

Nas m�os, cartazes denunciavam mazelas como a cultura do estupro e ressaltavam dados que apontam o alto �ndice de crimes do tipo ocorridos em solo brasileiro. Nos rostos, m�scaras apontavam a inexist�ncia do “estupro culposo”, termo cunhado pelo site The Intercept para se referir ao abuso “sem inten��o” exposto pela senten�a que absolveu Andr� Aranha, acusado por Mariana de ser seu algoz.
'Parem de nos violentar': em BH, mulheres protestam contra ataque sofrido por Mari Ferrer
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Nas vozes, a indigna��o com o tratamento dado pelo advogado Claudio Gast�o da Rosa a Mariana, de 23 anos. Os insultos s�o t�o fortes que fazem a jovem ir �s l�grimas e clamar por uma interven��o do juiz, Rudson Marcos.
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“N�o vamos aceitar nenhum retrocesso e nenhum direito a menos. A busca � constante por lutar contra o machismo, a cultura do estupro, o feminic�dio e todas as viol�ncias que enfrentamos no dia a dia: viol�ncia dom�stica, institucional, como no caso da Mari, abusos, estupros e ass�dios de todas as ordens”, disse a professora de geografia Kelly Assis, 34, presente ao ato em BH. Ela comp�e um dos movimentos que ajudou a organizar a passeata na cidade.
Para Ma�ra Elisa Oliveira, maquiadora de 22 anos, o caso de Mariana despertou revolta e indigna��o. Por isso, ela fez quest�o de sair �s ruas para protestar mesmo ante a pandemia do novo coronav�rus. “Deixaram uma mulher ser violentada, machucada e ferida.
Movimento de apoio a mulheres
Presentes ao movimento acreditam que o v�deo das ofensas proferidas em ju�zo pode fazer com que outras mulheres sintam-se encorajadas a contar suas hist�rias. “Essa � uma das nossas lutas, para que essas mulheres n�o se calem. H� muitas mulheres que aguentam caladas problemas como estupros e ass�dios, com medo da exposi��o negativa, pois as v�timas acabam sendo culpabilizadas. Nossa luta � para que essas mulheres ganhem coragem para trazer tudo � tona. Estamos aqui para acolh�-las”, afirmou Kelly Assis.A jovem Carolina Vit�ria, de 17 anos, � uma das criadoras da vers�o belo-horizontina p�gina Na rua por Mari Ferrer, movimento que impulsionou a organiza��o das passeatas em v�rias cidades brasileiras. Segundo ela, em menos de uma semana, o endere�o virtual da organiza��o j� recebeu diversas den�ncias de abusos. “V�rias mulheres entraram em contato relatando abusos sofridos na inf�ncia e, at� mesmo, no trabalho e na escola. Nosso movimento mobilizou muitas a terem voz”.
O ato foi, tamb�m, para prestar solidariedade � adolescente que engravidou do tio no Esp�rito Santo. A gesta��o precoce da jovem de 10 anos foi fruto de estupro e, mesmo ante amparo legal para a realiza��o do aborto, ela precisou passar pelo procedimento em Pernambuco. Por l�, conservadores e extremistas religiosos se reuniram em frente ao hospital para impedir a interrup��o da gravidez.