O restaurante, fechado desde o final de janeiro devido �s acusa��es de utiliza��o de dietilenoglicol na fabrica��o de cervejas, voltou a funcionar com uma festa s� para convidados, com direito a um chef de cozinha renomado. A informa��o � de uma fonte do Estado de Minas - que preferiu n�o se identificar. Nas redes sociais, inclusive, a reportagem apurou que o restaurante funcionou no fim de semana e um banner com a nova cerveja foi colocado no local.
"A reabertura do Templo Cervejeiro adv�m do respeito da Backer a todos os requisitos e condi��es legais de funcionamento. A empresa � a principal interessada no esclarecimento de toda e qualquer irregularidade relacionada com suas atividades e, nesse sentido, tem colaborado com o trabalho de autoridades e dos �rg�os de fiscaliza��o e controle, ao mesmo tempo que reafirmou a certifica��o da excel�ncia de seus processos produtivos", informou a cervejaria por meio de nota, sem responder outras perguntas do EM.
A reportagem tentou contato com a cervejaria parceira da Backer, que seria a respons�vel pela nova produ��o, mas sem sucesso.
Indigna��o
Familiares e v�timas da intoxica��o est�o revoltadas. "Ap�s a den�ncia da Justi�a, de que foi um crime cometido por eles, como pode acontecer um evento no pr�prio local onde aconteceram tais viola��es?", questiona Luciano Guilherme de Barros, de 57 anos, que ficou 180 dias no Hospital Mater Dei, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, sendo 65 dias no Centro de Terapia Intensiva (CTI). " � uma afronta com as v�timas da cervejaria", acrescentou.Ele ainda sustenta que a empresa n�o arcou com as despesas das v�timas, alegando n�o ter recursos para tanto. "Mas como pode isso, n�o ter dinheiro para as despesas das v�timas e, ao mesmo tempo, gastar dinheiro com a reabertura do p�lo cervejeiro? Eu imagino que isso n�o deve ser nada barato", alegou.
Luciano contou que est� fazendo fisioterapia cinco vezes por semana e fonoaudiologia por tr�s vezes. "Sendo que a fonoaudiologia � toda custeada por mim. Ali�s, al�m de eu ainda ter dificuldades de caminhar e os nervos da face n�o terem voltado totalmente, ap�s consulta com oftalmologista, precisei usar �culos por causa das les�es que tive nos olhos e, mesmo assim, n�o enxergo bem e o pior, perdi parte da audi��o nos dois ouvidos e estou tendo que usar aparelhos contra surdez, o que foi muito caro e nada disso foi pago pela Backer", disse.
Entrentanto, a preocupa��o � com o comportamento da empresa, que parece estar priorizando retomar as suas atividades. "Elas lamentam ao saber de um lan�amento com uma reuni�o de pessoas, mesmo diante de tudo que aconteceu e da situa��o grave em que as v�timas permanecem. E o pior de tudo: sem o apoio devido da cervejaria. As ajudas obtidas pelas v�timas, at� o momento, s�o muito pequenas, tornando a situa��o delas cada vez mais preocupante. Isso porque a empresa parece se manter inerte, sem tomar as devidas provid�ncias para tentar compensar ou responder a tudo que aconteceu e que j� est� comprovado", acrescentou.
Den�ncia
As den�ncias contra donos e funcion�rios da Cervejaria Tr�s Lobos Ltda, conhecida pelo nome de Cervejaria Backer, foram recebidas pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Haroldo Andr� Toscano de Oliveira, na �ltima sexta-feira.
No total, 11 pessoas viraram r�us. Tr�s s�cios-propriet�rios da empresa, Ana Paula Silva Lebbos, Hayan Franco Khalil Lebbos e Munir Franco Khalil Lebbos, foram denunciados pelo Minist�rio P�blico pela pr�tica dos crimes de envolvimento na adultera��o de bebidas alco�licas, perigo comum e crimes tipificados no C�digo de Defesa do Consumidor.