BH reduz a press�o sobre os hospitais ap�s fechamento do com�rcio
Taxas de ocupa��o diminu�ram para 80% nas UTIs e 62,5% nas enfermarias, enquanto �ndice m�dio de transmiss�o desceu a 0,97. Contudo, melhora exige cautela
Atendimento na Santa Casa: pandemia atinge mais idosos na capital e regi�o Nordeste tem maior registro de mortos (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Belo Horizonte atingiu ontem registros de 2.203 mortos pela COVID-19, dos quais 18 notificados em 24 horas. Com base no boletim epidemiol�gico e assistencial da prefeitura da capital (PBH) a cidade alcan�ou, ao todo, 85.114 diagn�sticos confirmados da doen�a respirat�ria, sendo 1.565 em um �nico dia, enquanto 4.937 pessoas est�o em acompanhamento pelas autoridades de Sa�de e 77.979 se recuperaram da enfermidade. Tr�s indicadores essenciais da pandemia recuaram, as taxas de ocupa��o dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) e de enfermaria e a velocidade de transmiss�o do v�rus.
O al�vio nos n�meros ocorreu depois de 15 dias do fechamento do com�rcio de produtos e servi�os n�o essenciais por decreto municipal, como medida para conter o avan�o da COVID-19. Por decis�o da Justi�a, a qual a PBH recorreu, as empresas desses segmentos ficam liberadas para voltar a funcionar a partir do pr�ximo dia 4.
Ontem, de acordo com o boletim epidemiol�gico da prefeitura, a ocupa��o dos leitos de UTI para pacientes com a virose caiu de 86% para 80%. No caso dos equipamentos do Sistema �nico de Sa�de (SUS), est� em 80,2%, e na rede particular, em 79,8%. O percentual geral, portanto, diminuiu depois da alta de quase sete pontos percentuais entre o balan�o do �ltimo dia 22 e a segunda-feira, mas permanece acima dos 70%, portanto na zona considerada cr�tica da escala de risco desse indicador.
A situa��o dos leitos de enfermaria tamb�m revelou queda no balan�o de ontem de 64,1% para 62,5%, embora ainda continue no est�gio de alerta. O �ndice m�dio de transmiss�o por infectado, o chamado fator RT, recuou pelo s�timo balan�o. Com isso, est� em 0,97, frene a 0,98, na fase controlada da escala de risco.
"Todos queremos abrir o com�rcio o mais r�pido. Mas � imposs�vel falar em datas, pois o v�rus se comporta de maneira t�o aleat�ria", Estev�o Urbano, infectologista (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 4/8/20
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No entanto, a redu��o dos n�meros ainda n�o desperta otimismo, como informou ao Estado de Minas o infectologista Estev�o Urbano, membro do Comit� de Enfrentamento da COVID-19 em BH. Ele avalia a queda como “lenta e inconstante” – e portanto fr�gil para sustentar a reabertura do com�rcio da capital nos pr�ximos 10 dias.
“Todos n�s queremos abrir o com�rcio o mais r�pido poss�vel. Mas � imposs�vel falar em datas, pois o v�rus se comporta de maneira t�o aleat�ria, que pode chegar no dia 4 e situa��o ficar muito pior do que a de hoje. Ent�o, com essa anteced�ncia � imposs�vel de se prever qualquer coisa”, analisa o infectologista.
Estev�o Urbano calcula que as estat�sticas devem demorar ao menos mais uma quinzena para, de fato, refletir os efeitos do decreto de suspens�o das atividades n�o essenciais, editado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) no �ltimo dia 11. Para o m�dico, eventos como as festas de fim de ano; o Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem), realizado em 17 de janeiro e no �ltimo domingo; al�m do retorno das f�rias afetam sensivelmente o controle da epidemia.
“Os indicadores j� refletem o decreto. N�o fosse por isso, a situa��o talvez estivesse piorando. Mas a redu��o � ainda t�mida e pouco constante justamente por causa de algumas quest�es que ainda reverberam na cidade: as festas de Natal e R�veillon, o retorno das f�rias, o Enem, al�m da dificuldade de se manter o isolamento social um ano ap�s o in�cio da pandemia”, destacou. N�o fossem esses fatores, os n�meros, agora, talvez estivessem melhores, na vis�o do infectologista.
“Esse cen�rio torna tudo muito inst�vel. Nos pr�ximos dias, podemos ter tanto uma melhora, quanto uma piora das estat�sticas. Resta-nos ter paci�ncia e aguardar”, complementa. Pela segunda vez, o decreto municipal 17.523/2021 � suspenso por decis�o judicial. A primeira ocorreu no �ltimo dia 18, por meio de liminar concedida pelo juiz Wauner Batista Ferreira Machado ao deputado estadual Bruno Engler (PSL). A decis�o foi derrubada dois dias depois, ap�s recurso apresentado pela PBH.
V�timas Ainda de acordo com o relat�rio epidemiol�gico de BH por regionais, a Noroeste � aquela com maior n�mero de mortes por COVID-19, de 295, 19 a mais a Regi�o Nordeste. Na sequ�ncia, aparecem Oeste (267), Leste (247), Barreiro (245), Centro-Sul (235), Venda Nova (235), Pampulha (211) e Norte (192). No total, 1.212 homens perderam a vida para a virose em BH. A quantidade de mulheres mortas � de 991.
A faixa et�ria mais atingida pela COVID-19 s�o os idosos: 83,6% (1.842, ao todo). Na sequ�ncia, aparecem aqueles entre 40 e 59 anos: 14,3% (315). Houve, ainda, 45 �bitos entre 20 e 39 anos (2%) e um de menor de idade (0,1%). Al�m disso, 97,5% dos mortos apresentavam ao menos uma comorbidade, sendo cardiopatia, diabetes, pneumopatia e obesidade as mais comuns.
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte. V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.