P�blico mata saudade de cinemas e museus em BH em primeiro s�bado de reabertura
Funcion�rios e visitantes celebram a volta dos espa�os que ficaram fechados desde mar�o como medida de seguran�a para conter a pandemia do novo coronav�rus
No Shopping Cidade, a primeira sess�o ocorreu �s 15h (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O primeiro fim de semana com a retomada de cinemas e museusem Belo Horizonte foi de calmaria e al�vio para os visitantes e tamb�m funcion�rios desses espa�os. Depois de sete meses de portas fechadas – medida necess�ria para controle da pandemia do novo coronav�rus – quatro museus da capital reabriram na �ltima quarta-feira (28). No mesmo dia, as famosas telonas dentro de shoppings estrearam com as mudan�as que o tempo atual permite: distanciamento social, �lcool e m�scara.
Segurar um ingresso de cinema � sin�nimo de poder matar a saudade. � assim que Cristiane Aparecida Souza Lopes, de 39 anos, estava se sentindo na tarde deste s�bado (31). “Escutei falando que o cinema ia voltar, hoje eu estava no Centro e resolvi vir porque estava sentindo falta de frequentar um lugar que sempre tive o h�bito de ir”, conta ao lado do filho Pedro Henrique Souza Lopes, de 15, que escolheu assistir ao novo filme do Scooby-Doo. “Estou ansioso pra assistir e sentar na sala do cinema”, disse o estudante.
A capacidade m�xima de ocupa��o das salas � limitada a 50% dos assentos, por isso ainda h� a sensa��o de “vazio” para garantir o m�nimo de seguran�a. O decreto que permite a reabertura tamb�m recomenda que o p�blico tente evitar abra�os, beijos e apertos de m�os.
Ver galeria . 8 FotosPrimeiro fim de semana com a retomada de museus e cinemas em Belo Horizonte
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
Medidas que foram seguidas no primeiro dia de reabertura nas salas do Shopping Cidade, no Hipercentro de BH e que deixaram mais tranquilo o p�blico que tamb�m se preocupa com as medidas sanit�rias. “A gente tem que tomar o m�ximo de cuidado e ao mesmo tempo incentivar para que as coisas possam voltar aos poucos. � dif�cil ficar em casa sem nada pra fazer, principalmente com crian�a em casa”, disse a chefe de cozinha Luciana Carvalho, de 34, que levou a filha Clara, de 10, para assistir a um filme infantil.
O advogado Frederico Campos, de 46, foi recebido com sorrisos de simpatia e intimidade por parte dos funcion�rios do Cineart. “Eu costumava vir aqui duas vezes por semana”, conta o telespectador, amante das exibi��es em tela grande. “O cinema � m�gico, representa a arte, que � a ferramenta que traduz sentimento. Neste momento que reabre as portas, traz esperan�a da vida voltar a ser normal”, disse com brilho nos olhos.
� com o mesmo olhar que o porteiro do cinema, Wesley Gon�alves de Souza, de 25, retribui os visitantes. “Passamos por um tempo de ang�stia. A gente n�o sabia o que ia acontecer, se ia fechar, se �amos perder o emprego porque fechado n�o tem lucro nenhum. A melhor coisa do ano que aconteceu foi receber o p�blico de volta”, conta o rapaz, que trabalha no mesmo ambiente h� sete anos. “A gente acaba conhecendo muita gente que frequentava esse lugar. Eu senti falta, � muito bom trabalhar aqui.”
Museu na retomada da cultura
No Museu Hist�rico Ab�lio Barreto, localizado na Regi�o Centro-Sul da capital, a entrada n�o foi limitada aos agendamentos. Isso porque muitas pessoas que agendaram antecipadamente, n�o compareceram. At� �s 14h, o espa�o havia recebido visita de sete pessoas que fizeram o agendamento antecipado e de outras 14 que foram e puderam entrar pois o local estava vazio.
Nos ambientes abertos, a visita��o � livre. J� dentro do ambiente fechado, onde o pr�dio recebe a exposi��o “ND�! Trajet�rias Afro-brasileiras”, a capacidade m�xima � de 12 pessoas (dois funcion�rios e dez visitantes).
Museu Hist�rico Ab�lio Barreto tem exposi��o em ambiente fechado e aberto (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press)
A produtora cultural da Funda��o Municipal de Cultura, Myriam Campas, conta que ficou feliz que os museus foram um dos primeiros espa�os a serem disponibilizados ao p�blico neste processo de flexibiliza��o.
“Muito feliz de poder estar com essa exposi��o porque ela foi prejudicada por causa da pandemia. Ela come�ou em 29 novembro 2018, e algumas pessoas que n�o a viram antes est�o tendo oportunidade de visitar. Foi muito bom”, disse, anunciando que uma nova exposi��o ser� inaugurada na quarta-feira, dia 4.
� a mostra intitulada “Complexa Cidade”, montada no Casar�o do museu. Por meio de objetos, vest�gios arqueol�gicos, mapas, fotografias, pinturas e representa��es liter�rias, a exposi��o prop�e ao visitante uma reflex�o acerca do Casar�o e exibe hist�rias do Arraial do Curral Del Rei e da constru��o da capital.
P�blico respira
O casal de namorados Nelson de Oliveira Pereira, de 34, e Maria dos Anjos Batista Chaves, de 40, s�o moradores de Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, e resolveram fazer um tour pelos museus da capital assim que souberam da reabertura.
“O agendamento foi muito f�cil e simples. N�o tivemos problema algum”, conta Nelson, aliviado por poder passear. “Durante a pandemia, a pessoa acostuma a ficar em casa, esquece que tem uma vida. Agora a gente pode voltar aos poucos, mas � importante lembrar a quest�o dos cuidados”, acrescenta.
A professora Rosangela Paula da Silva, de 39, levou as duas filhas e uma sobrinha juntamente com a colega Graziela Regina, de 35, funcion�ria p�blica, que tamb�m foi acompanhada dos dois filhos. Por estarem com crian�as, elas preferiram n�o entrar no espa�o fechado, mas a crian�ada ficou satisfeita em poder visitar as obras ao ar livre.
“Acho muito importante a abertura dos espa�os culturais, principalmente para as crian�as que precisam de espa�o para brincar. Eles querem natureza, liberdade. Hoje vamos voltar para casa com crian�as felizes e distra�das”, comemora Graziela.
O retorno �s atividades cumpre as medidas previstas no protocolo sanit�rio para reabertura de museus e espa�os expositivos elaborado pelo Comit� de Enfrentamento � COVID-19, como:
A capacidade m�xima de uma pessoa a cada cinco metros quadrados nos espa�os visit�veis e de circula��o
Controle do fluxo de visita��o, de forma a evitar aglomera��es
Disponibiliza��o de dispensadores com �lcool 70% no acesso aos espa�os expositivos
Outras regras definidas preveem aumento de intervalo entre visitas para higieniza��o dos ambientes; e restri��o de acesso a obras de arte ou itens de exposi��o manipul�veis, al�m da proibi��o de uso de telas sens�veis ao toque nas exposi��es.
As regras de visita��o est�o sinalizadas nos museus e as equipes de funcion�rios dos estabelecimentos orientam os visitantes logo na entrada.
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte. V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
