
O pr�dio que pegou fogo na manh� desta quarta-feira (4) no Bairro Castelo, Regi�o da Pampulha, em BH, foi palco de uma trag�dia anunciada. Fruto da permuta entre o propriet�rio do terreno e uma construtora, o edif�cio protagoniza uma disputa judicial desde 2017.
As informa��es s�o da advogada Fl�via In�s Gon�alves, defensora do propriet�rio do terreno, Constantino Valadares Dutra.
De acordo com a advogada, o dono do lote fez uma troca com a Construtora D�namo, localizada tamb�m no Castelo, h� cerca de 10 anos. Para poder erguer o pr�dio, a empresa deu ao propriet�rio do terreno quatro apartamentos.
"A Construtora D�namo paralisou as obras em 2012, ou 2011, n�o sei (exatamente). Sem qualquer manifesta��o. Ele (o propriet�rio do terreno) entrou na Justi�a e conseguiu a posse desse im�vel. Ele estava fazendo obras, muro e tal, quando o im�vel foi invadido em 2017", afirma Fl�via In�s Gon�alves.

Segundo ela, o cliente Constantino Valadares Dutra teve, ent�o, que entrar na Justi�a novamente para tentar a reintegra��o de posse, em 2018.
Em maio daquele ano, reportagem do Estado de Minas alertou para os riscos de acidentes no im�vel. O material informava sobre o ac�mulo de entulho no local, al�m da perfura��o de uma mina d’�gua, que inunda a garagem do edif�cio e traz riscos aos pilares.
"Em maio de 2018, o Jornal Estado de Minas fez uma reportagem sobre os riscos dessa ocupa��o. N�s at� utilizamos essa reportagem no processo, mas n�o conseguimos (a reintegra��o de posse)", diz a advogada.
Fl�via diz que o processo foi parar na segunda inst�ncia. A profissional do direito afirma que pediu, ao Minist�rio P�blico e � Prefeitura de BH, uma solu��o para abrigar os moradores, mas n�o foi atendida.
Uma nova audi�ncia de concilia��o entre as partes est� marcada para este m�s, segundo advogada.
A ocorr�ncia
Militares do Corpo de Bombeiros foram acionados para apagar um inc�ndio e socorrer moradores pouco antes das 10h30 desta quarta. Segundo eles, o fogo come�ou em um apartamento no primeiro andar do edif�cio.
De acordo com relatos, moradores dos andares superiores n�o conseguiam sair, e parte da fia��o energizada ficou exposta, o que dificultou a evacua��o do pr�dio.
A Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig) foi chamada. Algumas pessoas tentaram descer por uma escada improvisada ao lado do edif�cio, mas foram socorridas pelos bombeiros.
No total, 18 pessoas precisaram ser levadas aos hospitais Odilon Behrens e Jo�o XXIII, ambos em Belo Horizonte: nove crian�as e nove adultos. A causa de todos os socorros foi a inala��o de fuma�a.
T�nia Aparecida, de 59 anos que se mudou recentemente com o marido para o s�timo andar da ocupa��o, contou � reportagem do EM que estava sozinha em casa no momento em que as chamas come�aram. “Eu n�o vi, estava dormindo no s�timo andar e acordei com a fuma�a. Estava custando a respirar eu e o cachorrinho”, disse.
O pr�dio tem ao menos oito andares. Pelo menos 10 viaturas seguiram para o local.
Interdi��o
O Corpo de Bombeiros e a Subsecretaria de Prote��o e Defesa Civil de BH interditaram o pr�dio que pegou fogo nesta quarta. De acordo com a prefeitura, 88 pessoas de 30 fam�lias moravam no local.
Todas essas pessoas foram levadas para casa de parentes, segundo a Defesa Civil. Contudo, elas receberam ajuda humanit�ria da prefeitura: colch�es, cobertores e cestas b�sicas.
Al�m disso, 180 refei��es em marmitex foram doadas aos moradores durante o dia.
A Defesa Civil informou que fez duas vistorias no pr�dio no m�s de outubro, nos dias 22 e 30.
Nessas visitas, segundo o �rg�o, os agentes avisaram os moradores sobre as instala��es el�tricas irregulares, o grande volume de entulho e o risco de inc�ndio no local. Eles orientaram que uma limpeza fosse realizada no pr�dio.