Pandemia de COVID-19 vai afetar as comemora��es de Natal e r�veillon (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
A pandemia de COVID-19 vai afetar as comemora��es de Natal e r�veillon em Belo Horizonte, e muitos belo-horizontinos v�o abrir m�o de viagens de f�rias por receio da doen�a que vem aumentando o registro de casos nas �ltimas semanas. � o que mostra pesquisa encomendada pelo Estado de Minas � F5 Atualiza Dados, instituto de pesquisa parceiro dos Di�rios Associados. O resultado da amostra coletada no m�s passado indica que 68,33% dos moradores de BH n�o pretendem participar de festas de fim de ano com pessoas da fam�lia al�m das que moram e convivem diariamente.
De acordo com a pesquisa, o comportamento do belo-horizontino deve ser o de ficar em casa durante nesse per�odo. Pelo menos 75% dos entrevistados responderam que n�o pretendem viajar nos feriados de Natal ou r�veillon. As viagens que aumentam durante o per�odo de f�rias escolares tamb�m podem ser reduzidas e, quando ocorrer, devem ser sob restri��es. Isso porque 83,67% das pessoas se dizem a favor de regras r�gidas para evitar aglomera��es em destinos tur�sticos.
Para o infectologista Una� Tupinamb�s, volunt�rio no Comit� de Enfrentamento � Pandemia da COVID-19 montado pela Prefeitura de Belo Horizonte, os resultados da pesquisa refletem o comportamento obediente da sociedade �s autoridades sanit�rias. Apesar de n�o ser completamente contra as reuni�es, o especialista faz recomenda��es.
“� dif�cil n�o falar em festa. Eu remeto ao in�cio da epidemia do HIV, quando fal�vamos de abstn�ncia de sexo. Mas tem que dar uma solu��o para o desejo. Na pandemia tem que procurar fazer uma festa pequena, com no m�ximo 10 pessoas, em ambiente aberto, uma varanda, quintal, garagem, uma �rea ampla. Caso tenha pessoa com alguma vulnerabilidade, que ela fique mais isolada, com distanciamento de dois metros e fa�a uso de m�scara e o protetor facial face shield”, recomenda o professor da UFMG.
Segundo Una�, essas condi��es citadas por ele permitem reduzir danos. “A gente queria estar num r�veillon na praia, mas infelizmente n�o d�. N�o podemos transformar a festa de fim de ano em festa de despedida. � preciso esperar mais um pouco. A gente t� cansado, mas o v�rus n�o est� de cansado da gente. A gente vai caminhando devagar. � uma crise. E a vacina est� pr�xima”, acrescenta o especialista.
Planos adiados
Com receio da doen�a, os natais cheios de parentes v�o ter que diminuir. Vai ser assim na fam�lia de Alda Reis, de 66 anos. Acostumada a viajar para Diamantina, ontem mora a irm�, este ano a escolha � segura: cada uma na sua casa. “Nosso Natal vai ser em total recolhimento. Sem viagem, sem aglomera��o”, conta. “Somos idosos, eu e meu marido, e estamos muito preocupados. Depois que passar essa confus�o, a gente passeia, porque viajar nessa preocupa��o n�o compensa. Quanto mais se resguardar, melhor”, afirma.
"Nosso Natal vai ser em total recolhimento. Sem viagem, sem aglomera��o. Quanto mais se resguardar, melhor", Alda Reis, 66 anos, aposentada (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Na casa de Paloma de Araujo Vale Bertolini, de 45, o Papai Noel pela primeira vez vai deixar poucos presentes. Como uma boa anfitri�, a empres�ria recebeu cerca de 30 pessoas em seu apartamento no ano passado. J� neste m�s, a ceia ser� dividida apenas com o marido e os dois filhos. “Vai ser um natal diferente, mas n�o triste. A gente n�o precisa estar perto pra estar junto”, ela comenta.
As f�rias de fam�lia tamb�m ser�o em confinamento. Dona de uma ag�ncia de turismo, ela se v� na contradi��o com o neg�cio familiar. “N�o vamos viajar, ainda n�o me sinto confort�vel em entrar em um avi�o com a minha fam�lia para lazer. Gostaria muito, porque as crian�as sentem falta, mas ainda n�o est� nos nossos planos”, ressalta Paloma.
Carnaval s� em 2022
As festividades de rua do carnaval, previstas antes da pandemia para 16 de fevereiro, tamb�m est�o em debate. De acordo com os entrevistados, o apoio para o adiamento da data � massivo, com 82,67% dos votos. Para o infectologista, n�o � cedo para falar sobre o assunto: “Tem que cancelar”, enfatiza. “N�o d� pra fazer carnaval de jeito nenhum, � imposs�vel. Temos de entender a gravidade da situa��o. Sendo muito otimista, a vacina��o come�a em fevereiro, mas ainda estar� s� come�ando. At� vacinar a popula��o toda leva tempo. Sem chance de ter carnaval. N�o tem jeito”, defende Una�.
A not�cia de n�o ter carnaval � dif�cil para quem gosta da data. A jornalista Maria Vit�ria Maz�o, de 23, diz que a pandemia mudou a vida dela em todos os sentidos. Rec�m-formada, ela ainda nem sabe como vai fazer para pegar o t�o sonhado diploma. Al�m disso, um grande amigo da fam�lia morreu por causa da COVID-19 e ela ainda sente falta da conviv�ncia com os amigos e av�s.
Apesar de gostar do Carnaval, a jornalista Maria Vit�ria Maz�o, de 23, defende cancelamento da data em 2021 (foto: Arquivo Pessoal)
“Fui uma das pessoas que curtiu bastante o carnaval 2020, mas acredito que um carnaval em 2021 � inaceit�vel. N�o pode acontecer. A gente mal pode ficar quatro pessoas em uma mesa. Como vai suportar milhares de pessoas na rua? Todo mundo se encostando, se beijando?”. “Sou contra, primeiro porque n�o tem clima, segundo porque n�o � saud�vel neste momento. Como vamos fazer uma festa com o mundo inteiro nessa situa��o triste? O carnaval fica pra 2022 e vamos torcer”, defende.
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte. V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.