� isso que est� acontecendo: gente tentando invadir hospital onde est� a crian�a v�tima de estupro. N�o pode ser. pic.twitter.com/U6QBgsCtbX
%u2014 Carolina Trevisan (@carolinatre) August 16, 2020
Um grupo de pessoas ligado � Comunidade Cat�lica Porta Fidei se deslocou ao Centro Integrado de Sa�de Amaury de Medeiros, no Recife, para protestar contra o aborto pelo qual uma menina de 10 anos passar� ap�s ser estuprada pelo pr�prio tio.
Apesar do procedimento ser considerado legal, a multid�o tentou invadir o hospital. Com gritos de “assassino”, tamb�m criticou o m�dico respons�vel pelo aborto.
V�deos que circulam no Twitter mostram a confus�o. Policiais militares do estado de Pernambuco precisaram impedir a entrada das pessoas no hospital.
Cat�licos est�o na frente do hospital onde a menina de 10 anos far� o aborto. O m�dico respons�vel pelo aborto foi recebido desta forma: pic.twitter.com/Av6Kfa73e4
%u2014 gui (@guilhermariae) August 16, 2020
Durante o dia, outro v�deo postado mostra o grupo de m�os dadas, orando em frente ao hospital. A Comunidade Cat�lica Porta Fidei se diz em defesa “das duas vidas” e chamou o procedimento de “homic�dio”.
Pol�ticos tamb�m estiveram no local, entre eles o deputado estadual por Pernambuco, Joel da Harpa (PP).
A legisla��o brasileira, por�m, permite a interrup��o de gravidez para v�timas de estupro. O mesmo vale para casos de risco de morte para m�e e feto anenc�falo.
Identidade da v�tima
Um novo crime circundou a situa��o da menina de 10 anos neste domingo (16). Investigada no inqu�rito das fake news, Sara Fernanda Giromini, a Sara Winter, divulgou a identidade da v�tima e o endere�o de sua fam�lia nas redes sociais.
Tal ato � considerado crime, segundo o Estatuto da Crian�a e do Adolescente (ECA). Isso porque o ECA garante que “a promo��o dos direitos e prote��o da crian�a e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito � imagem e reserva da sua vida privada”.
Entenda o fato
Ap�s a situa��o da menina ser revelada, usu�rios do Twitter fizeram uma campanha com a hashtag ‘#gravidezaos10mata’ defendendo que o aborto fosse garantido no caso.
Na �ltima sexta-feira (14), uma decis�o judicial permitiu “a imediata an�lise pela equipe m�dica quanto ao procedimento de melhor viabilidade para a preserva��o da vida da crian�a, seja pelo aborto seja pela interrup��o da gesta��o por meio de parto imediato”.
O procedimento, no entanto, foi negado pelo Hospital Universit�rio Cassiano Ant�nio Moraes (HUcam), vinculado � Universidade Federal do Esp�rito Santo (UFES), porque a crian�a j� estaria com cinco meses de gravidez.