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Estado de Minas CONDOM�NIO NAS URNAS

Condom�nio JK faz elei��o em clima de pol�mica e intrigas

Assembleia define hoje quem vai comandar ''Cidade vertical' de 5 mil habitantes na Regi�o Centro-Sul de BH. Oposi��o � s�ndica, que est� h� 37 anos no cargo, questiona processo


04/11/2020 06:00 - atualizado 04/11/2020 07:17

Com 1.086 apartamentos em duas torres tombadas pelo patrimônio cultural da capital mineira, o JK abriga população superior à de 223 municípios: eleições cercadas de intriga(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Com 1.086 apartamentos em duas torres tombadas pelo patrim�nio cultural da capital mineira, o JK abriga popula��o superior � de 223 munic�pios: elei��es cercadas de intriga (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Uma cidade vertical com 5 mil habitantes acomodados em duas torres com 1.086 apartamentos de 13 tipos  “vai �s urnas”. Enquanto Belo Horizonte se prepara para escolher, no dia 15, o prefeito que assumir� a administra��o municipal no pr�ximo ano, no Conjunto Governador Kubitschek, mais conhecido como JK, na Regi�o Centro-Sul da capital, s� se fala na elei��o para s�ndico. E n�o faltam pol�micas no processo, liderado pela s�ndica, Maria Lima das Gra�as, h� 37 anos no comando dos pr�dios, tombados pelo patrim�nio cultural da cidade e que abrigam uma popula��o superior � projetada em 2019 para 223 munic�pios mineiros pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). A s�ndica divide opini�es.

As elei��es para administra��o de condom�nio devem ocorrer de dois em dois anos. No caso do condom�nio JK, deveria ter sido feita em agosto.  Mas, devido � pandemia do novo coronav�rus, a assembleia foi marcada para hoje, �s 14h, no Cruzeiro Esporte Clube, no Barro Preto, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. A defini��o da data foi comunicada aos cond�minos na sexta-feira (30), mas nem todos receberam o aviso.

Esse � o caso da tradutora Julieta Sueldo Boedo, de 48 anos, nascida na capital argentina, Buenos Aires,  moradora de Belo Horizonte h� 20 anos e desde 2015 cond�mina do bloco B do JK, na Pra�a Raul Soares.

Julieta Boedo integra grupo de oposição que não conseguiu registrar chapa a tempo e defende renovação(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Julieta Boedo integra grupo de oposi��o que n�o conseguiu registrar chapa a tempo e defende renova��o (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Julieta integra uma chapa opositora – composta por quatro moradores e um s�ndico contratado – chamada "Nosso JK", que terminou ficando fora da disputa.  "Estamos trabalhando na chapa de oposi��o pois logo vai completar 40 anos que � a mesma s�ndica. N�o tenho problemas com ela, mas muitas coisas n�o funcionam bem. E mudar administra��o � democracia. � importante a altern�ncia do governo para dar oportunidade para outras pessoas. Aqui temos artistas, advogados, arquitetos... Pessoas muito interessantes e capazes de ocupar o cargo", argumentou a argentina, que acredita n�o ter sido convocada por estrat�gia da s�ndica.

A tradutora conta que soube das elei��es por outros moradores. Em seu apartamento nem mesmo a convoca��o da assembleia chegou. "Ela divulgou a assembleia na sexta-feira, v�spera de feriado. N�o estamos concorrendo porque n�o tivemos os dias para fazer movimento que precisamos para registrar a chapa", lamentou. Mas, mesmo com a chapa �nica, ela vai at� a assembleia em tentativa de reivindicar as elei��es em busca de melhorias dos dois pr�dios. "Temos o condom�nio mais caro por metro quadrado, n�o temos �rea de lazer, n�o temos garagem. No projeto de Niemeyer, vemos a imagem de pessoas circulando pelas �reas comuns e parece mais moderno do que hoje", completou. Ela ainda relata problemas com o lixo e sugere fazer uma coleta seletiva no pr�dio. Al�m disso, reformular o cadastro para entrada de visitantes.

"N�o adianta concorrer, ela sempre d� um jeito de ganhar. Perder, ela n�o perde", lamentou o morador M�ximo Andrades, de 73, que vive h� 37 anos no bloco A e prefere nem mais participar das assembleias do condom�nio. Ele sustenta que o valor do condom�nio � um dos problemas mais graves, mas sem solu��o. "J� me chamaram para me candidatar, mas n�o arrisco minha vida", afirmou. A julgar por relatos de moradores que preferiram n�o se identificar, as paredes de vidro do JK guardam mist�rios e segredos. Os relatos apontam epis�dios de intimida��o envolvendo quem tivesse tentando concorrer com a s�ndica: pneus furados, obstru��o de fechaduras de portas e bilhetes intimidadores.

Maria de Lourdes é fã da atual síndica do condomínio: 'Ela é nota 10, cuida dos idosos e faz muita caridade'(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Maria de Lourdes � f� da atual s�ndica do condom�nio: 'Ela � nota 10, cuida dos idosos e faz muita caridade' (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


AMEA�A Em junho, foram deixadas cartas em apartamentos que amea�am divulgar uma lista com nomes de moradores que teriam denunciado irregularidades na instala��o de grades no condom�nio. "Ao que parece, chegaram outros aventureiros, dizendo-se salvadores da p�tria do WhatsApp, agora com a ideia de resgatar o JK ao que era antes", dizia a carta. O bilhete diz ainda que o grupo atua com interesses "escusos”, na tentativa de “promover desordem” para desvalorizar os im�veis.

Moradores suspeitam que o bilhete tenha sido enviado pela pr�pria s�ndica. Isso porque, no mesmo m�s,  a Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inqu�rito que apurou crime contra o Ordenamento Urbano e o Patrim�nio Cultural referente � coloca��o de grades na rampa de acesso ao condom�nio. A s�ndica e o gerente-geral do condom�nio foram indiciados.

O trabalho investigativo teve in�cio em abril, quando v�rias den�ncias sobre a altera��o do espa�o f�sico do condom�nio foram realizadas junto � Pol�cia Civil pelo Departamento Estadual de Investiga��o de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema). O laudo da per�cia da Pol�cia Civil constatou uma altera��o significativa em um aspecto do condom�nio: uma grade que acompanha a rampa de acesso ao condom�nio foi ampliada em cerca de 12,8 metros de comprimento. Moradores sustentam que n�o foram consultados quanto � instala��o de grades.

ELOGIOS Mas, assim como em qualquer cidade, h� eleitores satisfeitos com o regime estabelecido pelo  administrador.  Esse � o caso Maria de Lourdes Mour�o, de 76.  "� uma administradora muito boa. O pr�dio est� muito bem cuidado e, em tempoEla � nota 10, cuida dos idosos e faz muita caridade"s de pandemia, fez uma �tima higieniza��o. � muito dif�cil fazer esse trabalho e ela gosta", contou. Ela n�o deve comparecer � assembleia, mas disse que votaria na Maria Lima das Gra�as. ", completou.

O Estado de Minas tentou contato com a administra��o do condom�nio, mas n�o teve retorno at� o fechamento desta edi��o.

Aglomera��o e sujeira na volta do feriado


A volta do feriado de Finados provocou grandes aglomera��es no Terminal JK, na Regi�o Centro-Sul de BH. Mesmo com a pandemia ainda em curso, centenas de passageiros desembarcaram de v�rios �nibus durante toda a madrugada e manh� e ontem. A concentra��o de ve�culos e pessoas � recorrente, com maior intensidade nos feriados prolongados. N�o havia qualquer fiscaliza��o. Dentro do terminal, centenas de pessoas se aglomeravam, algumas sem m�scaras, aguardando transporte para suas casas. Sem banheiro aberto ao p�blico, a via p�blica e as pilastras do terminal e do bloco B do Edif�cio JK, situado na Rua dos Guajajaras, em frente ao terminal, serviam de locais para aliviar as necessidades fisiol�gicas de passageiros e motoristas de t�xi e aplicativos.

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que a Guarda Municipal realiza patrulhas preventivas, espontaneamente, em todos os dias da semana, por toda a cidade, o que inclui a Regi�o Centro-Sul, onde est� localizado o Terminal JK.  Quanto � situa��o de embarque e desembarque de passageiros, a nota diz tratar-se de transporte intermunicipal e que a "compet�ncia de fiscaliza��o cabe ao DEER”. O tr�nsito na regi�o foi monitorado pela BHTtrans.

Tamb�m por meio de nota, a administra��o do condom�nio do Conjunto JK afirma entender as reclama��es sobre o excesso de barulho nos embarques e desembarques realizados no Terminal JK, principalmente em hor�rios noturnos e retornos de feriados, mas esclarece que � “apenas o locador das lojas ocupadas pelas empresas de turismo que operam no local e n�o tem nenhuma responsabilidade quanto � fiscaliza��o do tr�nsito ou dos pr�prios ve�culos e empresas”. (EG)


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