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Estado de Minas Viol�ncia

Viol�ncia contra mulheres n�o reduz em segundo ano do Dia de Combate ao Feminic�dio

O Dia Estadual de Combate ao Feminic�dio foi instaurado na data em que a servidora Lilian Hermogenes foi morta. Casos em Minas Gerais seguem em mesmo patamar apesar de a data ter promovido discuss�es e alertas


23/08/2020 12:39 - atualizado 23/08/2020 13:18

Lílian Hermogenes, de 44 anos, morreu assassinada a tiros quando saía de casa. Ex-marido é suspeito (foto: Reprodução Facebook)
L�lian Hermogenes, de 44 anos, morreu assassinada a tiros quando sa�a de casa. Ex-marido � suspeito (foto: Reprodu��o Facebook)
O Dia Estadual de Combate ao Feminic�dio em Minas Gerais completa seu segundo ano neste domingo (23), marcado por n�o ter ainda sensibilizado a sociedade para o problema, uma vez que o ritmo de mortes e de tentativas de homic�dios de mulheres continua o mesmo (veja tabela abaixo). A data foi institu�da em 2019 pela Lei 23.144/2018 e escolhida para lembrar do assassinato da servidora do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) Lilian Herm�genes da Silva, de 44 anos, em Contagem, em 23 de agosto de 2016. O caso da servidora ainda segue aberto, com o ex-marido dela como suspeito de ser o respons�vel pela morte, chegando a ser preso naquele mesmo ano.

De acordo com dados da Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica (Sejusp), de 2018 a 2020, de janeiro a junho, o ritmo de mulheres que morreram nas m�os de homens abusivos simplesmente por serem mulheres se mant�m em uma morte a cada tr�s dias, totalizando 57 registros neste ano e 68 no ano passado. A raz�o de tentativas de se matar essas mulheres � ainda mais acelerada, com uma mulher passando por essa situa��o de amea�a � pr�pria vida a cada dois dias. Foram 107 ocorr�ncias de janeiro a junho dos �ltimos dois anos, segundo a secretaria.

No caso da funcion�ria p�blica que teve a data da morte usada para simbolizar a luta das mulheres, L�lian Herm�genes estava saindo de casa, no Bairro Jardim Industrial, no Barreiro, para o trabalho, quando dois homens se aproximaram em uma moto no cruzamento da Avenida General David Sarnoff e Rua Joaquim Laranjo e dispararam contra ela. Eles ainda levaram a bolsa da v�tima para simular um assalto. Lilian morreu no local. No dia seguinte, o ex-marido, o advogado Artur Campos Resende, de 49 anos, foi detido suspeito de ser o mandante do assassinato. A mulher tinha uma medida restritiva contra o ex-marido devido a amea�as. O caso teve grande repercuss�o, principalmente pelo fato de a servidora ser lotada na Promotoria de Defesa do Direito das Mulheres.

Mesmo com o mesmo ritmo de crimes nos �ltimos dois anos, um agravante � que de acordo com especialistas do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica, 2020, ano em que se convive com o isolamento social devido � COVID-19, o volume de den�ncias que se tornaram registros policiais tende a ter diminu�do, enquanto o crime pode estar sendo amplificado pela proximidade excessiva de agressor e v�tima, sobrtetudo no ambiente dom�stico.

“Constatamos a qu�mica explosiva de associa��o de isolamento, somada ao estresse, � redu��o da renda e � perda de empregos como gerador de mais viol�ncia dom�stica. E a mulher � a v�tima preferencial disso, por uma s�rie de situa��es em que ocorriam viol�ncia verbal, por xemplo, antes, e que com o contato cont�nuo, a perda de emprego do homem, muitas vezes se converte em viol�ncia. O isolamento potencializou esses fatores e isso explica a agressividade nos lares percebida em nossa pesquisa (term�metros COVID-19 - Instituto Olhar UFMG/CRISP”, observa o respons�vel pela an�lise dos dados, o professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Seguran�a P�blica (Crisp) da UFMG, Br�ulio Figueiredo Alves da Silva.

Lidiane Conceição Siqueira, de 35 anos, levou 11 tiros. Suspeito era o ex-companheiro(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press)
Lidiane Concei��o Siqueira, de 35 anos, levou 11 tiros. Suspeito era o ex-companheiro (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A.Press)
Por tr�s dos n�meros, em todos os anos h� casos de mulheres brutalmente assassinadas, geralmente por seus companheiros e ex-companheiros. No dia 6 de maio deste ano, a f�ria do ex-namorado se transformou em 11 disparos de arma de fogo no peito de Lidiane Concei��o Siqueira, de 35 anos, moradora do Bairro Petrol�ndia, em Contagem, na Grande BH. Leonardo Gomes de Morais n�o teria aceitado o fim do relacionamento e por isso a matou.

Segundo a pol�cia, o atirador surpreendeu a v�tima enquanto ela caminhava na rua Refinaria Manguinhos. Ap�s fazer os disparos, fugiu de biciclet, mas acabou preso na semana seguinte. De acordo com a fam�lia da v�tima, o homem tinha um relacionamento por tr�s anos com a mulher, mas ela teria dado um fim no namoro. Ele, inconformado, chegou a agredir a ex-companheira uma semana antes com socos, chegando a utilizar um teiser para dar choques nela. A mulher tinha medida protetiva em vigor contra o ex-namorado.
 
Crimes contra a mulher
Veja os n�meros da viol�ncia contra a mulher em MG (janeiro a junho)

2018
Mortes 62 - M�dia 1/3 dias
Tentativas 128 - M�dia 2/3 dias

2019
Mortes 68 - M�dia 1/3 dias
Tentativas 107 - M�dia 1/2 dias

2020
Mortes 57 - M�dia 1/3 dias
Tentativas 107 - M�dia 1/2 dias 

Fonte: Sejusp


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