Este ano, a professora Elisabeth Renn� e o filho mais velho, Rodrigo, v�o celebrar pela internet a noite de hoje com o restante da fam�lia (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Noite feliz! Noite feliz! E muitos dias de expectativa, troca de ideias, conversas em fam�lia para fazer deste Natal uma festa de alegria, confraterniza��o, recheada de cuidados necess�rios diante da pandemia do novo coronav�rus que assombra o mundo desde mar�o. Para evitar a contamina��o pelo novo coronav�rus e levantar o astral de adultos e crian�as na data que celebra o nascimento de Jesus, pais e filhos andaram conversando com av�s, tios e demais parentes pr�ximos para criar e p�r em pr�tica protocolos contra COVID-19 bem particulares.
At� mesmo a Prefeitura de Belo Horizonte criou uma cartilha (veja quadro) para orientar a popula��o sobre como evitar aglomera��es nas comemora��es natalinas. Sem perder tempo, h� fam�lias que, al�m de levar o �lcool em gel para ficar, � mesa, ao lado do vinho, v�o fazer um encontro mais curto, com pouca gente, distanciamento sagrado e conversas virtuais com quem n�o p�de ir.
Sim, caro leitor, ser� um Natal diferente, sem abra�os efusivos, apertos de m�o calorosos e beijinhos de afeto, mas nada impede que, como diz a m�sica tema desta data, seja uma noite feliz. E ningu�m tem d�vida: inesquec�vel.
A tecnologia ser� uma “convidada” fundamental no encontro da professora aposentada Elisabeth Ribeiro Renn�, moradora do bairro S�o Bento, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, com os tr�s filhos, noras e netos. A seu lado estar� o mais velho, o engenheiro Rodrigo Ribeiro Renn�, e na tela do computador, via internet, v�o desejar “feliz Natal, mam�e!” os tamb�m engenheiros residentes nos Estados Unidos, Renato, que trabalha em Houston (Texas), casado e pai de uma menina de 11 anos, e o ca�ula, Rafael, em S�o Petersburgo (Fl�rida), pai de duas crian�as de 4 e 2 anos.
Para o Natal, conta Elisabeth, o ca�ula Rafael e fam�lia viajaram de carro mais de mil quil�metros at� Houston para ficar com o Renato e os seus. “Vamos aproveitar e falar com todos, mas numa situa��o bem diferente”, adianta a professora. No apartamento onde passou a morar ap�s ficar vi�va, Elisabeth diz que n�o d� pra reunir a “galera”, por ser pequeno.
Cartilha da PBH para as festas de fim de ano
Use m�scara sempre que n�o estiver comendo ou bebendo
Tenha um saco para guardar a m�scara quando estiver comendo ou bebendo e a mantenha limpa e seca entre os usos
Tenha uma m�scara limpa extra, para o caso de necessidade de troca (tempo de uso, umidade ou sujeira)
Evite aglomera��es e mantenha a dist�ncia de, pelo menos, 2 metros entre os participantes
Evite apertos de m�o ou abra�os. D� prefer�ncia a locais abertos ou bem ventilados;
Evite o uso de ar-condicionado
Lave as m�os com frequ�ncia durante o evento com �gua e sab�o ou use �lcool 70%
N�o compartilhe objetos, como talheres ou copos, e maquiagens
Ap�s tocar em objetos que estejam sendo compartilhados com outros convidados (exemplo: utens�lios para servir a comida, jarras e garrafas), lave as m�os com �gua e sab�o ou �lcool 70%;
Limite o n�mero de convidados de acordo com o tamanho do espa�o, permitindo que as pessoas mantenham dist�ncia de 2 metros entre si
Oriente seus convidados a levarem suas pr�prias m�scaras
Evite m�sica alta para que as pessoas n�o tenham que gritar ou falar alto
Caso algu�m esteja contaminado com o v�rus, lan�ar� um n�mero maior de part�culas virais no ambiente
D� prefer�ncia a locais abertos ou bem ventilados
Evite o uso de ar-condicionado
N�o deixe que os convidados formem filas para serem servidos
Oriente os convidados a n�o se sentarem todos reunidos na hora da ceia
Organize espa�os separados para pessoas que moram juntas
Tenha sab�o e papel para secagem de m�os dispon�veis no banheiro
Evite o uso de toalhas de pano
Disponibilize �lcool 70% em gel nos ambientes
Use lixeiras com pedal para que as pessoas descartem seus lixos sem precisar colocar as m�os na tampa
Lave as m�os ap�s esvaziar a lixeira
“Na noite de Natal, irei com o Rodrigo para a casa dele, onde reside com a esposa e os enteados. � um lugar amplo, podemos ficar sem aglomera��o. O tempo ser� reduzido, e o grupo, pequeno”. Bem-humorada, acredita que, “infelizmente, s� mesmo usando roupa de ET ou de astronauta para participar de uma festa com muita muita gente”. Os planos iniciais inclu�am uma grande festa para juntar “o lado de c�”, os parentes residentes em BH, a exemplo da cunhada Marisa com os filhos Heleno e Ronaldo, o Jay, que chegou dos Estados Unidos. “Ficou imposs�vel agora, vamos ter que esperar a vacina”, resume.
"A saudade � grande"
A confraterniza��o de Natal tamb�m ser� o oposto dos outros anos para o casal Danilo Assis, servidor p�blico estadual, e Chirley Ribeiro, pais de Pedro, de 13 anos, e Laura, de 10, moradores do bairro Nova Cachoeirinha, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte. Tradicionalmente, conta Chirley, h� uma din�mica que, desta vez, ser� alterada: “Meus pais, Jos� Maria e Neida D'Arc, moram no interior mineiro, em Rio Parana�ba, na Regi�o do Alto Parana�ba. Num ano vamos pra l�, no outro eles v�m. Desta vez, era nossa vez de ir, pois n�o os vejo desde mar�o. A saudade � grande, n�o d� para ficar s� no telefone”, lamenta.
Em registro antes da pandemia entre a filha e o genro, Rosemary n�o v� os netos h� quatro meses (foto: ARQUIVO PESSOAL)
Os pais de Danilo, Celso e Marlene, s�o vizinhos do casal, moram no mesmo sobrado, o que facilitar� o encontro natalino, sem necessidade de deslocamento. “Ir�o apenas meus cunhados, com o devido distanciamento”, afirma.
Na foto, Danilo Assis e Chirley Ribeiro com os filhos Pedro, 13 anos, e Laura, 10 anos, em sua casa, no Bairro Nova Cachoeirinha
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
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Para Chirley e Danilo, que s�o ministros da eucaristia na Igreja S�o Jos�, no Centro da capital, o mais importante para celebrar o nascimento de Jesus � a busca da esperan�a, e n�o desanimar: “Sem f�, n�o tem como viver. Neste momento, como em todos esses meses de pandemia, precisamos de reflex�o. Esse tempo, apesar de todas as tristezas, vale muito para quem quiser se reencontrar”.
Celebra��o interrompida
Para as fam�lias bem festeiras, a pandemia � um supl�cio. Ficar em casa, sacrif�cio dos grandes, e a saudade dos familiares queridos s� aumentam a cada segundo. Amante de uma cervejinha gelada, da roda de viol�o, das reuni�es em casa e da arte de cozinhar para muita gente, a assistente social aposentada Meire Harold Calixto vai passar o Natal com a filha Cristiane, que faz anivers�rio nesta quinta-feira (25), e o genro Eduardo – o casal mora com ela no bairro Nova Cachoeirinha.
“Minha fam�lia, que � muito grande e animada, n�o tinha combinado nada de especial para agora. Ano passado, n�o nos reunimos no almo�o do dia 25, pois minha m�e, ent�o com 103 anos, morreu em 1º de novembro. Estava muito recente, ficamos tristes demais. Mas sempre tem a alegria do Natal, a comemora��o, as comidas e a cantoria, n�?”, diz Rosemary, que devido � pandemia nem p�de festejar os 70 anos bem vividos, em abril. “Em 2019, a festa foi boa, mas temos que tomar cuidado. Sou a ca�ula de cinco irm�os, e o mais velho tem 86.”
Nesta quarentena, o que faz o cora��o de Rosemary apertar � a saudade dos netos Bernardo, de 7, e Matheus, de 3, que n�o v� h� quatro meses. Eles s�o filhos do ca�ula Gustavo e da nora Soraya. “Fico com pena deles, a gente n�o pode abra�ar, fazer um carinho. O pior � que n�o vejo sa�da imediata, acho que essa situa��o vai durar ainda um ano”, imagina a aposentada, que sente falta da peregrina��o “de casa em casa”, de 24 para 25 de dezembro. Natal n�o tem hora para terminar, da� ser necess�rio muito cuidado.
“Este ano n�o vou cozinhar, vamos pedir comida de um restaurante bem bacana. Vai ser tudo diferente: camar�o e peixe.” O momento especial ser� � meia-noite: “N�o vamos nos abra�ar, mas nos unir em ora��o para toda fam�lia e pelo mundo”.
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte. V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.