Apesar de anunciada, a cat�strofe parece fora do radar de v�rias cidades e do pr�prio estado, que, quando questionados sobre os planos para enfrentamento da situa��o, apresentam solu��es gen�ricas, ou se calam.
N�meros

A meteorologia, at� o momento, tamb�m n�o permite fazer proje��es otimistas. Para a primeira semana de 2021, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prev� chuva sem tr�gua em Minas. Na capital mineira, o Inmet calcula que, nos quatro primeiros dias de janeiro, j� tenha chovido 44,8% do previsto para todo o m�s.
� praxe que as v�timas das enchentes sejam acolhidas em alojamentos tempor�rios, montados em gin�sios e escolas – como ocorreu em janeiro passado nas cidades de Contagem, na Grande BH, al�m de Espera Feliz e Capara�, na Zona da Mata. O infectologista Estev�o Urbano lembra que o potencial de aglomera��o desses locais � grande, o que pode favorecer a propaga��o do novo coronav�rus. Ele tamb�m ressalta que, nos abrigos, as condi��es de higiene costumam ser ruins, com banheiros compartilhados por muitas pessoas, banhos limitados e poucas torneiras � disposi��o.
“� claro que estamos falando de uma situa��o de emerg�ncia. As pessoas que perderam suas casas por causa das chuvas precisam ser acolhidas e � �bvio que esse acolhimento vai envolver riscos, pois estamos numa pandemia. Agora, � fundamental que o poder p�blico pense em protocolos sanit�rios para essas situa��es, de forma a minimizar os pequenos surtos de COVID-19 que podem vir por a�. Fornecer abrigo sem protocolos de seguran�a seria uma irresponsabilidade”, avisa Urbano.
Protocolos

Outras provid�ncias recomendadas seriam a distribui��o de kits de higiene com detergente, sabonete, m�scaras, �lcool em gel e outros artigos do g�nero, al�m da fiscaliza��o do cumprimento dos protocolos estabelecidos. “A testagem peri�dica das comunidades durante o tempo em que elas permanecerem desalojadas tamb�m seria bem-vinda”, observa o especialista.
Para o consultor cient�fico da Sociedade Brasileira de Infectologia, Carlos Starling, o ideal � que, na medida do poss�vel, os munic�pios procurem alojar as v�timas dos alagamentos em pousadas, pens�es e hot�is, onde podem ser separadas por n�cleo familiar. “Evidentemente que s� uma minoria de cidades poder� fazer isso. Para aquelas que puderem, no entanto, esse � o melhor dos mundos”, pondera o infectologista.
Ele orienta ainda que as autoridades promovam a vacina��o dos grupos de desabrigados contra doen�as como sarampo e pneumococos. “Os idosos podem ser imunizados contra influenza. As chuvas trazem a prolifera��o de diversas infec��es. Felizmente, para muitas delas temos vacinas. Vacinar essa popula��o vulnerabilizada pelas enchentes � uma forma de evitar que o sistema de sa�de, j� sobrecarregado pela pandemia, seja ainda mais exigido para o atendimento de outras demandas”, afirma Starling.
Os especialistas acreditam que o impacto das chuvas na pandemia depender� da intensidade das chuvas deste ver�o – consequentemente, da dimens�o dos estragos provocados. Ambos ponderam que as precipita��es de 2020 foram at�picas e n�o devem se repetir com a mesma for�a este ano. Eles reiteram, contudo, a necessidade de se estabelecerem protocolos para os abrigos tempor�rios.
“As pessoas estarem fora de casa, por si s�, � um evento que aumenta significativamente as chances de contamina��o pelo coronav�rus. E as inunda��es tornam isso inevit�vel. Ent�o, seria prudente mitigar o m�ximo poss�vel as consequ�ncias desses eventos”, diz Carlos Starling.
Planos gen�ricos
O Estado de Minas solicitou � Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais que detalhassem o planejamento para o per�odo chuvoso no contexto da pandemia. A coordenadoria informou que “orienta os munic�pios a acomodarem as fam�lias em moradias tempor�rias, mediante a utiliza��o de aluguel social”. “Em caso de emerg�ncia, o munic�pio pode, tamb�m, acomodar as fam�lias em escolas da rede p�blica, desde que haja o devido distanciamento, conforme recomenda��es expedidas pela Secretaria de Estado de Sa�de para o enfrentamento � COVID-19”, diz a nota enviada � reportagem.O EM tamb�m questionou a Defesa Civil sobre o valor do or�amento estadual de 2021 destinado a a��es emergenciais. Segundo a institui��o, o total previsto para 2021 � de R$ 3,87 milh�es – sendo R$ 1,11 milh�o para preven��o de desastres e R$ 2,76 milh�es para gest�o de cat�strofes.
Os mesmos questionamentos foram feitos a 10 cidades mineiras que decretaram situa��o de emerg�ncia ou calamidade p�blica em 2020 e 2021, como Belo Horizonte, Santa Luzia, Ibirit�, Sabar�, Contagem, Betim, Campo Belo, Muria�, Acaiaca e Aguanil. Sete retornaram o contato, mas descreveram planos em sua maioria gen�ricos, que n�o mencionam grande parte dos protocolos recomendados pelos infectologistas. Veja as respostas de cada munic�pio:
Belo Horizonte
A prefeitura da capital esclareceu que, no per�odo chuvoso de 2020, n�o considerou escolas e gin�sios para acolhimento de fam�lias. “Aquelas que precisaram deixar suas casas e que n�o contavam com uma rede de apoio pessoal foram encaminhadas para pousadas preparadas. Na ocasi�o, foram disponibilizadas 500 vagas, em tr�s espa�os diferentes que possibilitavam o distanciamento social”.
Ibirit�
O Executivo informou que aumentou o n�mero de abrigos de um para tr�s devido � pandemia de COVID-19. Os locais at� ent�o escolhidos s�o a Escola Municipal Carmelita Carvalho Garcia (CAIC), Escola Municipal Alvorada e Escola Municipal Jardim das Rosas. “O limite de ocupa��o para cada um dos locais ser� de 30% da capacidade total, e cumprir�o rigorosamente todos os protocolos do Minist�rio da Sa�de, como uso obrigat�rio de m�scaras, distanciamento social, constante higieniza��o das m�os e separa��o das fam�lias por bolhas de conv�vio, para reduzir o cont�gio pelo coronav�rus.”
Santa Luzia
A cidade afirmou que, para restringir as aglomera��es, vai abrigar as v�timas dentro das salas de aula de escolas municipais de forma que, no m�ximo, duas fam�lias v�o ocupar cada sala. “Caso seja necess�ria a montagem dos abrigos tempor�rios, na triagem e cadastramento, as fam�lias v�o responder a um question�rio de responsabilidade sobre a COVID-19 e ser� realizada aferi��o de temperatura e demais protocolos estabelecidos pelos �rg�os de sa�de, como uso obrigat�rio de m�scara e a disponibiliza��o de �lcool em gel”.
Muria�
A cidade decretou situa��o de emerg�ncia em 1° de janeiro deste ano. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, na madrugada de 4 de janeiro, cerca de 55 pessoas foram orientadas a deixar suas casas para evitar contato maior com a enxurrada, gerada por fortes chuvas na cidade. Dois locais foram estabelecidos como alojamentos provis�rios – o Centro de Forma��o e Ascens�o Social (Cefas) e a escola municipal Cl�ria Tico. Em ambos, o poder p�blico afirma ter distribu�do m�scaras faciais, �lcool em gel, al�m de orienta��es para o distanciamento social.
Aguanil
Em situa��o de emerg�ncia deste 6 de dezembro de 2020, Aguanil contabiliza 28 atingidos pelas chuvas. Segundo a Defesa Civil da cidade, uma pessoa teve a casa parcialmente submersa e foi deslocada para outra moradia, com aluguel subsidiado pela administra��o municipal. As demais foram para casa de parentes. O munic�pio ainda n�o planejou protocolos para eventuais abrigos tempor�rios.
Contagem
O munic�pio informou que o Comit� de Enfrentamento � Epidemia da COVID-19 se reuniria ontem para estabelecer a��es de combate � pandemia no contexto das chuvas.
Betim
A prefeitura n�o detalhou protocolos de acolhimento de desabrigados das chuvas durante a pandemia. Em nota, afirmou que “segue articulando a��es de suporte �s fam�lias atingidas pelas chuvas e atualizando o plano de conting�ncia”.
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
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Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia
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