
Muitos deles vieram ao estabelecimento especialmente para comer o famoso kaol - prato mais famoso do card�pio, composto e arroz, feij�o, farofa, couve, lingui�a e ovo -, servido no tradicional balc�o da casa. "Confesso que estou sentindo falta da cervejinha para acompanhar o almo�o. Mas, j� que n�o pode, vamos s� de pf (prato feito) mesmo. Eu venho aqui desde menino, senti muita falta", relata o comerciante Ramon Henrique, de 38 anos. Ele diz que frequenta o Palhares h� duas d�cadas.
O gerente Andr� Palhares comemora a fidelidade da freguesia, mas confessa que esperava maior movimento. "Sab�amos que hoje ia ser mais fraco, mas achava que ia encher mais um pouco", comenta.
Para a reabertura, o restaurante fez diversas adapta��es no ambiente, como instala��o de divis�rias de acr�lico e controle do fluxo de pessoas. Dos 24 lugares dispon�veis no Palhares, apenas dez podem ser ocupados. Andr� prev� recupera��o de ao menos 30% do faturamento perdido nos �ltimos cinco meses. "Antes da pandemia, cheg�vamos a vender 400 pratos por dia. Com o fechamento, passamos a vender 120 no delivery. Esse n�mero deve subir mais uns 30%", calcula.

Habitu� do local, o operador de m�quinas Wandeir Silva veio de Contagem, na Regi�o Metropolitana, apenas para degustar seu prato predileto: arroz, feij�o, bife e batata frita. "Deve ter 12 anos que venho aqui. Costumava descer para c� aos finais de semana, para almo�ar e assistir jogos. Essa tamb�m sempre foi minha parada predileta, sempre que precisava vir ao Centro resolver algum problema. Hoje, vim mesmo para matar a saudade da comida", afirma o homem de 59 anos.
O caminhoneiro Carlos Alberto tamb�m veio de longe para almo�ar no Mineirinho: ele mora Bairro Gameleira, Regi�o Oeste da capital, a cerca de 7 quil�metros do Centro. Esperto, deu um jeito de driblar a proibi��o ao consumo de bebidas alco�licas imposta pela PBH. Carlos Alberto trouxe a pr�pria cerveja para consumir do lado de fora do restaurante. "Depois que eu terminar, entro para forrar o est�mago", brinca.
Alguns restaurantes do Centro vendiam �lcool, pr�tica vedada pelo Decreto 17.416, editado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) em 21 de agosto. N�o havia agentes de fiscaliza��o presentes nas ruas percorridas pelo Estado de Minas esta manh�.
Bairro de Lourdes �s moscas

Os pratos executivos s�o vendidos pelo pre�o m�dio de R$ 30. O empres�rio prefere n�o fazer proje��es de ganhos para os proximos meses, mas relata que o faturamento do neg�cio chegou a zero. "� um momento dif�cil. Precisei demitir parte os meus funcion�rios e, agora, lutamos para nos reeguer. O retorno ser� lento, mas, enfim, chegamos at� aqui. Espero que o pior j� tenha passado", avalia.