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Estado de Minas MEIO AMBIENTE

Pandemia atrasa remo��o de rejeitos em Brumadinho

Mineradora estende em dois anos o prazo para transferir a lama que vazou em desastre para a cava da mina C�rrego do Feij�o. Ap�s paralisa��o por 160 dias, trabalhos avan�am


03/10/2020 04:00 - atualizado 03/10/2020 07:28

Vista da cava da mina, onde estão sendo depositados os rejeitos: em 49 dias desde a retomada dos trabalhos, volume transferido saltou de 38 mil para 131 mil metros cúbicos(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Vista da cava da mina, onde est�o sendo depositados os rejeitos: em 49 dias desde a retomada dos trabalhos, volume transferido saltou de 38 mil para 131 mil metros c�bicos (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Brumadinho  –  Os 160 dias de paralisa��o dos trabalhos de buscas aos 11 desaparecidos do rompimento da Barragem C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, devido � pandemia do novo coronav�rus (Sars-CoV-2), se refletir�o em cerca de dois anos de atraso nas expectativas de remo��o dos 9 milh�es de metros c�bicos (m3) de rejeitos de min�rio de ferro que vazaram durante o desastre. A previs�o de retirada desse volume, inicialmente estimada para 2023, precisou ser ampliada pela Vale para 2025.

O material vem sendo depositado na cava da mina, como antecipou a reportagem do Estado de Minas, em 27 de dezembro de 2019. Contudo, mesmo com o atraso, desde a reabertura dos trabalhos de cerca de 60 bombeiros no resgate e 1.200 trabalhadores da mina, a deposi��o j� saltou de 38 mil m3 para 131 mil m3 em quase 49 dias, um volume 2,4 vezes maior.

“Os bombeiros precisaram paralisar as atividades de buscas por motivos sanit�rios durante a pandemia, mas, nesse tempo, continuamos a ter reuni�es sistem�ticas com a corpora��o para definir como mitigar os obst�culos do terreno e ajudar a acelerar a sua efici�ncia”, afirma o gerente-executivo de Projetos e Repara��o, da Vale, em Brumadinho, Rog�rio Galv�o.

De acordo com ele, antes, o trabalho era feito enquanto se tinham a��es de drenagem. Agora, os socorristas militares encontraram o terreno aberto e seco, o que facilita as a��es. “Sem essa interrup��o, a nossa previs�o era de remover tudo at� 2023. Mas tivemos o impacto da pandemia e das chuvas. Perdemos uma boa parte do tempo de estiagem, que propicia bom desempenho nos trabalhos. Independentemente de qualquer coisa, o foco � e ser� sempre 100% para o trabalho de buscas dos bombeiros”, afirma Galv�o.

A opera��o de deposi��o dos rejeitos na cava da mina C�rrego do Feij�o n�o � simples. Primeiramente, o montante de rejeitos precisa ser vistoriado manualmente, observado e separado por m�quinas pelos bombeiros para que se tenha certeza de que nenhum vest�gio dos 11 desaparecidos – de um total de 270 mortos – deixe de ser resgatado. Ap�s essa libera��o, esse material � levado para duas peneiras mec�nicas que o separam em res�duos de 5cm e de 3,5cm.

''Os bombeiros precisaram paralisar as atividades de buscas por motivos sanit�rios durante a pandemia, mas continuamos a ter reuni�es sistem�ticas com a corpora��o para definir como mitigar os obst�culos do terreno e ajudar a acelerar sua efici�ncia''

Rog�rio Galv�o, gerente-executivo de Projetos e Repara��o da Vale

 


Cinco caminhões fora de estrada operam 24 horas carregando e depositando o material recolhido sobre os degraus do talude(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Cinco caminh�es fora de estrada operam 24 horas carregando e depositando o material recolhido sobre os degraus do talude (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
 

Processo

Entre os res�duos desse material, costumam ficar para tr�s muitos resqu�cios de estruturas arrebatadas pelo rompimento, como pe�as met�licas, madeira da vegeta��o destru�da, trilhos e outros tipos de materiais que s�o destinados � separa��o ambiental adequada em outros processos.

O rejeito refinado � ent�o carregado pelos caminh�es fora de estrada que operam dentro da mina e transportam entre 80 e 105 toneladas do material para a cava. O local, fonte do min�rio explorado pela Vale, � uma abertura de 400 metros de altura na Serra dos Tr�s Irm�os, que estava desativada e atualmente tem mais de 30 metros de altura de �gua de len�ol fre�tico. A alternativa de utiliza��o da cava foi autorizada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Renov�vel (Semad) por ser um local selado por rochas, e, assim, seguro de polui��o ambiental.

Cada um dos cinco caminh�es fora de estrada que operam 24 horas trazendo e depositando rejeitos na cava despeja seu conte�do numa pra�a, que vai sendo ampliada pelos pr�prios res�duos sobre os degraus do talude (pared�o de extra��o). Essa plataforma crescente recebe os basculantes repletos de rejeitos refinados, que v�o sendo depositados e esparramados por tratores. A capacidade da cava � de 27 milh�es de metros c�bicos de rejeitos, bem acima dos 9 milh�es que s�o estimados para a deposi��o.

At� o momento, a Vale j� manuseou em �reas tempor�rias e transit�rias 1,8 milh�o de metros c�bicos de rejeitos, o que equivale a cerca de 20% dos rejeitos espalhados pelo rompimento. A �rea de trabalho dos socorristas e dos oper�rios que removem o material � de 304 hectares, da barragem rompida, a B1, at� a conflu�ncia com o Rio Paraopeba, por 10 quil�metros de extens�o e 300 metros de margens. At� o momento, um contingente de 1.200 pessoas j� trabalhou nesse canteiro de obras, com expectativa de se chegar a 1.500, sendo mais da metade m�o de obra de Brumadinho e arredores. 


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