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Estado de Minas ORGANIZA��O CRIMINOSA

Ex-diretor de pres�dio e delegado s�o presos em opera��o contra corrup��o em penitenci�rias

Organiza��o criminosa era formada por servidores p�blicos, advogados, detentos e familiares de pessoas presas


08/10/2020 11:02 - atualizado 08/10/2020 13:38

Coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (foto: Edesio Ferreira/EM/ DA Press )
Coletiva de imprensa na manh� desta quinta-feira (foto: Edesio Ferreira/EM/ DA Press )
Presos de alta periculosidade eram transferidos indevidamente de unidades, al�m de serem colocados em pavilh�es com benef�cios. Essa era uma das a��es que beneficiou pelo menos 13 presos - entre detidos e j� soltos - na Grande Belo Horizonte. A organiza��o, formada por servidores p�blicos, advogados, detentos e familiares foi desarticulada nesta quinta-feira ap�s mais de cinco meses de investiga��o. H� informa��o de facilita��o e at� de fuga de preso.

Ao todo, s�o cumpridos 29 mandados de pris�o preventiva e 45 de busca e apreens�o em 15 munic�pios do estado. Os 29 mandados de pris�o s�o para 5 parentes de presos; 5 servidores p�blicos; 6 advogados e 13 pessoas que j� estavam presas. At� as 10h30, faltava cumprir apenas um mandado de pris�o. "Ser� cumprindo ainda hoje", disse um dos delegados, Alexsander Castro.

Um ex-diretor e um delegado estariam entre os detidos. Entrentato, a PF n�o confirma os nomes.

A a��o denominada opera��o Alegria � realizada pela For�a Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais (FICCO-MG), composta pelas pol�cias Civil, Federal, Pol�cia Penal de Minas Gerais (PPMG) e o Departamento Penitenci�rio Federal (Depen).

 

Como funcionava o esquema 


As investiga��es revelaram a organiza��o criminosa comandada por servidores p�blicos e advogados que negociavam vendas de vagas em unidades prisionais, vagas em determinados pavilh�es, a entrada de objetos n�o permitidos - como drogas e celulares-, dentre outras pr�ticas il�citas.

"As investiga��es mostram que v�rios benef�cios - desde transfer�ncias que seriam em tese melhores pela log�stica da organiza��o criminosas, passando por transfer�ncias internas de um pavilh�o para outro tamb�m objetivando conforto para a continuidade dessas pr�ticas il�citas e at� mesmo e facilita��o de fuga", disse Murillo Ribeiro em coletiva nesta manh�.  Ele ainda acrescentou que que detentos eram transferidos para pavilh�es mais "tranquilos".

Segundo o Ficco, os investigadores identificaram v�rios eventos de corrup��o praticados pelos criminosos, principalmente envolvendo dois pres�dios da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. "Presos transferidos para pavilh�es e ou pres�dios em que se poderia sair da cela ou autoriza o trabalho", disse Murillo.

Para isso, servidores e e advogados forjavam a diminui��o do n�vel de periculosidade dos detentos. "Os detentos classificados, por exemplo, por R5 eram reclassificados para R3 para adquirir o benef�cio. Isso tudo era simulado para que parecesse legal a transfer�ncia", complementou.

Os investigadores suspeitam que o esquema esteja sendo praticado h� cerca de um ano e meio. Eles tamb�m acreditam que houve participa��o da organiza��o at� mesmo na fuga de pelo menos um preso. Mas, o evento n�o foi especificado.

O nome da opera��o faz refer�ncia � forma como os membros da organiza��o chamavam o Complexo Penitenci�rio de Seguran�a M�xima Nelson Hungria, em Contagem: “Nelson Alegria”.

Os mandados


Os mandados judiciais foram expedidos pela Vara de Inqu�rito de Contagem e t�m alvos em Belo Horizonte, Betim, Contagem, Fervedouro, Francisco S�, Lagoa Santa, Matozinhos, Muria�, Ouro Preto, Passo, Patroc�nio, Ribeir�o das Neves, Uberaba, Uberl�ndia e Vespasiano. Ainda segundo o Ficco, os presos s�o investigados por participa��o em organiza��o criminosa, corrup��o ativa, passiva e concuss�o. Somadas, as penas podem chegar a 20 anos de pris�o.

Entretanto, at� o momento, apenas 13 detentos se beneficiaram desse esquema.

"N�o podemos falar em valores arrecadados com o esquema. Mas, a movimenta��o � bem extensa. Identificamos patrim�nio bem acima de alguns servidores e advogados", descreveu Murilo. Um dos servidores acumulava R$ 2 milh�es. Tr�s im�veis e tr�s ve�culos foram apreendidos nesta quinta-feira, al�m de celulares, computadores e uma quantia em dinheiro.

Ainda de acordo com Alexander, a organiza��o criminosa demonstra a fragilidade do sistema prisional: "uma certa fragilidade, um descuido com o sistema que vem sofrendo com a falta de verbas". Entretanto, destaca que o Estado colaborou com a investiga��o e que trata-se de uma pequena parcela dos servidores.



O que diz a Sejusp


A Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica (Sejusp) e o Departamento Penitenci�rio de Minas Gerais (Depen-MG) ressaltam, de forma enf�tica, que n�o compactuam com quaisquer desvios de conduta de seus servidores.

"A secretaria tem atuado, com prioridade e dentro do que prev� a lei, no combate a a��es criminosas e no flagrante e investiga��o de posturas inadequadas com a conduta esperada de um profissional da seguran�a p�blica", informou por meio de nota.

Ainda de acordo com documento, a Sejusp e o Depen-MG apoiam veementemente todas as opera��es que visam a correi��o de desvios de seus servidores, como a deflagrada nesta quinta-feira.

Ressalta, ainda, que os profissionais presos nesta manh� n�o conjugam dos valores cultivados pelo Departamento Penitenci�rio de Minas Gerais e n�o representam os mais de 17 mil servidores  que, diariamente, possuem a miss�o de cust�dia e ressocializa��o de cerca de 60 mil internos em Minas.


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