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Estado de Minas HIP�CRATES

Dia do M�dico: as mensagens de quem est� � frente da luta mundial pela sa�de

Na pandemia, data dedicada aos profissionais da medicina � momento de homenagear todos os que travam uma das maiores batalhas da humanidade


18/10/2020 04:00 - atualizado 18/10/2020 07:17

Carlos Henrique Diniz: equilíbrio para dosar conhecimento científico e humanismo nos tratamentos(foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRES)
Carlos Henrique Diniz: equil�brio para dosar conhecimento cient�fico e humanismo nos tratamentos (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRES)


A data � dedicada a homenagear m�dicos e m�dicas, mas – mais do que nunca, em um ano em que a humanidade enfrenta uma pandemia – deve ser tamb�m um dia para celebrar a vida e prestar reconhecimento a todos os que estudaram para lutar pela sa�de humana, muitos dos quais se encontram neste momento (sim, inclusive em pleno domingo) em hospitais, laborat�rios, unidades p�blicas e privadas, aqui e mundo afora.

Atentos � dor alheia e dispostos a salvar, em tempos dominados pelo enfrentamento ao novo coronav�rus os profissionais que fizeram o juramento de Hip�crates, independentemente da idade ou do n�mero de anos trabalhados, sabem que o valor maior do of�cio est� em cuidar dos pacientes em prol do bem maior: a recupera��o. A travessia iniciada em mar�o n�o tem sinal de t�rmino, mas o conhecimento adquirido e o respeito pelo pr�ximo s�o fundamentais para encontrar as portas de sa�da.

Com experi�ncia de quase quatro d�cadas, conciliando trabalho em hospital, consult�rio e ensino na Faculdade de Ci�ncias M�dicas de Minas Gerais, Carlos Henrique Diniz de Miranda sabe bem que o of�cio exige dedica��o como poucos.

"Somos limitados como seres humanos, n�o temos garantia de nada. Lidamos diariamente com a morte, com o sofrimento. S� n�o podemos perder, jamais, a humanidade, mesmo atravessando tempos dif�ceis"

Samuel Pires de Moraes Teixeira, m�dico de fam�lia e comunidades

Chefe do servi�o de gastroenterologia da Santa Casa BH, onde trabalha h� 38 anos e diretor-cl�nico do Hospital S�o Lucas, onde coordena o centro de terapia intensiva, Carlos Henrique tem uma vis�o bem clara da profiss�o: “A medicina te consome, � preciso se dedicar a ela de corpo e alma, aliando conhecimento cient�fico ao humanismo para lidar com a doen�a e o lado emocional dos pacientes e das suas fam�lias”, diz o especialista, casado com a m�dica intensivista e gastroenterologista Marisa Fonseca Magalh�es e pai de Ana Clara e Mariana.

Natural de Carvalhos, no Sul de Minas, e formado em Pouso Alegre, na mesma regi�o, Carlos Henrique desfaz o mito de que os m�dicos s�o frios de cora��o, principalmente os que atuam no CTI. “N�o � verdade. Dif�cil n�o se emocionar a cada dia, de forma especial neste tempo de pandemia. Acho que este 18 de outubro precisa ser comemorado, pois estamos numa cruzada que � de todos, e ainda n�o terminou. Nosso sentimento deve ser de agradecimento a cada vida salva.”

Lembrando que a sensibilidade � proporcional ao sofrimento alheio, ainda mais no CTI, diante de pacientes em estado mais cr�tico, Carlos Henrique ressalta que, no dia a dia, h� vit�rias, a exemplo do momento de dar alta a um paciente, e tamb�m derrotas que males como a COVID-19 imp�em. “Mas temos mais vit�rias do que derrotas, mais fatos positivos a celebrar, principalmente na Santa Casa BH, institui��o digna de louvor, que atendeu as demandas da sociedade em tempo recorde.” O futuro, acredita, ser� de estudo constante, de aprendizado di�rio. “E � bom recomendar que ningu�m abaixe a guarda. Todo mundo deve continuar se protegendo, a fim de evitar a contamina��o.”
Débora Johson procura exercer no dia a dia o dom de ajudar:
D�bora Johson procura exercer no dia a dia o dom de ajudar: "Dia de lembrar que somos capazes" (foto: GLADSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)

"Sou privilegiado por trabalhar num local que se transformou em hospital de campanha de BH. Os aplausos v�o para todos osenvolvidos nesta luta"

Ant�nio Tarc�sio de Faria Freire, especialista em cl�nica m�dica


DEDICA��O 

Nas novas gera��es, o compromisso com a vida permanece inabal�vel. “Decidi estudar medicina basicamente para ajudar os outros”, revela D�bora Johnson, de 30 anos, que trabalha na �rea de emerg�ncia do Hospital das Cl�nicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG), em Belo Horizonte. Formada em 2014, ela acredita que uma data assim, ainda mais em um momento dif�cil como o que a humanidade atravessa, serve para renovar a dedica��o � profiss�o escolhida e fortalecer o cuidado com os pacientes. “� um dia para lembrarmos que somos capazes de fazer.”

Desde crian�a, conta D�bora, ela sabia do seu dom para ajudar os outros. Na medicina, p�de, ent�o, expandi-lo com a oportunidade de curar, confortar e melhorar a qualidade de vida das pessoas. No HC/UFMG, que atende casos de alta e m�dia complexidade, incluindo os de COVID-19, D�bora atua na linha de frente, prestando o primeiro atendimento e estabilizando pacientes mais graves. “Tem sido um per�odo de muito estresse emocional. Vamos nos adaptando. Tenho ficado muito reflexiva, pensando nos doentes que est�o em isolamento no hospital e suas fam�lias, no impacto que isso causa. Ningu�m esperava uma situa��o dessas, mas o hospital conseguiu se adaptar rapidamente, criando um fluxo para atendimento.”

HUMANIDADE

 Tamb�m atuando na linha de frente em unidades de sa�de das prefeituras de Belo Horizonte e Betim, e em hospital particular do munic�pio vizinho da capital, Samuel Pires de Moraes Teixeira, de 41, especialista em medicina da fam�lia e comunidade, observa que o 18 de outubro tem um car�ter muito simb�lico, pois traz � tona a responsabilidade do profissional: “Esse dia me mostra que escolhi o caminho certo, n�o poderia fazer algo diferente na vida”.

Para o belo-horizontino, casado, dois filhos e diretor de campanhas do Sindicato dos M�dicos de Minas Gerais, � fundamental que a data seja compartilhada com os trabalhadores da �rea de sa�de. “Todos devem ser lembrados. Como dizem, nem todos os her�is usam capa.” N�o poderia ser mais oportuno destacar que, neste momento de pandemia, a popula��o sabe que os her�is usam jaleco. “Somos limitados como seres humanos, n�o temos garantia de nada. Lidamos diariamente com a morte, com o sofrimento, s� n�o podemos perder jamais a humanidade, mesmo atravessando tempos dif�ceis”.

Os m�dicos sofrem a cada perda, a cada l�grima derramada. “Os momentos de sofrimento dos outros doem tamb�m na gente. N�o � f�cil mesmo, ficamos com a sensibilidade aflorada. Num tempo destes, ainda precisamos manter os cuidados redobrados. Mesmo assim, s� posso dizer que a medicina � uma profiss�o linda e �nica.”

TRABALHO EM EQUIPE 

Muito mais do que dedicado aos m�dicos, este domingo dever ser o “dia da equipe multidisciplinar”, considera o cl�nico Ant�nio Tarc�sio de Faria Freire, de 61, natural de Alpin�polis, na Regi�o Sudoeste do estado e formado na Faculdade de Medicina de Barbacena. Atuando na Dire��o Cl�nica e coordenando a assist�ncia m�dica das enfermarias da Santa Casa BH, ele v� este domingo como “de todos os profissionais do hospital”.

E cita, al�m dos m�dicos, os profissionais da enfermagem, os funcion�rios e encarregados da limpeza, os que trabalham nos elevadores e t�m contato direto com os doentes, assistentes sociais, fonoaudi�logos, fisioterapeutas “com atua��o de extrema import�ncia nesta pandemia, cuidando da ventila��o mec�nica (respiradores), fundamentais para garantir a vida dos pacientes” e ainda, faz quest�o de frisar, “a brilhante atua��o da nossa diretoria t�cnica e todos os setores administrativos”.

Tarc�sio se sente um homem feliz. “Eu me considero privilegiado por ser m�dico e trabalhar em um local que se transformou no verdadeiro ‘hospital de campanha’ de Belo Horizonte durante a pandemia, com oferta de 400 leitos (entre CTI, unidade de alto fluxo de oxig�nio e enfermarias).  Posso garantir que, desde mar�o, quando tudo come�ou, n�o tem sido nada angustiante ou cansativo. Estamos aqui para ajudar a salvar vidas. Vivemos uma experi�ncia prazerosa, todos d�o sua colabora��o. Os aplausos, portanto, v�o para os envolvidos nessa luta.”

Divorciado, pai de uma estudante de medicina e de um administrador, Tarc�sio observa que, neste per�odo, “as vit�rias superam os fracassos” e, sete meses ap�s o in�cio da pandemia, tem certeza de que, mais do que nunca, escolheu a profiss�o certa. “Quando era crian�a, l� na minha querida cidade, observava o m�dico local, doutor H�lio Lopes, exemplo do verdadeiro cl�nico, e tinha profunda admira��o pelo trabalho dele. Cresci com isso, segui esse caminho e sou feliz” orgulha-se.

Santo m�dico

A data para homenagear os m�dicos, 18 de outubro, foi escolhida em refer�ncia ao Dia de S�o Lucas, o santo padroeiro da profiss�o. Ele nasceu em Antioquia da S�ria, era m�dico e foi convertido pelo ap�stolo S�o Paulo, do qual se tornou insepar�vel e fiel companheiro de miss�o. Morreu em 84 d.C, em Tebas na Gr�cia, sendo sepultado na It�lia.


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