(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ESCRAVID�O

Libertada mineira que viveu 38 anos em regime de escravid�o no estado

Dalton Cesar Milagres Rigueira, Valdilene Rigueira e Maria das Gra�as Rigueira s�o acusados de diversos crimes contra Madalena Gordiano


20/12/2020 21:27 - atualizado 20/12/2020 22:34

Madalena Rigueira foi libertada em Patos de Minas, após 38 anos em regime análogo ao de escravidão(foto: Reprodução/TV Globo)
Madalena Rigueira foi libertada em Patos de Minas, ap�s 38 anos em regime an�logo ao de escravid�o (foto: Reprodu��o/TV Globo)
O Minist�rio P�blico do Trabalho e a Pol�cia Federal libertaram Madalena Gordiano, de 46 anos, que vivia h� 38 em situa��o an�loga � escravid�o, em Patos de Minas, no Alto Parana�ba.


Madalena estava em um apartamento no centro da cidade e foi resgatada no dia 28 de novembro, em um quartinho sem janelas e sem ventila��o. A not�cia foi divulgada neste domingo (20), pelo Fant�stico, da TV Globo.

 

Aos oito anos de idade, Madalena bateu na porta da casa da professora Maria das Gra�as Milagres Rigueira para pedir um p�o, porque estava com fome. Segundo o relato de Madalena, a resposta que recebeu de Maria das Gra�as foi: “N�o vou te dar n�o. Voc� vai morar comigo.”


Durante todo esse tempo, ela trabalhou sem carteira assinada e sem receber nenhum direito trabalhista. A professora Maria das Gra�as disse � m�e de Madalena que iria adot�-la. Com dificuldade para criar nove filhos, a mulher concordou, mas a ado��o nunca foi formalizada.


Ao contr�rio, Madalena foi tirada da escola e era respons�vel por realizar trabalhos dom�sticos, sem direito a uma inf�ncia verdadeira. “N�o brincava. N�o tinha nem uma boneca”.


Com o passar dos anos, Madalena foi rejeitada pelo marido de Maria das Gra�as e a professora resolveu “do�-la” para Dalton Cesar Milagres Rigueira, tamb�m professor universit�rio.


Na nova casa, nada mudou. Trabalho sem folga, de segunda a segunda, come�ando, normalmente �s 4h da manh�, segundo relato de vizinhos.


Em depoimento � pol�cia, Dalton Rigueira disse que foi ela quem optou por largar os estudos e que ele n�o a incentivava a retonar porque “acredita que ela n�o se beneficiaria de receber educa��o”. Um professor.

 

Sem dinheiro

Dalton Rigueira controlava a pensão de Madalena, no valor de R$8 mil e repassava para ela apenas R$200, segundo conta a vítima(foto: Reprodução)
Dalton Rigueira controlava a pens�o de Madalena, no valor de R$8 mil e repassava para ela apenas R$200, segundo conta a v�tima (foto: Reprodu��o)

 

Segundo a reportagem, Madalena se casou em 2001 com um tio de Valdilene Rigueira, esposa de Dalton Rigueira. Mas eles n�o chegaram a morar juntos. Ele era ex-combatente e deixou pens�es para Madalena de, aproximadamente, R$ 8 mil.


Ela conta que ia ao banco com Dalton para sacar o dinheiro, mas que o “patr�o” ficava com quase tudo. “Ele me dava duzentos, trezentos reais”.


A situa��o de Madalena s� veio � tona quando ela come�ou a enviar bilhetes aos vizinhos em peda�os de guardanapo e folhas de caderno, pedindo pequenas quantias em dinheiro e produtos b�sicos de higiene pessoal. “Me empresta um sabonete para tomar banho. Voc� recebe minha ora��o. Madalena”, dizia um dos bilhetes.

 

Liberdade

Em um dos bilhetes, Madalena pedia um sabonete para tomar banho(foto: Reprodução/TV Globo)
Em um dos bilhetes, Madalena pedia um sabonete para tomar banho (foto: Reprodu��o/TV Globo)

 

Nos �ltimos 14 anos em que morou com Dalton Rigueira, Madalena n�o teve nenhum contato com a fam�lia.


No in�cio deste m�s, ap�s ser resgatada, ela p�de conversar com as irm�s por chamada de v�deo. Um encontro pessoal est� adiado, por causa da pandemia de COVID-19.


Ela tamb�m retomou os estudos.


Maria das Gra�as Rigueira, Dalton Rigueira e Valdilene Rigueira s�o investigados pelo crime de redu��o � condi��o an�loga � de escravo. Os dois �ltimos ainda podem responder por tr�fico de pessoas e apropria��o ind�bita.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)