar por l�", conta Ana Carla.


Assim, foi feita uma parceria em que, quinzenalmente, ser� ofertado um caf� da manh�, onde s�o servidos p�es e quitutes, frutas, vitaminas, achocolatados e sucos. "O caf� da manh� � uma refei��o raramente feita pelos moradores da comunidade", disse. 

Ana tamb�m explica que a ONG atua com alimenta��o vegetariana. "Isso porque como a ideia � refor�ar a pauta socioambiental, quando analisamos os dados sobre o desgaste ambiental necess�rio a produ��o de carne o impacto social � assustador. Desse modo, a alimenta��o levada, al�m de nutricionalmente saud�vel, � vegetariana", disse.

A advogada conta que o grupo est� atuando com essa periodicidade e em apenas uma comunidade pela dificuldade em encontrado e conseguir doa��es suficientes para a expans�o do o projeto. Mas a ideia � que em breve tenham material necess�rio para atuar com mais frequ�ncia e em outros locais.

O desperd�cio 


A Organiza��o das Na��es Unidas para a Alimenta��o e Agricultura (FAO) estima que cerca de 30% de toda a produ��o aliment�cia mundial � descartada anualmente, o que corresponde a mais de 1 bilh�o de toneladas de comidas jogadas no lixo. No Brasil, em 2013, um estudo do IBGE mostra que o Brasil desperdi�ou mais de 26 milh�es de toneladas de alimentos em alguma fase da cadeia produtiva, o que corresponde a 10% da nossa produ��o anual.

"Esses dados, por�m, n�o s�o completamente confi�veis. O desperd�cio � de certa forma imensur�vel, pois n�o considera o descarte residencial e em pequenos estabelecimentos, por exemplo. Ent�o na pr�tica, acreditamos que esses valores sejam muito maiores, mas subnotificados", relatou.

Em BH, por terem come�ado a atuar h� pouco tempo, ainda n�o consegu�ram coletar os dados do desperd�cio. "Mas d� para termos uma no��o atrav�s dos dados fornecidos pelo Ceasa-PR, que distribui itens de hortifruti em Curitiba, cidade onde a ONG teve origem e que � uma cidade com popula��o semelhante � de BH. Por l�, eles descartam entre 15 e 18 toneladas de frutas, legumes e verduras por dia", disse.

A fome


"Do outro lado, podemos pensar que esse desperd�cio � inconceb�vel quando estudos mostram que 29 mil pessoas morrem de fome por dia ao redor do globo, enquanto no Brasil, estima-se que sejam 15 pessoas diariamente morrendo de desnutri��o. Em termos de inseguran�a alimentar, s� no nosso pa�s, temos 17 milh�es de pessoas em situa��o de inseguran�a alimentar em n�veis m�dio e grave", lamentou Ana.

A advogada relata que, esta semana, a OXFAM Brasil apresentou um estudo que mostra que mais pessoas morrer�o de fome no mundo do que de COVID-19 em 2020. Pelos dados apresentados, estima-se que al�m de todas as pessoas que j� falecem de fome diariamente, at� 12 mil pessoas a mais poder�o perder a vida pela desnutri��o e inseguran�a alimentar, considerando a crise econ�mica que acompanha a crise sanit�ria.

"No Brasil, a situa��o � t�o grave que ele � considerado o epicentro da fome no mundo durante a pandemia, ao lado de �ndia e �frica do Sul", disse.


Volunt�rios


No momento, a ONG conta com 12 pessoas atuando em BH. Para se inscrever os interessados podem preencher o formul�rio de “seja volunt�rio” no site da GoodTruck (goodtruck.org.br) ou acessar o Instagram @goodtruckbrasil e mandar uma mensagem pedindo maiores informa��es que a equipe respons�vel entrar� em contato com as instru��es para atua��o.

Pessoas f�sicas podem doar atrav�s da Vakinha (https://www.vakinha.com.br/vaquinha/goodtruck-beaga-no-covid-19) ou cntatando a GoodTruck no Instagram para que algum dos volunt�rios recolha ou receba a doa��o.

Empresas parceiras


Atualmente, o projeto nacional j� contou mais de 85 empresas vinculadas de alguma forma. Em Belo Horizonte, s�o sete parceiros. Dentre essas empresas encontram-se sacol�es, supermercados, mercearias, padarias e lojas de suplementos descart�veis.

"Em termos de material necess�rio e quais empresas podem doar, precisamos constantemente de parcerias com padarias, supermercados e hortifrutis, fabricantes de latic�nios e bebidas, empresas ou distribuidoras de itens de higiene pessoal (sabonetes, absorventes, papel higi�nico, pasta e escova de dente), bem como de alimentos n�o perec�veis, como os itens da cesta b�sica", contou.

As empresas que queiram se tornar parceiras do projeto podem acessar o site (goodtruck.org.br) ou nos procurar atrav�s das redes sociais (@goodtruckbrasil) para maiores informa��es.

 


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