A situa��o � semelhante em Belo Horizonte, onde a prote��o dos idosos al�m das casas de repouso permanece fora do calend�rio municipal. A capital tamb�m evita falar em c�lculos populacionais. Questionada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Sa�de admitiu ter feito levantamentos mas, por ora, “optou por n�o divulg�-los”.
A log�stica imprecisa, assim como a falta de informa��es, gera ansiedade entre os mineiros com mais de 60, que somam 3,45 milh�es conforme estimativas do IBGE, e concentram 81% das mortes pela COVID-19, de acordo com Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG).
Gera tamb�m d�vidas. O que impede os governos de Minas e de BH de avan�arem na campanha, e por que ainda n�o planejam a inclus�o de nenhuma faixa da terceira idade?
Dentro das possibilidades de cada regi�o, especialistas consultados pela reportagem recomendam a imuniza��o de mineiros com mais de 90 anos e refor�am a necessidade de m�xima transpar�ncia na divulga��o de dados durante a pandemia.
Respostas gen�ricas
As duas esferas de governo respondem aos questionamentos sobre o cronograma da vacina��o dos idosos de forma evasiva. A SES-MG diz que a amplia��o da campanha para os demais p�blicos ser� feita “� medida em que novas remessas forem enviadas ao estado”. Na mesma linha, a PBH afirma que “o n�mero de pessoas a serem vacinadas em cada grupo depende do quantitativo de doses recebidas pelo munic�pio”.
Vale lembrar que a Uni�o retirou os idosos acima de 75 anos n�o institucionalizados da primeira fase do Plano Nacional de Imuniza��o (PNI). O encaixe do grupo ficou a cargo dos estados e munic�pios.
Prefeituras do interior de Minas ensaiam expans�es t�midas. Em Coronel Fabriciano, no Vale do A�o, os idosos acamados em resid�ncias e doentes cr�nicos s�o atendidos desde 20 de janeiro. Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro, iniciou movimento semelhante em 25 de janeiro.
O infectologista Luiz Wellington Pinto defende a antecipa��o do atendimento de idosos, sobretudo os de idade avan�ada.
Prefeituras do interior de Minas ensaiam expans�es t�midas. Em Coronel Fabriciano, no Vale do A�o, os idosos acamados em resid�ncias e doentes cr�nicos s�o atendidos desde 20 de janeiro. Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro, iniciou movimento semelhante em 25 de janeiro.
O infectologista Luiz Wellington Pinto defende a antecipa��o do atendimento de idosos, sobretudo os de idade avan�ada.
"Temos poucas doses, que mal cobrem os priorit�rios do momento. A vacina��o, portanto, deve seguir em ritmo lento por algum tempo. Por isso, talvez seja arriscado esperar at� que todos os profissionais de sa�de, ind�genas e institucionalizados sejam protegidos para, ent�o, cuidar dos idosos, que s�o tamb�m muito vulner�veis. Me parece razo�vel vacinar ao menos a faixa dos 90 anos para cima, especialmente aqueles com comorbidades. Claro: dentro das possibilidades de cada regi�o", opina o especialista
J� para a infectologista e epidemiologista Luana Ara�jo, os dados disponibilizados at� ent�o pela prefeitura e pelo estado n�o permitem dizer se h�, de fato, viabilidade para inclus�o de mais grupos nesta fase da campanha.
A m�dica pondera que a decis�o de adiantar ou adiar pol�ticas p�blicas � complexa e leva em conta vari�veis diferentes em cada regi�o. Ela ressalta, por�m, que a falta de clareza � inimiga de qualquer planejamento.
“A transpar�ncia � construtora da confian�a. Quando n�o temos informa��es suficientes, fica tudo nebuloso e inst�vel. As pessoas ficam vulner�veis a especula��es e mentiras. Isso gera um ambiente ca�tico, prop�cio aos ‘fura filas’ da vacina, por exemplo. A transpar�ncia ajuda o cidad�o na compreens�o da realidade. No entendimento de que a vacina��o � uma longa maratona, mas que a vez dele vai chegar. Ent�o ele n�o precisa furar a fila”, avalia Luana.
Rio de Janeiro
A vacina��o segue com mais agilidade em ao menos 16 cidades brasileiras. � o caso da capital fluminense. Desde segunda-feira (1°/2), os imunizantes s�o aplicados nos cariocas com mais de 99 anos. Cada idade tem um dia reservado no planejamento. A prefeitura estima que, at� o fim de fevereiro, toda a popula��o a partir de 75 anos - em torno de 371 mil habitantes - estar� coberta.
Com 6,7 milh�es de habitantes, mais que o dobro da popula��o da capital mineira (2,5 milh�es), a cidade recebeu 326,5 mil doses de vacinas. At� a tarde desta quarta-feira (4/2), 145.357 pessoas haviam sido protegidas.
A Secretaria Municipal de Sa�de explica que decidiu acelerar o cronograma do munic�pio ap�s o an�ncio recente de novas remessas pelo Minist�rio da Sa�de - sobretudo a carga de 32,6 milh�es de doses da CoronaVac (feita pelo Sinovac Biotech/Instituto Butantan) e da Covishield (da AstraZeneca/Universidade de Oxford/Fiocruz). A previs�o � de que o material chegue ao Brasil at� o fim de fevereiro.
Os planos, contudo, soam arriscados. As unidades ja entregues ao munic�pio s�o suficientes para imunizar 52% dos idosos da campanha. Caso haja atrasos nas entregas do governo federal, quase metade do grupo ficar� descoberto.
Pernambuco
Em Pernambuco, a popula��o idosa fora dos asilos come�ou a ser vacinada em 26 de janeiro nos 184 munic�pios do estado. A decis�o partiu da Secretaria Estadual de Sa�de. Os primeiros da fila s�o os pernambucanos com mais de 85 anos, que totalizam 75.159.Segundo a pasta, o estado recebeu, ao todo, 393 mil doses, quantitativo suficiente para proteger 100% dos idosos institucionalizados (2.462), pessoas com defici�ncia internadas (130), idosos a partir dos 85 anos, os ind�genas aldeados (26.729), al�m de 40% dos trabalhadores da sa�de (69.816). A popula��o total em Pernambuco � de 9,2 milh�es.
Com 20,8 milh�es de habitantes, Minas recebeu 855,68 mil vacinas do governo federal. A estimativa de p�blico da campanha, por enquanto, � a do Minist�rio da Sa�de. Os dados, segundo o pr�prio estado, est�o defasados. A SES-MG diz que trabalha na elabora��o de um novo levantamento junto aos munic�pios, ainda sem data para divulga��o.
Por ora, os n�meros dispon�veis s�o: 38.578 pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas, 1.160 pessoas com defici�ncia internadas, 7.878 ind�genas e 227.472 trabalhadores da sa�de.
Por ora, os n�meros dispon�veis s�o: 38.578 pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas, 1.160 pessoas com defici�ncia internadas, 7.878 ind�genas e 227.472 trabalhadores da sa�de.
Drive-thru
No Distrito Federal, a vacina��o do p�blico acima de 80 anos come�ou por drive-thru na segunda-feira (2/2). O secret�rio de Sa�de do DF, Osnei Okumoto, espera ampliar a campanha para maiores de 75 a partir deste s�bado (6/2). Com popula��o de 3 milh�es de pessoas, a capital federal recebeu 125.201 unidades de vacina. O total de brasilienses idosos � estimado em 35 mil.A mesma estrat�gia ser� utilizada em S�o Paulo (SP), que, proteger� os paulistas com mais de 90 anos a partir de segunda-feira (8/2). Na sequ�ncia, vem a faixa dos 85 a 89 anos, que ser� chamada a partir de 15 de fevereiro.
A vacina��o da terceira idade tem calend�rio em ao menos mais 13 capitais:
- S�o Paulo (8/2)
- Rio Branco (1°/2)
- Fortaleza (27/1)
- Manaus (29/1)
- Porto Velho (2/2)
- Salvador (3/2)
- Bel�m (3/2)
- Boa Vista (3/2)
- Macei� (28/1)
- S�o Lu�s (30/1)
- Jo�o Pessoa (27/1)
- Campo Grande (1°/2)
- Vit�ria (4/2)