
Comerciantes, entretanto, notaram um recrudescimento da fiscaliza��o nesta semana, o que pode ser confirmado pelas informa��es da Prefeitura de Belo Horizonte. De acordo com a PBH, nessa segunda-feira (18), houve 22 interdi��es de estabelecimentos por descumprimento do decreto. O n�mero supera o total de ocorr�ncias do tipo na primeira semana de vig�ncia da norma, que foi de 19 embargos.
Desde a entrada em vigor do Decreto Municipal 17.253/2021, em 11 de janeiro, fiscais de controle urban�stico e ambiental interditaram 41 estabelecimentos e multaram outros dois. A PBH n�o confirmou o endurecimento nas a��es de inspe��o. A norma permite apenas o funcionamento dos estabelecimentos considerados essenciais, como, entre outros, supermercados, farm�cias, postos de gasolina, padarias e sacol�es. Os comerciantes que descumprirem as medidas est�o sujeitos � interdi��o e multa no valor de R$ 18.359,66.
Um gerente de uma loja de artigos para festas no Barro Preto, Regi�o Central de Belo Horizonte, que n�o quis se identificar, admite que n�o h� inten��o de interromper as atividades novamente e que, embora o movimento de pessoas tenha ca�do, o estabelecimento j� est� adaptado �s vendas pela internet. “Toda a nossa estrutura de com�rcio online est� na loja e meus funcion�rios n�o t�m computador e conex�o em casa.” Ele comemora a decis�o da justi�a de barrar o decreto da PBH e adverte: “se pararmos com tudo, vamos falir.”
Uma propriet�ria de loja de artigos esportivos no Bairro Cidade Nova, Regi�o Nordeste da capital, tamb�m alega que � necess�rio a presen�a no estabelecimento para promover as vendas pelo WhatsApp e Instagram, em que o cliente, na maioria das vezes, vai na loja apenas para retirada do produto. “Eu j� tenho uma clientela definida h� muito tempo, ent�o eu venho pra loja, permane�o com a porta fechada e fico fotografando e mandando mensagens, fotos e v�deos para os clientes, dentro do que a pessoa est� querendo”, afirma.
A lojista, que deu f�rias para a sua �nica funcion�ria, revela que, assim como ela, seus vizinhos de ponto est�o trabalhando “escondidos como traficantes”. Embora o temor de ser apanhada, ela conta com uma rede de bate-papo entre comerciantes da regi�o para alert�-la sobre a presen�a de fiscais. “� um abaixa e levanta porta o dia inteiro. A gente tem uma rede no WhatsApp que fica comunicando (sobre a presen�a de fiscais nas proximidades). Algu�m viu, p�e no grupo, fechamos as portas. Ningu�m est� disposto a pagar R$ 18 mil numa situa��o dessas. A gente n�o est� tendo aglomera��o, pois n�o est� vindo cliente. Praticamente s� os donos das lojas".
Ela tamb�m torce para que a decis�o judicial permane�a vigorando e que n�o vire uma briga pol�tica, o que traria ainda mais incertezas para os empres�rios. Ela sugere um rod�zio no funcionamento do com�rcio e disse que toparia abrir sua loja por apenas tr�s ou quatro horas di�rias para contribuir com o combate � pandemia. “Estamos com muito medo do v�rus, � um fato que est� a�. Estamos sabendo da situa��o que levou o com�rcio a ser fechado e a inten��o de diminuir o n�mero de pessoas na rua. Mas os comerciantes est�o pagando um pre�o muito alto por essa quest�o”, lamenta.
A C�mara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) informou por meio de nota que em nenhum momento orientou comerciantes a desrespeitarem o decreto da PBH e que busca por meio do di�logo e em conjunto com outras entidades representativas chegar a um acordo com o poder executivo municipal para a retomada das atividades de maneira segura e respons�vel.