
O retorno gradual de atividades econ�micas em meio a pandemia da COVID-19 trouxe uma movimenta��o crescente nas estradas mineiras, fazendo com que a passagem de caminh�es e �nibus dos �ltimos meses ultrapassasse os volumes pr�-pand�micos em duas rodovias mineiras monitoradas pela Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
De forma geral, os registros de fluxo pesado nos nove trechos de rodovias federais concedidas com monitoramento ativo mostra uma queda m�dia de 18% se comparado ao tr�fego de 1º a 19 de mar�o deste ano, antes da circula��o comunit�ria do novo coronav�rus, at� 10 de agosto. Mas, em dois trechos, esses �ndices mostram um aquecimento acima dos n�meros de mar�o na BR-040 e na BR-050. O lado negativo disso � o aumento dos acidentes, sobretudo entre ve�culos de transporte de cargas.
De forma geral, os registros de fluxo pesado nos nove trechos de rodovias federais concedidas com monitoramento ativo mostra uma queda m�dia de 18% se comparado ao tr�fego de 1º a 19 de mar�o deste ano, antes da circula��o comunit�ria do novo coronav�rus, at� 10 de agosto. Mas, em dois trechos, esses �ndices mostram um aquecimento acima dos n�meros de mar�o na BR-040 e na BR-050. O lado negativo disso � o aumento dos acidentes, sobretudo entre ve�culos de transporte de cargas.
A rodovia que mais se destacou em termos de movimento pesado foi a BR-050, em Araguari, no Tri�ngulo, que desde maio apresenta m�dia de tr�fego 11,6% superior ao �ndice pr�-pandemia, passando de 1.678 ve�culos por dia para 1.872 em agosto.
Em seguida, se sobressaiu a BR-040 entre Belo Horizonte e Bras�lia, com 10,8% maior volume de ve�culos pesados em julho e agosto do que no in�cio de mar�o, passando de 2.637 ve�culos por dia para 2.922. Levando-se em conta o comparativo de todo o isolamento com mar�o antes da circula��o do v�rus, a rodovia por onde menos ve�culos pesados transitaram foi a BR-040, sentido Rio de Janeiro-Belo Horizonte, onde a medi��o em Barbacena apontou queda de 26% do volume di�rio, de 1.521 para 1.130.
Em seguida, se sobressaiu a BR-040 entre Belo Horizonte e Bras�lia, com 10,8% maior volume de ve�culos pesados em julho e agosto do que no in�cio de mar�o, passando de 2.637 ve�culos por dia para 2.922. Levando-se em conta o comparativo de todo o isolamento com mar�o antes da circula��o do v�rus, a rodovia por onde menos ve�culos pesados transitaram foi a BR-040, sentido Rio de Janeiro-Belo Horizonte, onde a medi��o em Barbacena apontou queda de 26% do volume di�rio, de 1.521 para 1.130.
Essa amplia��o j� pode ser conferida com as rodovias cheias, principalmente pr�ximas aos grandes centros. Na BR-040, entre BH e Sete Lagoas, por exemplo, o que se v� s�o postos de combust�veis e restaurantes cheios, a maioria praticando pol�ticas de distanciamento social, exigindo prote��o por m�scaras e ofertando higieniza��o por �lcool em gel.

O caminhoneiro Andr� Pereira de Almeida, de 39 anos, natural de Salvador, comemora n�o ter tido dificuldades de trabalho durante a pandemia, mesmo com o seu ramo sendo o de transporte de cargas vivas, no caso, cavalos de ra�a de S�o Paulo para o Nordeste. “Essa (a BR-040) � a minha rota. Meu destino hoje � Serrinha, na Bahia. Mesmo n�o tendo eventos presenciais, os propriet�rios de cavalos, os circuitos de corridas e os leil�es continuam a acontecer de forma on-line. E isso me segurou firme durante a pandemia. Antes, realmente, as estradas estavam mais vazias, mais tranquilas, mas agora j� est� com o movimento igual ao de antes”, disse. Para ele o pior do tempo de estradas esvaziadas foi a falta de estruturas de reparos e abastecimento devido ao isolamento.
Dificuldade no in�cio da pandemia
“Est� melhorando (a situa��o do transporte de cargas), mas foi �s custas de a gente enfrentar muita dificuldade”, salienta o caminhoneiro paranaense Luiz Ant�nio Scremim, de 57 anos, que diz transportar qualquer carga que caiba na sua carreta ba� para todo o Brasil. “Por um tempo parou tudo e a gente ficou sem poder fazer nada, levando o que dava. Acho que de 20 dias para c� deu uma melhorada, aparecendo um pouco mais de cargas. Mas foi dif�cil. No in�cio, com os com�rcios fechados, n�o tinha carga para o Norte e Nordeste. A gente parava em lugar e n�o tinha almo�o, n�o aceitavam a gente entrar em restaurante nem para se aliviar. Muitas cidades de interior fechadas por todo o Brasil”, critica."O nosso movimento ficou muito acelerado, porque temos de correr atr�s do tempo que ficamos parados, no preju�zo"
Jesus Claudio da Silva, 44 anos, caminhoneiro de Santa Vit�ria (Tri�ngulo)
De acordo com o presidente do Sindicato Intermunicipal dos Caminhoneiros de Minas Gerais, Jos� Natan Em�dio Neto, nem todos os setores voltaram a trazer cargas como antes, mas quando os estoques acabaram e as atividades foram voltando, isso propiciou um bom volume em algumas rodovias. “Infelizmente ainda tem muita empresa parada. Mas a carga da safra, por exemplo, j� acabou. As cargas de min�rio e as cargas alimentadoras, que atendem aos supermercados, essas sempre rodaram. Mas a carga industrial, que era a base da movimenta��o do frete, essa est� sumida. O perigo agora � se surgir infla��o, porque h� mais de 20 anos n�o se tem estoques e as empresas v�o come�ar a querer fazer estoque para se prevenir”, alerta.
Jornada estendida e acidentes
A luta para reverter os preju�zos adquiridos durante a pandemia com o retorno gradual da disponibilidade de cargas para serem transportadas pelo Brasil com as aberturas em meio � COVID-19 t�m cobrado um alto pre�o aos motoristas de caminh�o. Muitos deles relatam que ampliaram as horas de rodagem e a quantidade de servi�os para tentar compensar o tempo em que ficaram praticamente parados, sobretudo entre mar�o e abril. Com isso, os acidentes dispararam. De acordo com dados do Minist�rio da Sa�de, as interna��es nos hospitais do Sistema �nico de Sa�de (SUS) de ocupantes de ve�culos de transporte de cargas acidentados em Minas Gerais aumentou em 20%, passando de 35 em 2019 para 42 neste ano, observados os meses de mar�o a junho, que foram os de pandemia com dados j� dispon�veis.

Essa tend�ncia tem sido observada pelo presidente do Sindicato Intermunicipal dos Caminhoneiros de Minas Gerais, Jos� Natan Em�dio Neto. “O pessoal mais novo est� insistindo mais. Precisa pagar as presta��es do caminh�o. As contas v�o atrasando. Por isso, ficam tentando achar uma nova rota, achar cargas para levar. Exageram mesmo dirigindo sem descanso. �s vezes consegue, mas � carga de hor�rio, que desce para o Sul e tem validade. Cargas cr�ticas n�o podem perder tempo, por exemplo, � preciso tocar (dirigir o caminh�o) a noite inteira. E para isso sacrificam a sa�de e o sono”, afirma.
“O nosso movimento ficou muito acelerado, porque temos de correr atr�s do tempo que ficamos parados, no preju�zo. A�, a mulher fica com depress�o, em casa, sabendo que a gente est� se matando nas rodovias. A gente dirige preocupado, porque sabe que precisa descansar, ter um tempo, mas tem de sobreviver tamb�m”, afirma o caminhoneiro Jesus Claudio da Silva, de 44 anos, natural de Santa Vit�ria (Tri�ngulo) e que roda o Brasil todo distribuindo cargas de limpeza. “As condi��es tamb�m ainda n�o melhoraram. Na Bahia, mesmo, precisei arrumar um pneu e tive de rodar por mais de 20 quil�metros. Depois foi melhorando e normalizou.”
Sa�de prejudicada no trabalho
As perdas com a pandemia imprimiram ainda mais ansiedade e necessidade de exigir da sa�de dos caminhoneiros que se viram obrigados a rodar por mais tempo e a trabalhar mais em piores condi��es. De acordo com a Associa��o Brasileira de Medicina de Tr�fego (Abramet), um motorista de caminh�o geralmente tem trabalho que o imp�e sobrecarga f�sica e mental, excesso de movimentos e press�o psicol�gica para administrar riscos. Isso sem contar os problemas sociais para sustentar a fam�lia, um perfil que acaba trazendo muitos fatores de risco para acidentes.
Para o m�dico especialista em tr�fego, Fl�vio Adura, que � diretor cient�fico da Abramet, entre esses fatores de risco se destacam a fadiga, a sonol�ncia, a ingest�o de �lcool e drogas e as condi��es de sa�de. “Os motoristas t�m dificuldades de alimenta��o sadias, n�o t�m tempo de cuidar e acompanhar melhor a diabetes e a hipertens�o. Sua jornada � muito extenuante. Na pandemia, ainda, est�o fazendo o trabalho para que os demais fiquem em casa. Por isso, t�nhamos de cuidar melhor deles para reduzir essa morbidade e mortalidade”, afirma o m�dico.
Para o m�dico especialista em tr�fego, Fl�vio Adura, que � diretor cient�fico da Abramet, entre esses fatores de risco se destacam a fadiga, a sonol�ncia, a ingest�o de �lcool e drogas e as condi��es de sa�de. “Os motoristas t�m dificuldades de alimenta��o sadias, n�o t�m tempo de cuidar e acompanhar melhor a diabetes e a hipertens�o. Sua jornada � muito extenuante. Na pandemia, ainda, est�o fazendo o trabalho para que os demais fiquem em casa. Por isso, t�nhamos de cuidar melhor deles para reduzir essa morbidade e mortalidade”, afirma o m�dico.
"Antes, realmente, as estradas estavam mais vazias, mais tranquilas, mas agora j� est� com o movimento igual ao de antes"
Andr� Pereira de Almeida, 39 anos, caminhoneiro de Salvador (BA)
Um dos principais fatores � a falta de sono, que tem sido potencializada com a necessidade de recuperar as perdas da pandemia. “Acima de 12 horas de trabalho o risco de acidentes dobra e vai dobrando a cada outras 2 horas. Para se ter uma ideia, temos tido not�cia de motoristas que chegam a conduzir por mais de 19 horas. A partir da� o risco de acidente � o mesmo de um alcoolizado em n�vel de criminaliza��o”, afirma o diretor da Abramet. O ideal, sustenta Adura, seria ter um repouso a cada 4 horas, com uma parada de 15 a 30 minutos com alongamentos e exerc�cios, tendo, � noite, um local onde fosse exposto a luz bem iluminado para reduzir o horm�nio do sono.
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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O que � o coronav�rus
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Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
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Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia
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