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Estado de Minas Saneamento

Comit� endurece com a Copasa e exige metas para o Rio das Velhas

A nova presidente do Comit� do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), Poliana Valgas, afirma que quer o di�logo com a Copasa, mas sem a apresenta��o de metas de saneamento, at� mesmo a judicializa��o � poss�vel


23/09/2020 10:44 - atualizado 23/09/2020 12:22

Poliana Valgas assumiu neste mês como nova presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas(foto: Ohana Padilha/TantoExpresso)
Poliana Valgas assumiu neste m�s como nova presidente do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio das Velhas (foto: Ohana Padilha/TantoExpresso)
A Copasa est� no centro das mais urgentes quest�es enfrentadas pela nova presidente do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio das Velhas (CBH-Rio das Velhas), Poliana Valgas. Em entrevista ao Estado de Minas, ela afirma ser necess�rio subir o tom com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais, exigindo metas de coleta e tratamento mais eficientes de esgoto e a amplia��o urgente da Esta��o de Tratamento de Esgoto do Ribeir�o do On�a (ETE-On�a).

Para tal, a presidente quer o di�logo, mas n�o descarta a judicializa��o em parceria com o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MP). Eleita em setembro para dois anos de mandato, Valgas � a primeira mulher a assumir a presid�ncia e tamb�m a primeira membro da por��o m�dia e baixa do rio que abastece 60% da Grande BH.

Poliana Valgas encabe�a uma diretoria em que ela representa a renova��o e que mistura tamb�m a experi�ncia de nomes como o do professor Marcos Vin�cius Polignano, �ltimo presidente. Confira a entrevista.

EM: Quais os problemas mais urgentes do rio das Velhas neste momento em que a senhora assume a presid�ncia do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Velhas?

Poliana Valgas: Atualmente os problemas de baixa qualidade e quantidade da �gua se d�o na cabeceira, nos munic�pios do Alto Rio das Velhas, sobretudo na Grande BH. E a maioria dos munic�pios s�o abastecidos e t�m seus esgotos sob a responsabilidade da Copasa. Temos de pegar mais firme com a Copasa e solicitar o tratamento nesses munic�pios. O agravante � que a Grande BH est� onde se produz grande parte da �gua. Com os impactos da regi�o isso interfere na vaz�o e na qualidade. A carga de esgotos recebida pelo Velhas na Grande BH est� comprometendo de forma significativa toda a bacia. � preciso que a Copasa seja chamada para a sua responsabilidade de coletar e tratar os esgotos. Um das situa��es mais urgentes � a da Esta��o de Tratamento de Esgotos do Ribeir�o do On�a, que n�o comporta mais o volume recebido (de esgotos de Contagem e de BH). A Copasa precisa estabelecer e cumprir metas. Nosso primeiro caminho � o di�logo com a empresa, mas n�o descartamos, caso seja necess�rio, uma a��o conjunta com o Minist�rio P�blico (MP-MG), que � nosso parceiro.

Essa regi�o do Alto Rio das Velhas � a que mais apresenta impactos para o manancial. O que poderia ser feito a partir do CBH-Rio das Velhas?

Nosso caminho ser� reestruturar o programa Revitaliza Rio das Velhas, fazer as mobiliza��es sociais que temos feito, mas tamb�m chamar a responsabilidade para prefeituras, SAAEs e para a Copasa. N�o d� mais para se recorrer apenas ao Rio das Velhas para fazer as capta��es de abastecimento. Outros sistemas de aquiferos devem ser implementados, como o Rio Paraopeba ou por capta��es tubulares de po�os profundos ou superficiais. N�o d� mais para s� captar 7 metros c�bicos de �gua (m3) no Alto Velha e lan�ar 3 m3 de esgoto quando o rio s� tem 10 m3.

O saneamento é uma das questões mais urgentes para a presidente do CBH Rio das Velhas(foto: Bianca Aun3/TantoExpresso )
O saneamento � uma das quest�es mais urgentes para a presidente do CBH Rio das Velhas (foto: Bianca Aun3/TantoExpresso )
EM: Que tipo de problemas essas situa��es causam?

H� tanto esgoto sendo lan�ado no Alto rio das Velhasque quando chove parece que esses volumes s�o ampliados.Tem sido assim: chove na Grande BH e tr�s dias depois descem grandes quantidades de peixes mortos, boiando sobre a correnteza rio abaixo. As floradas de cianobact�rias, que s�oprejudiciais � sa�de e �s capta��es, acabam se tornando mais frequentes com as cargas de esgotos. A �gua vai se tornando impr�pria, afetando a agricultura e a dessedenta��o do gado.

Que outras regi�es atravessam situa��es urgentes no Rio das Velhas?

Na regi�o de onde vim, do M�dio e Baixo Rio das Velhas, h� muitos problemas e impactos na agricultura, pecu�ria e pesca ocasionados pelas altas cargas org�nicas, com f�sforo e nitrog�nio em excesso causando esses booms de cianobact�rias. � preciso que se retome tamb�m v�rios projetos de ETEs, como a de Sete Lagoas que ainda n�o est� pronta. � a maior cidade da Bacia Hidrogr�fica fora da Grande BH e lan�a esgoto e efluentes industriais diretamente no Ribeir�o Jequitib�. Temos uma situa��o grav�ssima no Ribeir�o Bicudo, perto de Corinto e Morro da Gar�a, que chegou a secar n�s �ltimos dois anos e tem outras situa��es semelhantes de pequenos afluentes, que somados fazem grande diferen�a. Cursos de �gua que n�o eram intermitentes est�o nessa situa��o de at� cortar.

Uma reclama��o nos �ltimos anos dos comit�s tem sido o contingenciamento de verbas pelo estado. Isso tem mudado?

Essa quest�o continua. � um recurso da cobran�a pelo uso da �gua que quando n�o � repassado compromete nossos programas. Por causa do contingenciamento temos sido obrigados a fazer gin�sticas financeiras com a Ag�ncia Peixe Vivo, com or�amento enxuto temos de nos desdobrar para as demandas emergenciais de recupera��o e que est�o sendo feitas de forma gradativa. Esse tem sido um grande embate junto ao Igam e um dos desafios nesta gest�o.

Como a senhora desejaria entregar a sua gest�o, ao fim do seu mandato?

Quem me dera se todos os problemas do Rio das Velhas pudessem ser resolvidos pelo CBH-Rio das Velhas. � preciso de comprometimento das prefeituras, do Estado, da Copasa. Se esse comprometimento n�o ocorrer vamos continuar a ter um rio polu�do e comprometer nosso pr�prio abastecimento. Queria um dia era nadar, pescar e navegar pelo Rio das Velhas. Minha rela��o com o rio vem desde pequena, quando era bem pequena e minha fam�lia o atravessava de canoa em Santana do Pirapama. Vi esse rio caudaloso e depois definhando, mudando de cor e isso me despertou para a �rea ambiental. Queria fazer alguma coisa. Por isso ingressei nessa luta. 





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