Enquanto o mundo avan�a na vacina��o, o Brasil sofre com o plano nacional de imuniza��o: a falta de doses. Cidades como Rio de Janeiro t�m a estimativa de que o imunizante acabe hoje – munic�pios da regi�o metropolitana, como S�o Gon�alo, Niter�i e Duque de Caxias, j� tiveram que interromper a vacina��o – e Manaus, onde a infec��o est� descontrolada, a falta de imunizantes tamb�m atormenta autoridades e popula��o. Em Minas, segundo o governador Romeu Zema (Novo), foram enviadas 1.168.060 doses para as regionais de sa�de e retiradas 1.032.697 pelos munic�pios, deixando assim cerca de 130 mil restantes. Durante a pandemia, foi definido que o Minist�rio da Sa�de adquire os imunizantes para os estados e a log�stica de distribui��o e a aplica��o fica a cargo dos governadores e prefeitos. Caso as doses acabem, a pasta j� afirmou que n�o tem posicionamento oficial sobre o envio de nova leva, ou seja, se as doses n�o forem recebidas, o calend�rio de vacina��o poder� ser alterado. Os governadores marcaram reuni�o para amanh� com o ministro Eduardo Pazuello para definir cronograma de imuniza��o.
A vacina��o em Minas Gerais come�ou em 18 de janeiro, em ato simb�lico no aeroporto de Confins. No dia seguinte, foi feita a distribui��o para as unidades regionais de sa�de e autorizado aos munic�pios o in�cio da vacina��o. De acordo com a Secretaria de Estado da Sa�de, a distribui��o das vacinas ser� realizada sem interrup��o, evitando a descontinuidade das remessas para todos os munic�pios.
Conforme o Painel Vacin�metro, dispon�vel no site do governo mineiro, foram aplicadas 379.220 vacinas. Cerca de 102 mil pessoas j� receberam a segunda dose no estado. Dessas, 91.937 s�o profissionais da sa�de, 8.536 idosos em institui��es de longa perman�ncia, 315 possuem algum tipo de defici�ncia, e 2.121 pertencem � popula��o ind�gena aldeada.
Mesmo com o risco de n�o poder vacinar toda a popula��o, Zema afirmou que o plano de imuniza��o em Minas � “eficiente” para enfrentar a COVID-19. “Agora, o objetivo � a distribui��o com seguran�a e rapidez das doses, para que as prefeituras logo vacinem os grupos priorit�rios e para que possamos ampliar os p�blicos quando chegarem novas remessas”, explicou. A Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais foi procurada pela reportagem do EM para responder sobre a dura��o de estoques e reposi��o, mas n�o retornou as liga��es.
O que fazer?
Caso acabem as vacinas, o que fazer? A m�dica infectologista e mestra em sa�de p�blica Luana Ara�jo explica que h� duas estrat�gias para tentar imunizar o m�ximo poss�vel de pessoas. A primeira � vacinar a maioria da popula��o com apenas uma dose, o que n�o � o ideal, mas acaba aumentando a cobertura de imuniza��o. A segunda � separar a popula��o de risco e aplicar a metade das doses para garantir a segunda aplica��o. Nesse segundo caso, apesar de ter um n�mero menor de pessoas, o governo alcan�a a maior cobertura, sendo que esse grupo estar� completamente imunizado.
Segundo a m�dica, as estrat�gias dependem inteiramente da maior quantidade de vacina que o governo tem em m�os. Caso seja a AstraZeneca, produzida em parceria com a Universidade de Oxford, a primeira estrat�gia � a melhor op��o. Isso porque o imunizante oferece mais de 70% de efic�cia j� na primeira dose. No caso da CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac, o melhor resultado seria alcan�ado caso o governo optasse pela segunda estrat�gia.
“Pondo isso em vista, se n�o existem mais doses, � claro que corremos muitos riscos. N�o s�o poucos. O Brasil vive transmiss�o desenfreada, isso porque as medidas de mitiga��o tiveram um impacto m�nimo. O pa�s precisa de uma vacina��o muito acelarada”, explica a m�dica. Luana tamb�m explica que caso o Brasil fique sem doses, o Butantan e a Fiocruz n�o podem ser culpados. “Se voc� n�o tem insumos, o que � uma compet�ncia do Minist�rio da Sa�de, voc� n�o tem produ��o. N�o � um problema do Butantan ou um problema da Fiocruz, e sim um problema de receber insumos para essas institui��es que produzem a vacina”, diz.
N�meros
Minas chegou a 808.692 casos e 16.887 mortes por COVID-19. De acordo com o boletim epidemiol�gico, divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Sa�de, foram confirmados 1.446 casos e oito mortes nas �ltimas 24 horas. A m�dia m�vel � de 4.639 mortes nesta segunda, o que indica que a curva de transmiss�o no estado se mant�m em patamar elevado. Em 17 de janeiro, a m�dia m�vel era 7.328 casos, patamar que superou julho, considerado o m�s mais dif�cil no enfrentamento da doen�a em 2020. Em 26 de julho, foram registrados, 6.307 casos, n�mero at� ent�o considerado o ponto mais alto da curva, o pico. No entanto, essa marca foi superada em 2021, com o registro de 10.052 em 4 de fevereiro.
Estados cobram mais remessas do minist�rio
A redu��o dos estoques de vacina gera apreens�o em v�rias estados e levou os governadores a agendarem reuni�o para amanh� com o ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, para discutir o cronograma de entrega de imunizantes. O encontro foi divulgado no Twitter pelo governador do Piau�, Wellington Dias (PT). Os governadores devem cobrar de Pazuello rapidez na aquisi��o de novas remessas. Segundo o petista, ser�o discutidos na reuni�o o financiamento de UTIs em 2021 e a situa��o da Sputnik V, vacina desenvolvida na R�ssia. "Nos aproximamos de 30 dias do in�cio da vacina��o com perspectiva de alcan�ar apenas 3% da popula��o brasileira vacinada. Nesse ritmo, n�o vai se concretizar o plano do governo de vacinar, at� junho, metade da popula��o", disse Dias, que coordena trabalhos do f�rum de governadores sobre a vacina.
O Minist�rio da Sa�de afirma que 11,1 milh�es de doses j� foram entregues. Esse volume serve para vacinar cerca de 6,5 milh�es de pessoas. Pressionado pela amea�a de uma CPI, Pazuello disse, no �ltimo dia 11, a senadores, que metade da popula��o ser� vacinada at� junho. O restante, at� dezembro, disse o general. Segundo o ministro da Sa�de, o Brasil trabalha para ter "reservas" de vacina e at� mesmo exportar para outros pa�ses da Am�rica Latina.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), informou que o munic�pio n�o recebeu novas doses da vacina contra a COVID-19 e por isso ter� que interromper o calend�rio de vacina��o na cidade hoje. Segundo mensagem postada em redes sociais, j� foram vacinadas 244.852 pessoas. “S� precisamos que a vacina chegue. Nova leva deve chegar do Butantan na pr�xima semana", disse o prefeito do Rio. Em Aracaju, a estimativa � de que somente quem precisa receber a segunda dose seja atendido. J� em Salvador, a aplica��o foi suspensa para os profissionais da sa�de que atuam na linha de frente, atrasando o cronograma, que previa come�ar a aplica��o para os maiores de 80 anos nesta semana.
Natal conta com uma reserva de cerca de 15 mil vacinas, mas apenas 1,7 mil podem ser usadas com novos pacientes. Isso porque o restante est� reservado para a segunda dose. Florian�polis conta com um estoque de aproximadamente 1,6 mil doses e a estimativa � de que dure mais quatro dias. Curitiba est� em situa��o semelhante: a previs�o � de que, caso n�o cheguem mais inje��es, a vacina��o seja paralisada na pr�xima quarta-feira. Cuiab� calcula ter doses para mais cinco dias. Enquanto isso, a doen�a avan�a no pa�s. De acordo com o Minist�rio da Sa�de, s�o 239.773 mortes (528 nas �ltimas 24 horas) e 9.866.710 casos (32.197 nas �ltimas 24 horas). *Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Paulo Nogueira
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia
Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:
-
Gr�ficos e mapas atualizados: entenda a situa��o agora
- O que � o pico da pandemia e por que ele deve ser adiado
- Veja onde est�o concentrados os casos em BH
-
Coronav�rus: o que fazer com roupas, acess�rios e sapatos ao voltar para casa
-
Animais de estima��o no ambiente dom�stico precisam de aten��o especial
-
Coronav�rus x gripe espanhola em BH: erros (e solu��es) s�o os mesmos de 100 anos atr�s