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Estado de Minas GERAL

Gesta��o de menina de 10 anos v�tima de estupro � interrompida no Recife

Segundo gestor do hospital, a menina est� bem e recebe apoio psicol�gico


17/08/2020 10:27 - atualizado 18/08/2020 21:51

Fachada do Cisam, em Recife (PE)(foto: Reprodução da internet/Google Maps)
Fachada do Cisam, em Recife (PE) (foto: Reprodu��o da internet/Google Maps)


Profissionais de sa�de respons�veis pela interrup��o da gesta��o da menina de 10 anos, que foi v�tima de estupro no Esp�rito Santo, confirmaram a realiza��o do procedimento. A menina foi transferida de S�o Mateus, no norte do Esp�rito Santo, para o Recife, capital de Pernambuco, ap�s decis�o do juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara da Inf�ncia e da Juventude do munic�pio onde ela mora. Desde o domingo, 16, a menina est� internada no Centro Integrado de Sa�de Amaury de Medeiros (Cisam-UPE), que fica no bairro da Encruzilhada. Ao longo do dia, diversas pessoas se manifestaram, a favor e contra o procedimento m�dico, que � assegurado pela lei em caso de estupro.

De acordo com o gestor executivo e diretor do Cisam, o m�dico Ol�mpio Barbosa de Morais Filho, o procedimento de interrup��o da gesta��o, pelo qual ele foi respons�vel, teve in�cio no domingo e ser� finalizado nesta segunda-feira, 17. "Ontem mesmo foi procedido o �bito fetal, ent�o n�o tem mais vida, o feto. E hoje vamos proceder com o esvaziamento, que � para causar contra��es para expuls�o do feto. E esperamos, a partir de amanh�, em algum momento, que ela tenha condi��es de alta", afirmou.

Questionado pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre o estado de sa�de da menina, o m�dico disse que ela est� bem. "Ela est� bem, com apoio psicol�gico, assist�ncia social e a av�. Est� tendo algumas contra��es, c�licas, mas est� bem", afirmou.

Segundo a coordenadora de enfermagem do Cisam, Maria Benita Spinelli, a institui��o optou pelo tipo de procedimento menos invasivo poss�vel. "Se faz um primeiro procedimento, que � o �bito fetal, e em seguida d� continuidade ainda com o uso de alguns medicamentos, para o desencadeamento do aborto, da expuls�o do feto, de uma forma menos traum�tica e intervencionista, para que a elimina��o seja por via vaginal, sem causar maiores danos � menina", explicou.

Benita Spinelli explicou ainda que, nesta segunda-feira, a menina deve sentir algumas dores de contra��es, mas que s�o dores esperadas e que n�o demonstram risco para a paciente. "Elas est�o bem [a menina e a av�], acolhidas, est�o em uma enfermaria, sendo bem cuidadas por toda a nossa equipe profissional e aguardando o desfecho. A menina deve sentir algumas dores, claro, porque s�o contra��es, e a sensa��o � essa mesmo, a contra��o � dolorida, mas est� tudo dentro do previsto, correndo da melhor maneira poss�vel. Assim que ela estiver bem, em condi��es de alta, sem nenhum sangramento ou processo infeccioso, ela poder� voltar para a cidade dela."

Durante o domingo, grupos religiosos fizeram atos, fazendo uma esp�cie de barreira humana na frente do Cisam para tentar impedir a entrada do m�dico respons�vel pelo procedimento na unidade de sa�de. Ao chegar ao local, o m�dico foi recebido aos gritos de "assassino". V�deos do momento circulam nas redes sociais.









"Dentro da maternidade, em alguns momentos, a gente escutava alguns ru�dos l� de fora [dos protestos], mas conseguimos manter a menina fora e alheia ao que estava acontecendo l�. A gente sabia o que era, mas no nosso espa�o est�vamos cuidando dela. Fazendo o procedimento acontecer, explicando a ela direitinho. Para que ela se sentisse acolhida e segura com quem estava ali com ela. Afinal de contas, foi o nosso primeiro contato com ela. Mas acho que conseguimos transcorrer da melhor forma poss�vel para ela, sem causar tantos problemas, porque o que aconteceu do lado de fora, pelo o que a gente viu nas redes sociais, realmente n�o foi uma situa��o nem um pouco confort�vel: um grupo fazendo barulho e sem m�scara na porta de um hospital, querendo invadir a institui��o. Mas, para n�s, do Cisam, fica a sensa��o e o sentimento de tarefa cumprida, cumprindo com o nosso dever, atendendo a uma ordem judicial para salvar a vida de uma crian�a que vem sendo v�tima, h� quatro anos, de um adulto agressor. Um sofrimento que resultou numa gesta��o", pontuou Benita.

E acrescentou: "N�s trabalhamos no Sistema �nico de Sa�de (SUS) e temos que atender a popula��o independentemente de ra�a, cor, idade ou classe social. O SUS � isso, ele � universal e atende pessoas de qualquer lugar. Ent�o, se no Estado em que ela [a menina] mora, houve obje��o em rela��o ao procedimento, aqui ela foi acolhida sem nenhuma dificuldade nossa, a dificuldade foi externa. E a gente tem sempre essa certeza de miss�o cumprida, porque n�s acreditamos que as mulheres precisam e podem viver uma vida saud�vel, sem viol�ncia e com liberdade."

� noite, j� com boatos de que a gesta��o havia sido interrompida com seguran�a para a menina de 10 anos, um movimento de apoio e suporte �s mulheres tamb�m se mobilizou na frente do Cisam. O v�deo mostra mulheres repetem juntas, em voz alta, um discurso proferido por uma delas: "N�s estamos aqui, num contexto de pandemia, respeitando o isolamento social, usando m�scara, para dizer que nossas vidas importam e que a vida dessa menina estuprada importa para toda a sociedade. Um aborto legal � um direito. N�o vamos abrir m�o disso, n�o vamos abrir m�o da vida de uma menina de 10 anos."


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