Foi preso nessa quarta-feira em Ouro Preto, na Regi�o Central de Minas Gerais, um homem de 36 anos condenado por estupro de vulner�vel. O crime ocorreu em 2009 em Betim, na Grande BH. Na �poca, a v�tima tinha apenas 2 anos, mas conseguiu relatar o abuso. A delegada respons�vel pela pris�o faz um alerta � sociedade para que as pessoas estejam atentas �s crian�as para evitar esse tipo de caso e identificar v�timas.
Segundo a Pol�cia Civil, o homem era vizinho da crian�a da qual abusou sexualmente. Ela foi levada para a casa dele e, depois, encontrada pela m�e com as roupas sujas de sangue.
Conforme a delegada Ariadne Elloise, da Delegacia Especializada em Atendimento � Mulher (Deam) de Betim, ele chegou a ser preso em flagrante na �poca, mas foi solto meses depois e respondia em liberdade. O caso transitou em julgado e ele foi condenado a oito anos de pris�o em regime fechado. O mandado foi expedido pela 1ª Vara Criminal de Betim no �ltimo dia 14. Levantamentos indicaram que o homem estava em Ouro Preto e, com apoio da delegacia regional da cidade hist�rica, os investigadores da Deam foram ao munic�pio e o prenderam ontem.
Em uma semana em que casos de estupro de vulner�vel est�o em evid�ncia, ap�s uma menina de 10 anos precisar ser submetida a um procedimento de aborto legal depois de ter sido estuprada pelo tio no Esp�rito Santo, os relatos servem de alerta, segundo a delegada. Nesta quinta-feira, ao Estado de Minas, Ariadne Elloise falou da import�ncia de que esses crimes sejam sempre denunciados, j� que que a subnotifica��o � comum.
“A pessoa tem que ser responsabilizada. Neste caso demorou, mas ele vai cumprir a pena dele. � preciso pelo menos diminuir a possibilidade de essas pessoas cometerem crimes semelhantes com outras v�timas. Quando h� responsabiliza��o, � mais dif�cil que ela cometa”, enfatiza a delegada. Ela refor�a que repercuss�o incentiva outras v�timas a ter coragem para denunciar a viol�ncia.
Alerta aos pais e respons�veis
A delegada da Deam de Betim diz que pais ou respons�veis devem trabalhar para manter um di�logo aberto com as crian�as e adolescentes. “Eles s�o seres em desenvolvimento. � normal a crian�a que sofre abuso se sentir culpada, envergonhada, sentir medo do autor, at� por amea�a. Se os pais n�o deixarem os filhos � vontade para relatar qualquer coisa, isso n�o vai ser falado, ou talvez muito mais tarde”, afirma.
Ariadne Elloise orienta que os adultos estejam atentos aos sinais. “N�o � s� a crian�a n�o querer ir para a casa de algu�m. Tem que procurar saber porque ela n�o quer ir, perguntar se aconteceu alguma coisa. Ver mudan�as na escola. �s vezes a v�tima come�a a regredir, fica mais chorosa, mais isolada. � complicado porque pode levar at� a uma tentativa de suic�dio, porque o trauma emocional e f�sico � muito grande”, diz a delegada.
Ela tamb�m explica que os pais devem monitorar o acesso das crian�as e adolescentes � internet, pois � grande o caso de crimes virtuais dessa natureza. “Eu sei que na vida moderna fica todo mundo na correria, mas o amor requer cuidado e prote��o”, conclui.