
O m�dico Sergio Marcussi, propriet�rio de um consult�rio na Savassi, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, causou pol�mica nesta ter�a (27). Pelas redes sociais, ele se oferecer para dar atestado m�dico, mediante consulta, para pacientes que relatam enfrentar alguma limita��o de sa�de por conta do uso da m�scara, uma das principais armas contra a COVID-19.
Pelo Twitter, ele citou uma postagem do deputado Daniel Silveira (PSL/RJ), que ficou conhecido por quebrar uma placa em homenagem a Marielle Franco em 2018.
Agora no aeroporto, entrei sem m�scara e fui abordado uma vez. Expliquei que estou respaldado pela lei 14.019/20 art 3� �7�, com licen�a m�dica que me garante o n�o uso e continuei a miss�o. Essa focinheira ideol�gica tem que ser combatida.
%u2014 Daniel Silveira (@danielPMERJ) October 26, 2020
O texto do pol�tico dizia que ele havia conseguido entrar em um aeroporto sem o que chamou de “focinheira ideol�gica”, com base na lei que obrigou o uso de m�scaras no Brasil.
Isso porque o par�grafo 7º do artigo 3º da legisla��o diz que a obriga��o n�o se estende a pessoas com "quaisquer outras defici�ncias que as impe�am de fazer o uso adequado de m�scara de prote��o facial".
Ao citar o tu�te do deputado, o m�dico Sergio Marcussi emendou: “A luta diaria (sic)! Hoje fiz 20 atestados desses. Vamos disseminado (sic)”, afirmou o profissional da sa�de.
Em resposta a outro usu�rio, Sergio enviou o n�mero de telefone de sua cl�nica para realiza��o de consulta para emiss�o ou n�o do atestado.
"Parece que h� repercuss�o a respeito da impossibilidade de algumas pessoas n�o usarem m�scaras porque desenvolvem uma cefaleia cr�nica e, para isso, se valerem da lei... Est� dando uma repercuss�o boa. Muita gente est� se identificando com o mesmo problema. As pessoas est�o perguntando: por que tanta gente est� tendo dor de cabe�a? � uma patologia comum? Sim. Com uso de m�scara, � uma patologia comum", disse o m�dico no Instagram.
Sergio Marcussi tamb�m disse que n�o faz “distribui��o de atestado”, mas o concede ap�s consulta m�dica, mediante os relatos dos pacientes. Portanto, est� apenas “cumprindo a lei”.
"Se o meu paciente vir ao meu consult�rio e me disser que tem dor de cabe�a, p�nico, ansiedade, acne ou quaisquer outras (doen�as) n�o cabe a mim, como m�dico, discutir a sensa��o do paciente. Se o paciente me diz que tem dor, eu tenho que acatar a dor do paciente", afirmou.
Mesmo com as declara��es, o m�dico apagou seu perfil no Twitter onde oferecia as consultas. Com isso, as mensagens tamb�m foram removidas.
Vale lembrar que o uso da m�scara continua obrigat�rio em Belo Horizonte sempre que o cidad�o precisa andar pelas ruas ou frequentar local com aglomera��o de pessoas, como hospitais, com�rcio e empresas.
Perfil
Sergio Luiz Marcussi Vitor da Silva se inscreveu no Conselho Federal de Medicina (CFM) em abril de 1993 e tem situa��o regular no CFM.
Ele j� atuou em S�o Paulo, mas hoje seu registro profissional � de Minas Gerais. Conforme o cadastro do CFM, Sergio � especializado em ginecologia e obstetr�cia e nutrologia. Tamb�m � formado em direito.
Pelas redes sociais, o m�dico � defensor ferrenho do uso dos medicamentos hidroxicloroquina e ivermectina para tratamento da COVID-19 – dois f�rmacos ainda sem comprova��o cient�fica.
Ele tamb�m se posiciona muitas vezes a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e declarou voto ao candidato Bruno Engler (PRTB), que concorre � Prefeitura de BH.
Sergio Marcussi faz campanha para Nikolas Ferreira (PRTB), candidato a vereador em BH e coordenador do movimento Direita Minas.
CRM-MG apura
"O Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG) apura den�ncias formais, de of�cio e de conhecimento p�blico, de acordo com os tr�mites estabelecidos no C�digo de Processo �tico Profissional (CPEP), e os procedimentos correm sob sigilo. As den�ncias formais devem ser feitas por escrito e, se poss�vel, conter o relato detalhado dos fatos e identifica��o completa dos envolvidos. Precisam ser assinadas e documentadas. Podem ser entregues na sede do CRM-MG em BH ou nas regionais, no interior do estado; enviadas por correio ou para o e-mail [email protected]. Todos os documentos e imagens devem ser leg�veis. N�o s�o aceitas den�ncias an�nimas."